Radar do mercado: Bradesco (BBDC4) compra banco nos EUA por US$ 500 milhões
O Banco Bradesco S.A. comunicou ontem (06) ao mercado, aos seus acionistas, clientes e funcionários que celebrou Contrato de Compra de Ações com os acionistas controladores do BAC Florida Bank para aquisição deste.
Quando o processo de aquisição for concretizado, o Bradesco assumirá as operações do BAC Florida, mantendo seus funcionários e alta direção. Segundo a companhia, o principal objetivo é ampliar a oferta de investimentos nos EUA aos seus clientes de alta renda (Prime) e do Private Bank, além de outros serviços bancários, como conta corrente, cartão de crédito e financiamento imobiliário.
Além disso, a empresa acredita que esta operação proporcionará oportunidade de expandir negócios relacionados a clientes corporativos e institucionais. Com o BAC, a companhia poderá oferecer menores custos de funding para clientes corporativos nos EUA.
“É um negócio bastante importante, complementar naquilo que o Bradesco quer fazer para os clientes private”, afirmou o presidente da instituição, Octavio de Lazari Jr., em teleconferência com jornalistas, na manhã de ontem. Disse também que “a compra foi um movimento pontual, que fazia sentido para o Bradesco”.
A companhia afirmou que tinha carência de uma plataforma de negócios no exterior, principalmente nos Estados Unidos, no entanto, não há intenção de ter uma operação de varejo fora do Brasil.
O BAC é controlado por um grupo nicaraguense, e atua no crédito imobiliário, em operações de atacado, em private banking e gestão de fortunas, com destaque para pessoas físicas de alta renda não-residentes. Assim, um dos principais negócios da instituição é captar dinheiro de latino-americanos para financiar o mercado imobiliário da Flórida.
O valor da aquisição do BAC Florida é de aproximadamente US$ 500 milhões. A companhia ressaltou que a conclusão da operação pode acontecer em uma ou mais etapas subsequentes, estando sujeita à aprovação dos órgãos reguladores competentes de ambos países envolvidos e ao cumprimento de formalidades legais.
O BAC adiciona 10 mil clientes private para o Bradesco, que passará a ter 23 mil. Além disso, possui US$ 1,839 bilhão sob gestão, que serão somados aos R$ 200 bilhões que o Bradesco administra de clientes private, uma fatia considerável do mercado potencial de private banking no Brasil, estimado em R$ 1,1 trilhão.
O Bradesco manterá a marca BAC, no entanto, a sigla que significava Banco de América Central passará a representar Bradesco American Company.
As cotações das ações do Bradesco lideraram as perdas no dia de ontem: a ON caiu 3,25%, enquanto a PN caiu 2,70%. Esta movimentação diz respeito ao maior prêmio de risco cobrado pelo investidor dos ativos brasileiros em geral com o aumento das tensões entre China e Estados Unidos.
No mais, fizemos um breve comentário recentemente em nosso relatório Suno Dividendos sobre o Bradesco e seus resultados, que pode ser conferido por nossos assinantes.