Quanto tempo é longo prazo?
Investir visando o longo prazo é fundamental para aqueles que desejam ter sucesso na bolsa de valores, afinal de contas, é através do investimento de longo prazo que geralmente se cria realmente riqueza no mercado, através da acumulação de papéis de boas empresas e do reinvestimento de dividendos e rendimentos.
Porém, apesar de saberem da importância de investir para o longo prazo, muitos investidores se questionam e se perguntam sobre quanto tempo seria realmente longo prazo.
Afinal, quanto tempo é longo prazo? 5 anos? 10 anos? 20 anos?
Basicamente esta é uma questão subjetiva.
Para mim, o investimento de longo prazo é aquele você não vai precisar dos recursos no curto prazo e nem tão cedo, sendo que preferencialmente é um recurso que você destinará especialmente para formar uma carteira previdenciária.
Mas vamos dar algum número para termos uma noção mais específica e clara: se o investidor vai precisar do dinheiro dentro dos próximos três anos, é melhor nem investir na Bolsa, e o ideal é que o investidor busque por outros ativos que possuem maior previsibilidade, como ativos de renda fixa, por exemplo.
Como no curto prazo o retorno da bolsa é basicamente aleatório, e as ações podem sofrer bastante com volatilidade, é perigoso demais direcionar dinheiro que será utilizado no curto prazo para o mercado de ações.
Agora, quando o investidor não vai precisar dos recursos no curto prazo, a Bolsa (e a renda variável em geral) representa uma excelente alternativa de investimentos, que tende a apresentar uma performance muito acima de qualquer investimento de renda fixa.
Não apenas no Brasil, mas também ao redor do mundo, no longo prazo, os dados e estudos demonstram que a renda variável é sempre a opção mais rentável e o investidor que realmente deseja ter sucesso investindo deveria sempre focar um prazo mais dilatado.
Como pode ser observado no gráfico acima, retirado do estudo “Triumph of the Optimists”, no curto prazo, onde se avaliou o desempenho das bolsas globais dentro de prazos distintos, é bem provável que a bolsa venha a apresentar retornos negativos.
Já em um prazo mais dilatado, como num período de 10 anos por exemplo, a quase totalidade das bolsas examinadas já apresentaram retornos positivos, e num período de 100 anos, todas apresentaram performance positiva.
Portanto, a sugestão que damos é que o investidor deve direcionar para a renda variável preferencialmente aquele dinheiro que ele não precisará no curto prazo, e de preferência, esteja disposto a deixá-lo lá pelo maior tempo possível, para um dia utilizar apenas a renda que é proveniente dele (dividendos e rendimentos).
Se observarmos o caso de Luiz Barsi, que investe há meio século na Bolsa, como ele investia de olho nos dividendos, e no longo prazo, a ideia dele nunca foi vender suas ações, ou resgatar aqueles recursos, mas sim acumular o maior número de ativos para poder um dia viver apenas de seus dividendos.
Eventualmente, em algum momento, seus dividendos se tornaram tão elevados que, de acordo com ele mesmo, nem mesmo alguém que gaste muito conseguiria gastar todos aqueles recursos que jorram com frequência na sua conta.
Essa é a filosofia e a forma que todo investidor deveria visualizar o mercado, como um ambiente onde se investe recursos para o longo prazo, durante décadas, com o intuito de um dia viver apenas de seus rendimentos.