A B3 – Brasil, Bolsa, Balcão – divulgou na sexta-feira (12) os seus números referentes ao último mês de dezembro.
Os destaques ficaram para o volume financeiro médio diário total do segmento Bovespa, que atingiu R$ 9,7 bilhões (aumento de 22,1% em relação ao mesmo período do ano passado), e o número de investidores ativos, que aumentou 9,2% em relação a dezembro de 2016, passando de 586 mil para 640 mil.
Entendemos que, com a atual e recente queda da taxa de juros no Brasil, a B3 é uma empresa que pode ser muito beneficiada por esta conjuntura, visto que essa redução de patamar induz muitos investidores a migrarem da renda fixa – com rentabilidades historicamente interessantes – para a variável, o que pode ocasionar uma dinâmica positiva de oferta e demanda nas transações operacionais desta companhia.
O aumento do número de investidores ativos, noticiado acima pela própria B3, além dos aumentos graduais e históricos do índice Ibovespa nos últimos meses, reforçam ainda mais essa tese que o mercado de renda variável irá continuar seguindo uma sequência de alta em suas negociações no médio prazo, o que, por consequência, tende a aumentar de maneira direta os números da B3 ao longo do tempo.
Como sendo simpatizantes do Value Investing, somos tentados a julgar toda essa tendência de alta no mercado de ações, por mais contraditório que possa parecer, um tanto quanto “insatisfatória”, isto por que, como consequência de toda essa euforia, é muito provável que as oportunidades de investimentos com boas margens de segurança se tornem cada vez mais escassas.
Entretanto, vale lembrar que o Brasil é um país de alta volatilidade no mercado, e basta que uma notícia bombástica em Brasília surja (o que sabemos que pode acontecer a qualquer momento com a Operação Lava-Jato nas ruas) para que os preços dos principais ativos negociados na bolsa de valores desabem e os investidores de valor saiam as compras.
Voltando aos números divulgados pela companhia, vale ressaltar que a empresa adquiriu uma dívida natural para a aquisição dos ativos da Cetip, mas que, conforme a mesma for sendo “digerida”, a B3 – que tem potencial para ser uma excelente empresa em termos de geração de caixa – possa em algum momento vir a converter essa geração de caixa em dividendos para seus acionistas.
Ainda em relação a seus números, é possível observar, também, uma quantidade crescente – mês a mês – do número de investidores ativos, que fechou o mês de dezembro no patamar dos 640 mil.
Sonhamos com que esse número ultrapasse a barreira do primeiro milhão em breve, e essa é uma das missões da Suno Research, a promoção do mercado de capitais como uma fascinante ferramenta que impulsiona o desenvolvimento da humanidade.
Ademais, enxergamos ainda que a B3 atua praticamente como um “monopólio” no mercado de capitais no Brasil, cobrando emolumentos, taxas e demais ônus as quais consideramos não serem baixas quando comparadas com a média mundial.
Por conta disso tudo, gostamos muito do ativo, porém preferimos aguardar uma queda nos seus preços para poder indicá-la num valuation mais confortável a nossos assinantes.
Para uma compreensão mais aprofundada do case, sugerimos a leitura do relatório que fizemos da empresa e disponibilizamos de maneira gratuita a nossos seguidores.
Leia mais sobre Radar do Mercado