O Banco do Brasil divulgou nesta quinta-feira (22) o seu resultado do quarto trimestre de 2017, no qual obteve lucro líquido ajustado de R$ 3,2 bilhões, o que mostra desempenho 82,5% superior ao do mesmo trimestre do ano anterior – R$ 1,7 bilhão – e o maior resultado trimestral desde 2012.
Assim, o BB atingiu um lucro líquido ajustado de R$ 11,1 bilhões no acumulado de 2017, desempenho 54,2% maior que o verificado em 2016.
De acordo com o banco, esse crescimento foi motivado pela expansão dos negócios, controle de despesas administrativas e, principalmente, pela redução das despesas com provisões em razão da melhoria da qualidade da carteira.
Já o retorno sobre patrimônio líquido (RSPL Mercado) do Banco do Brasil – índice que reflete a métrica que os principais analistas de mercado utilizam nas previsões de resultado – foi de 12,3% em 2017.
É interessante destacar, também, que no quarto trimestre de 2017, a inadimplência das operações acima de 90 dias ficou em 3,7%. Foi o segundo trimestre consecutivo de redução. Já as despesas com provisão caíram pelo quarto trimestre consecutivo. Em 2017, o BB gerou fluxo de provisão de R$ 25,3 bilhões, valor 19,9% inferior se comparado com o de 2016.
Além disso, mantendo o seu foco em produtividade e eficiência, o BB obteve um rígido controle das suas despesas administrativas que, por consequência, proporcionaram a companhia uma queda de 1,6% no seu índice de Eficiência – em 12 meses – no quarto trimestre de 2017 em relação ao mesmo período de 2016.
Com isso, a gestão dessas despesas permitiu ao BB alcançar índice de eficiência de 38,1% no quarto trimestre de 2017, ante 39,7% no quarto trimestre de 2016.
Cabe destacar, aqui, que o índice de eficiência mensura quanto o banco gasta para gerar receita, por isso, quanto menor o número, melhor o desempenho da instituição financeira.
Além de seus resultados, o Banco de Brasil divulgou, ainda ontem, as suas estimativas para o ano de 2018, conforme segue:
Segundo o BB, tais estimativas são mensuradas baseando-se no desempenho da carteira de crédito comparando-se os saldos em 12 meses; no lucro líquido e na despesa de PCLD pelos montantes acumulados ao longo do exercício; e no desempenho da margem financeira bruta, renda de tarifas e despesas administrativas em relação ao mesmo período do ano anterior.
É possível perceber que a instituição continuará, no decorrer de 2018, a buscar excelência e consideráveis resultados no decorrer nos próximos 10 meses.
Ainda ontem, também, a companhia informou ao mercado que o seu Conselho Diretor, reunido em 19/02/2018, aprovou a distribuição de R$ 675.667.312,59 a título de remuneração aos acionistas sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), relativo ao quarto trimestre de 2017, conforme abaixo:
Segundo o reportado, tal JCP terá como base a posição acionária de 01/03/2018, sendo as ações negociadas “ex” a partir de 02/03/2018, e o seu montante será atualizado, pela taxa Selic, da data do balanço (31/12/2017) até a data do pagamento (12/03/2018).
Mesmo o Banco do Brasil apresentando um aumento de performance e resultados interessantes, além de carregar consigo o peso de ser um dos bancos com maior retorno sobre o patrimônio líquido do planeta, não nos sentimos confortáveis para indicar para nossos clientes a compra de suas ações por dois motivos: o primeiro é por acharmos que o preço de suas ações se encontrarem acima do seu real valor e segundo pelo fato de ser um banco controlado pelo governo.
Como sempre gostamos de salientar, sentimo-nos mais seguros e confortáveis para indicar empresas do setor privado, muito disso devido ao cenário político corrupto e manchado por condutas antiéticas que não dizem respeito a apenas um ou dois partidos políticos especificamente, mas sim a toda a conjuntura governamental de nosso país, modelo pelo qual, infelizmente, o Brasil sempre se encontrou submetido ao longo de sua história.
Se tivéssemos que indicar a associação com empresas rentáveis estatais, o faríamos a preços descontados, o que não é o caso do Banco do Brasil nesse momento, visto que a companhia fechou o pregão de ontem com suas ações – BBAS3 – cotadas a R$ 42,42.
Estatais rentáveis e que valem a pena se associar, só se for “de graça”.
Como não é o caso do Banco do Brasil nesse momento, preferimos esperar de fora até que alguma janela de oportunidade ofereça uma boa margem de segurança a nossos assinantes.
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