Radar do Mercado: CVC (CVCB3) busca capitalização de valores para fortalecer o caixa na pandemia
Até o momento, a companhia não conseguiu finalizar a elaboração dos contratos de capitalização, pois é necessário as demonstrações financeiras referentes ao exercício social de 2019 e das informações financeiras referentes ao 1T20.
Conforme informado em 28/02/20, a companhia constatou, em uma avaliação preliminar, indícios de erros na contabilização dos valores transferidos aos fornecedores de serviços turísticos referentes às receitas próprias de tais fornecedores. Na ocasião, a companhia informou que o impacto potencial estimado desses ajustes em seu receita líquida de vendas era de R$ 250 milhões, considerando os exercícios sociais de 2015 a 2019.
Embora ainda não tenha finalizado a elaboração das demonstrações financeiras referentes ao exercício social de 2019, a evolução dos processos de revisão e reconciliação relacionados aos erros contábeis indicam que o impacto potencial estimados dos respectivos ajustes na receita líquida de vendas é de, aproximadamente, R$ 350 milhões, incluindo exercícios anteriores a 2015 até 2019. A companhia estima ainda que, em virtude desses erros, pode recuperar cerca de R$ 55 milhões em tributos pagos indevidamente.
Esses valores estimados e outros eventuais impactos dos potenciais erros contábeis serão confirmados ao final do processo de auditoria pelos auditores independentes e refletidos nas demonstrações financeiras referentes ao exercício social de 2019.
A empresa informou também que pretende apresentar as demonstrações financeiras de 2019 até 31/07/20.
No contrato de capitalização, a empresa informou que pretende capitar aproximadamente R$ 1 bilhão para fortalecer o caixa e encarar a pandemia de forma estratégica. Além disso, a empresa informou que, em meio à pandemia do coronavírus, reduziu os gastos mensais recorrentes com folha de pagamentos, tributos, investimentos em projetos e juros em R$ 52 milhões por mês no segundo trimestre deste ano.
De acordo com o comunicado, a redução das operações neste ano seguida da expectativa pela retomada das atividades indicam a possibilidade de recuperar certos ativos.
Isso leva à necessidade de provisionar uma baixa contábil entre janeiro e março deste ano, no valor de R$ 475 milhões, referentes a intangíveis originados na aquisição de empresas e R$ 81 milhões referentes a créditos de tributos acumulados.
Devido às restrições de circulação de pessoas, e a consequente queda do turismo, os cancelamentos e reembolsos impuseram à empresa um volume de perdas de R$ 96 milhões até o fim do primeiro semestre, além de perdas não recuperáveis de R$ 13 milhões e de R$ 3 milhões em operações de repatriações. A inadimplência no período trouxe uma perda de R$ 72 milhões.
Segundo a CVC, junto disso, devem ser consideradas as perdas relacionadas a créditos de utilização futura em hotéis, companhias aéreas e navios no valor de R$ 13 milhões. Houve também a perda de R$ 380 milhões de saldo junto às companhias aéreas referentes a bilhetes já pagos.