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Radar do Mercado: Suzano (SUZB5) – compromisso com desalavancagem demonstra credibilidade

A Suzano Papel e Celulose informou ao mercado ontem (19) que foi realizada pela Suzano Trading LTD, na mesma data, a recompra de títulos de dívida “5.875% Senior Notes due 2021” no valor de US$ 146.233.000,00.

De acordo com o reportado, a recompra teria sido realizada por meio de operação distribuída a mercado, considerando o valor no mercado secundário acrescido de prêmio de 0,50 ponto percentual.

A companhia ressaltou ainda que o volume original das notas era de US$ 650 milhões. Contudo, em 2015, foi realizada recompra de US$ 4.300,00 no mercado secundário e, com a recompra concluída hoje, permanece ainda em aberto o volume de US$ 499.467.000,00.

 

Entendemos como positivo o comportamento da companhia frente a sua atual situação de dívida.

Cabe destacar que, em 30 de junho deste ano, ou seja, no fechamento do segundo trimestre, a dívida líquida era de R$ 10,0 bilhões (US$ 3,0 bilhões) contra R$ 9,7 bilhões (US$ 3,1 bilhões) em 31 de março, o que demonstra, com isso, que a dívida líquida, considerando o ajuste com derivativos, estava dolarizada ao final do 2T17.

Paralelamente, percebemos que a mais de um ano a dívida líquida se encontra abaixo do 3 vezes quando comparada com o Ebitda Ajustado, o que consideramos outro ponto positivo a ser destacado no que diz respeito ao grau de alavancagem da companhia.

É importante ressaltar que a Suzano contrata dívida em moeda estrangeira como hedge natural, uma vez que a geração de caixa operacional líquida é denominada em moeda estrangeira. Essa exposição estrutural permite que a companhia contrate financiamentos de exportações em dólares e concilie os pagamentos dos financiamentos com o fluxo de recebimento das vendas.

Ademais, a empresa aumentou em 36% o seu Ebitda ajustado frente ao trimestre passado – consequência das sucessivas reduções no custo de produção de celulose – além de demonstrar uma crescente capacidade de geração de caixa que nos agrada. A empresa passa ainda a expectativa de que mais reduções de custos possam vir a acontecer nos próximos trimestres.

Com a observação dos dados acima, pode-se perceber que a Suzano demonstra ativa e expressamente o seu compromisso em se desalavancar sustentavelmente e buscar estruturas e custos adequados e eficientes ao seu posicionamento de mercado e sua capacidade operacional e gerencial, e o fato de amortizar parte de sua dívida através da recompra de títulos de dívida no valor de pouco mais de US$ 146 milhões através da Suzano Trading LTD reforça ainda mais essa opinião. Vale ressaltar que a Suzano Trading LTD é uma das subsidiárias da Suzano e que, por sua vez, possui outras dez empresas indiretas sob seu controle.

Seguimos acreditando ser a Suzano a empresa de maior destaque no seu setor de atuação, e o fato dela estar compromissada com a gestão de seu endividamento, buscando constantemente oportunidades com estruturas e custos adequados e condizentes com seu posicionamento de mercado, conforme demonstra o fato relevante divulgado por ela acima, reforça ainda mais o nosso posicionamento em relação à sua gestão e seu modelo de atuação.

O que não gostamos, contudo, é do seu preço, visto que se papel SUZB5 fechou o pregão de ontem cotada a R$ 19,04.

Quando comparada ao seu preço de um ano atrás, o papel sofreu uma valorização de mais de 90%, o que nos força a ficar de fora do negócio nesse momento, ao mesmo tempo que aguardamos o surgimento de alguma janela de oportunidade a qual possibilite proporcionar uma margem de segurança satisfatória a nossos assinantes.

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