Radar do Mercado: Vale (VALE3) informa condenação de Beny Steinmetz
A Vale (VALE3) comunicou ao mercado a condenação de Beny Steinmetz, bilionário israelense, ex-controlador da BSGR e sócio da mineradora em uma antiga joint venture na República da Guiné.
Ele foi condenado a cumprir cinco anos de prisão na Suíça por práticas de corrupção e suborno para garantir a exploração de minérios no país africano. Justamente por esse motivo, a Vale rescindiu a joint venture que mantinha com o empresário.
Steinmetz também terá de pagar uma multa de 50 milhões de francos suíços, segundo a decisão do tribunal.
A mineradora afirmou que a decisão do tribunal suíço de responsabilizar pessoalmente Steinmetz pelos atos de corrupção segue em linha com a sentença do Tribunal de Arbitragem Internacional de Londres de abril de 2019, que considerou que a BSGR incorreu em fraudes contra a Vale ao ocultar da empresa as práticas de suborno e corrução da BSGR.
Com base nas provas obtidas pelo governo da Guiné e por testemunhas, o tribunal suíço concluiu que, em 2008, Steinmetz corrompeu Mamadie Touré, a quarta esposa de Lansana Conté, então ditador guineano, com o objetivo de conseguir os direitos de exploração dos blocos 1 e 2 da mina de ferro de Simandou.
Em 2010, o empresário vendeu metade do direito de exploração à Vale, em um acordo de US$ 2,5 bilhões. A mineradora, contudo, só pagou US$ 500 milhões, pouco antes de o negócio ser interrompido. Em 2015, quando a sociedade foi oficialmente desfeita, a Vale processou Steinmetz na Corte de Londres.
Nesse contexto, a BSGR foi condenada a pagar US$ 2 bilhões de indenizações à Vale. Essa condenação foi posteriormente confirmada por cortes judiciais dos Estados Unidos e da Inglaterra.
Por fim, a Vale informou que continua em busca de receber os valores da BSGR e, pessoalmente, de Steinmetz, inclusive por meio de ações no Tribunal Superior da Inglaterra, que determinou uma ordem de congelamento mundial dos bens de Steinmetz, de sua fundação e de outros réus.