Radar do Mercado: BR Foods (BRFS3) sucessão é solução?
A BRF Veio a público ontem (31), por meio de nota, comunicar que seu Conselho de Administração aprovou o início do processo de sucessão do atual Diretor Presidente Global da Companhia, Sr. Pedro de Andrade Faria.
Esse comunicado, de certa forma, atingiu o mercado de surpresa, e demonstra um grande propósito da gestão da BRF, que tem seu Conselho de Administração presidido por Abílio Diniz, em reverter os atuais resultados negativos que a companhia vem apresentando.
A Tarpon, gestora de recursos com participação relevante na composição acionária da BRF, confirmou a transição, declarando ainda que “se orgulha do movimento de transformação da BRF liderado pelo Pedro, que ajudou a consolidar a companhia como uma líder global do setor de alimentos e, mais recentemente, conduzindo a BRF na superação de um dos ciclos mais desafiadores de sua história.”
Em carta publicada pouco antes do anúncio da saída de Faria, no fim da tarde de ontem, e publicada na íntegra no portal Brazil Journal, de Geraldo Samor, Abílio Diniz agradeceu a parceria e elogiou bastante o amigo e companheiro de trabalho.
“Sob seu comando, a BRF reorganizou sua atuação internacional para alcançar o status que estabelecemos como meta: ser uma empresa global de alimentos e não apenas a maior exportadora de frango do mundo. Em pouco tempo, tivemos um grande sucesso, e fomos capazes de dobrar o valor de mercado da empresa”, ressalta Abilio em uma parte do texto.
A expectativa, agora, é que a companhia – sob a liderança do novo CEO, que ainda não teve seu nome revelado e entende-se que começará seus trabalhos logo no início de 2018 – reverta seu atual quadro negativo. A empresa apresentou um prejuízo líquido no 2T17 foi de R$ 167,3 milhões, ante lucro de R$ 31 milhões em igual período de 2016 e a receita líquida recuou 5,7% na comparação, para R$ 8 bilhões.
Entendemos que a decisão de mudança na liderança segue em linha com as estratégias recentes da companhia, que a pouco mais de quinze dias noticiou a autorização concedida pelo seu Conselho de Administração em alienar pouco mais de 13 milhões de ações de sua emissão mantidas em sua tesouraria no objetivo reforçar o seu caixa e reduzir os níveis de sua alavancagem financeira, além da contratação de um novo Diretor Financeiro e de Relações com Investidores.
Seguiremos monitorando os passos da gestão no âmbito da recuperação de performance da companhia, porém seguimos de fora do negócio por tempo indeterminado.