Nesta terça-feira (28), a AES Tietê divulgou uma carta que a sua controladora, AES Holding Brasil, enviou para a B3. Na carta, são feitas críticas a B3 pelo ofício emitido na segunda-feira (27) em que a instituição se posiciona em relação ao voto em incorporações e fusões de companhias.
No comunicado, o posicionamento da B3 é a favor de que os acionistas de empresas listadas no nível 2 de governança da bolsa teriam direito de voto em caso de assembleias para deliberar sobre propostas de incorporação ou fusão. Tal ofício foi divulgado dias depois de a AES Holding afirmar que não reconheceria os votos dos acionistas preferencialistas da AES Tietê sobre a fusão com a Eneva.
Com isso, a AES Holding julgou que tal posicionamento da B3 possa interferir na disputa da combinação de negócios feita pela Eneva com a sua subsidiária, AES Tietê, no Brasil. “Ao emitir o ofício, essa Bolsa de Valores interferiu diretamente em uma disputa societária suspensa pela retirada da proposta da Eneva no dia 21 de abril de 2020”, afirmou a AES Holding.
Além disso, a controladora também ressaltou que apenas o diretor-presidente da B3 poderia solucionar casos omissos e situações não previstas no regulamento, enfatizando que o ofício emitido não tinha a assinatura do CEO.
Diante desta situação, a controladora solicitou à B3 que os termos do ofício “sejam considerados sem efeito até que um debate mais amplo no mercado tenha ocorrido”, já que entende que não existe nenhum caso omisso ou situação não prevista. Além disso, a AES Holding também solicitou que, para qualquer manifestação da Bolsa de Valores, sejam concedidos 30 dias para que ela possa se manifestar em relação à oferta da Eneva.
Por fim, a AES Tietê comentou que a sua administração está avaliando o conteúdo da carta de maneira detalhada e que manterá o mercado informado sobre eventuais desdobramentos.
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