A Petrobras Distribuidora S.A. informou ontem (03) aos seus acionistas e ao mercado em geral que foi divulgado, nesta mesma data, o prospecto preliminar de oferta pública de distribuição secundária de ações ordinárias de emissão da companhia, de titularidade da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras.
A companhia informou também que serão realizados esforços de colocação das ações no exterior, de acordo com isenções de registro sob o U.S. Securities Act of 1933.
A BR disse que o pedido de registro de oferta encontra-se atualmente sob a análise da CVM, estando sujeito à prévia aprovação deste órgão. “Não será realizado nenhum registro da Oferta ou das Ações em qualquer agência ou órgão regulador do mercado de capitais de qualquer outro país, exceto no Brasil, junto à CVM”, completou a companhia.
Conforme o prospecto preliminar, a Petrobras planeja a venda de 25% a 33,75% do capital total da distribuidora. Atualmente, a participação detida na subsidiária é de 71,25%. Assim, com a oferta, a Petrobras reduzirá sua participação na empresa a um patamar inferior a 50%.
Assim, o registro da oferta é de, inicialmente, 291.250.000 ações ordinárias, de emissão da BR Distribuidora e titularidade da Petrobras. Deste modo, cabe ressaltar que a oferta total de ações dependerá do exercício de lotes adicional e suplementar.
De acordo com as instruções da CVM, a quantidade total de ações inicialmente ofertadas – sem levar em consideração as ações adicionais – poderá ser acrescida em até 15% do total inicial, configurando o Lote Suplementar.
Além do Lote Suplementar, as instruções da CVM também preveem a possibilidade de um Lote Adicional, que é constituído por um acréscimo de 20% do total inicialmente ofertado, sem considerar as ações do Lote Suplementar.
Considerando o preço atual das ações da BRDT3, a oferta será capaz de levantar um volume financeiro da ordem de R$ 7 bilhões a R$ 9,4 bilhões, dependendo da entrada ou não dos Lotes Suplementar e Adicional. A conta realizada no prospecto preliminar considera a cotação das ações no fechamento do dia 1º de julho, a R$ 24,50. Tal valor é apenas indicativo, podendo variar para mais ou para menos, conforme a conclusão do procedimento de bookbuilding.
A Petrobras já havia vendido 28,75% da BR em 2017, numa oferta que movimentou cerca de R$ 5 bilhões.
O J.P. Morgan é o coordenador líder da oferta e o Citigroup é o agente estabilizador. Além disso, a operação tem como demais coordenadores o Bank of America Merrill Lynch, o Credit Suisse, o Itaú BBA e o Santander.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, a BR é a maior distribuidora de combustíveis e lubrificantes do Brasil em volume de vendas. Foi constituída em 1971 para assumir as atividades de distribuição e comércio de produtos de petróleo e derivados então realizadas pela Petrobras.
A BR possui enorme capilaridade do mercado de distribuição de combustíveis e lubrificantes no Brasil, fornecendo para mais de 8.000 postos de serviço com bandeira “BR” e, aproximadamente 14.000 clientes dos segmentos operacionais de Grandes Consumidores, Produtos de Aviação, dentre outros.
Vale destacar que ela opera por meio da maior estrutura logística na categoria do país, que é constituída por 96 bases de armazenamento de combustível, 15 depósitos de lubrificantes e 99 postos de abastecimento em aeroportos, todos distribuídos ao longo das cinco regiões brasileiras, trabalhando com franquias de lojas de conveniência e centros de serviços automotivos.
Além da fatia na BR Distribuidora, a Petrobras se envolve, atualmente, com a venda de diversos campos de petróleo, ativos diversos do setor de gás natural, dentre outros desinvestimentos, buscando recuperar fôlego para sustentar novos crescimentos, desvencilhando-se de sua mais recente crise.
É importante ressaltar que a companhia deixará de ter um acionista titular da maioria absoluta do capital votante, sendo, portanto, suscetível ao surgimento de um grupo de acionistas que passe a exercer conjuntamente o controle, consequentemente, detendo o poder decisório das atividades da BRDT.
Trata-se de algo difícil de acontecer, dado que ainda restará à Petrobras uma fatia relevante. Como acreditamos que a petroleira ainda terá a influência sobre a BR, permanecemos de fora do papel, pelo menos por enquanto.
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