Radar do Mercado: Eletrobras (ELET6), privatização a vista

A Centrais Elétricas Brasileiras S/A – Eletrobras (ELET6) – informou ontem (21) que foi comunicada, na mesma data, através de correspondência enviada pelo Ministro de Estado Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que o mesmo Ministério de Minas e Energia irá propor ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República, a sua desestatização.

Entendemos que consequências positivas podem ser geradas como resultado do anúncio feito pelo Ministro Fernando Coelho Filho sobre a possível desestatização da companhia.

Com seus resultados trimestrais bastante preocupantes – muito por conta de uma clara ineficiência de sua gestão – mesmo atuando em um setor consolidado e perene, acreditamos que com um provável processo de privatização, a maior companhia do setor de energia elétrica da América Latina, que atua no segmento de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica poderia reverter o atual quadro nada satisfatório.

Com uma variação negativa de Ebitda de 87% frente ao segundo trimestre do ano passado, além de uma redução de 97% de lucro líquido quando comparado ao mesmo período, a companhia demonstra que em algum ponto de sua administração ela vem perdendo performance e desempenho.

Eletrobrás1

Aliado a estes fatores citados acima, a companhia apresenta também uma situação de dívida líquida que chama a atenção do mercado, visto que o saldo devedor apresentado no resultado de seu segundo trimestre foi de pouco mais de R$ 23 bilhões de reais, número este que apresentou quase nenhuma variação frente ao mesmo período do ano passado.

Eletrobras 2 ELET6

Tais resultados negativos apresentados pela companhia se devem, ao nosso entender, muito por conta da Medida Provisória 579 aprovada em 2012 no governo de Dilma Rousseff, através do qual foram feitas renovações antecipadas de concessões de geradoras de energia, nos quais as empresas, como consequência, tiveram que baixar os preços finais a seus consumidores.

Além disso, tal MP 579 também provocou redução nos encargos, que atingiram os repasses a vários fundos embutidos nas contas de energia elétrica, resultando num grande “impacto” para as contas da Eletrobras.

Se a referida privatização vier a se concretizar, achamos provável que a Eletrobras usará os recursos levantados para comprar de volta da União as usinas que foram devolvidas por ocasião da MP 579. 

ACESSO RÁPIDO
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Tiago Reis
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