O Banco do Brasil comunicou na última quinta-feira (06) que as condições precedentes para o aumento de sua participação para 80,4% no Banco Patagonia, da Argentina, foram concluídas e desta forma foi realizado, na mesma data, a transferência de 154.014.912 ações escriturais (correspondem a aproximadamente 21,42% do capital do social do banco argentino) dos acionistas minoritários do Banco Patagonia S.A., Jorge Guillermo Stuart Milne, Ricardo Alberto Stuart Milne e Emilio Carlos González Moreno.
Com a operação, o BB passará a ser titular de 578.116.870 ações ordinárias escriturais classe B e reconhecer 80,3894% do resultado gerado pelo Patagonia. Além disso, estima-se redução de 12 pontos base no índice de capital principal do BB com esta aquisição.
O banco finalizou o seu comunicado ressaltando que demais fatos adicionais, julgados relevantes, serão prontamente divulgados ao mercado.
No que tange o comunicado acima descrito pela companhia, vale ressaltar que, conforme informado em ocasiões anteriores, o preço de exercício da opção de venda é de US$ 1,314 por ação totalizando um montante de US$ 202,375,594.37.
No mais, avaliamos como bastante interessante o comunicado feito pelo Banco do Brasil no que tange o aumento de sua participação no Banco Patagonia para 80,38%, após os três acionistas minoritários citados do banco argentino terem exercido opção de vender para a instituição brasileira a fatia conjunta equivalente a 21,42 por cento no negócio.
Neste sentido, é interessante destacar que o BB passará a ser titular, com isso, de 578.116.870 ações ordinárias escriturais classe B, ficando a composição acionária do Patagonia da seguinte forma:
Com isso, o índice de capital principal, com a formalização da aquisição pelo BB, reduzirá em 12 pontos base e o BB passará a reconhecer 80,38% do resultado gerado pelo Banco Patagonia.
Vale ressaltar, ainda no âmbito de tal operação, que segundo relatado por portais de informações mercadológicas, os três acionistas vendedores fazem parte da família de quem o BB comprou uma fatia de 51% do Banco Patagonia em abril de 2010, por US$ 479,6 milhões. Esses acionistas tinham direito a exercer opção de venda ao BB, e decidiram por então exercê-la.
Nos últimos anos, informações sobre o futuro da participação do BB no banco argentino têm sido frequentes nos noticiários, incluindo eventual venda do controle a um investidor estratégico ou de parte das ações numa oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), hipótese que tem sido reiterada pelo presidente-executivo do BB, Paulo Caffarelli.
No mais, apesar de avaliarmos como positiva a notícia divulgada pelo Banco do Brasil, seguimos com o nosso mesmo raciocínio em relação às empresas controladas pelo governo e, assim sendo, achamos coerente uma associação em empresas dessa natureza quando as mesmas se encontram “de graça”.
Talvez se o preço dos papéis BBAS3 da companhia seguirem com sua tendência de queda, conforme observado nos últimos meses, e a mesma atinja um patamar de preço similar ao que foi observado em meados de 2016, é possível que se estabeleça um cenário que faça mais sentido a recomendação de tal aplicação financeira no BB.
Até lá, aguardamos de fora do case ao passo que sugerimos o mesmo a nossos assinantes, haja vista que a atual conjuntura econômica apresenta diversos ativos de qualidade a preços descontados, inclusive com muitos deles nesse momento se encontrando abaixo dos preços tetos sugeridos em nossas carteiras recomendadas.
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