A Cosan Limited anunciou ontem (21) que iniciou uma “tender-offer” para recompra de até 200 milhões de dólares de ações ordinárias Classe “A” na bolsa de Nova York, nos Estados Unidos, segundo fato relevante divulgado ao mercado.
Conforme destacou a companhia no comunicado, a recompra será por um preço entre US$ 9,23 e US$ 9,65 por ação.
Caso a recompra de ações seja completamente subscrita, a empresa recomprará, dependendo do preço de aquisição, entre 12,3 e 12,8 por cento das ações ordinárias Classe “A” emitidas e em circulação, tendo por base o dia 20 de novembro de 2017.
“A Cosan Limited é uma emissora estrangeira e a recompra de ações é dirigida exclusivamente aos acionistas de Ações Ordinárias Classe “A” que detenham tal valor mobiliário na NYSE, e a operação não é destinada a detentores de BDRs nem está sendo realizada qualquer oferta pública de aquisição no Brasil”, destacou a companhia ao final do informe.
Apesar de a transação de recompra de ações acima mencionada não se referir ao mercado brasileiro, o referido anúncio pode ser interpretado como positivo, pois pode estar demonstrando que a companhia entende que se encontra subvalorizada neste momento no mercado norte-americano.
Cabe destacar, ainda, que a Cosan Limited (CZZ) é a holding responsável pela gestão do portfólio de ativos da Cosan, através do controle e da governança das empresas operacionais e da alocação de capital entre os vários negócios e, no terceiro trimestre deste ano, se encontrava com uma situação de dívida bruta consolidada de R$ 2,3 bilhões, reflexo da emissão de USD 500 milhões referente ao Bond 2024, cujo propósito foi participar no Aumento de Capital de sua subsidiária Cosan Logística S/A, dentre outros.
Ainda, as disponibilidades de caixa e equivalentes de caixa somaram R$ 1,9 bilhões ao final do 3T17, frente a R$ 336 milhões do 2T17, aumento devido ao descasamento entre a entrada do caixa da captação do Bond de 2024 e o investimento no segmento de logística.
Dessa forma, a Cosan Limited Corporativo encerrou o período com R$ 379 milhões de endividamento líquido, 11% superior à dívida líquida da companhia ao final do 2T17.
Vale ressaltar que a companhia, no período, reverteu um prejuízo de R$ 45 milhões terminando o terceiro trimestre com um lucro líquido de R$ 248,1 milhões, o que representou um aumento de 57,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Por conta dessa instabilidade nos números da companhia e da aparente “nebulosidade” nos seus recentes resultados operacionais, preferimos seguir de fora do negócio.
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