A companhia, que já havia realizado uma oferta hostil pela aquisição do controle da AES Tietê, propôs na quinta-feira (23/07) uma nova fusão aos acionistas da Tietê, com condições mais atrativas.
A Eneva oferece 0,06539522 novas ações de sua emissão para cada ação ON ou PN da Tietê. Para as UNITs, a relação de troca é de 0,32697609. A oferta também engloba uma parcela em dinheiro de R$ 0,36 por ação ON ou PN, e R$ 1,82 para cada UNIT.
Segundo o Fato Relevante, a relação de troca contempla um prêmio de 10% sobre o valor de mercado das duas companhias.
A fusão criaria uma gigante do setor elétrico, com ativos diversificados entre gás e energia renovável. A diversificação é complementar no sentido de que existe uma correlação negativa entre a geração hidrelétrica e a termelétrica – que, segundo as estimas da Eneva é de 0,74x. Isso ocorre por conta da sazonalidade de suas matrizes energéticas.
Por outro lado, o endividamento da combinação de negócios seria considerado alto, chegando a aproximadamente cinco vezes o Ebitda.
O controlador da AES Tietê, a AES Corporation, posicionou-se contra a fusão desde o princípio, alegando que o portfólio da Tietê é renovável e que não faria sentido mesclá-lo com fontes geradoras fósseis.
A Eneva também afirma que a fusão traria sinergias, como otimização de custos e redução de SG&A, além de “reduzir drasticamente a taxa de imposto efetiva da AES Tietê”.
As propostas desencadearam diversas controvérsias. Pelo fato de a Tietê estar listada no Nível 2 de Governança Corporativa, os acionistas preferencialistas têm direito a votar em deliberações relativas a fusões e incorporações.
A AES Corporation contestou o fato. A B3 se posicionou em favor da tese da Eneva e reafirmou o direito de detentores de ações PN de votar nesse tipo de proposta.
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