Preços administrados: saiba como eles interferem na economia de um país

Os serviços de utilidade pública são, em sua grande maioria, regulados pelo poder público federal, estadual e municipal. Sendo assim, a definição dos preços aplicados ao consumidor final é estabelecida por meio do sistema de preços administrados.

Dessa forma, os preços administrados devem ser entendidos como uma ferramenta utilizada pelo governo com o intuito de tornar o sistema econômico mais eficiente. Porém, esse modelo pode causar alguns efeitos negativos o funcionamento do mercado consumidor, sendo assim alvo de várias críticas.

O que são preços administrados?

Preços administrados são preços de bens e serviços que sofrem interferência direta do governo federal, estadual ou municipal. Ou seja, eles não regulados pela lei natural de oferta e demanda do mercado. Logo, se trata de valor que sofrem intervenção do governo diretamente.

Entre esses preços controlados podemos citar impostos e taxas, serviços como energia elétrica, planos de saúde e pedágio, bem como derivados do petróleo.

PLANILHA DA VIDA FINANCEIRA

Qual é o impacto dos preços administrados sobre a economia?

Essa política pode gerar alta pressão inflacionária, pois muitas vezes o governo demora muito para reajustar os preços. Sendo assim, quando o reajuste é efetivado, os preços sofrem uma disparada em virtude de ter sido represado por muito tempo.

Além disso, torna os produtos e serviços administrados pouco competitivos no mercado. Isso inclusive pode provocar uma redução na qualidade dos produtos oferecidos já que a competição é reduzida.

Cabe ressaltar ainda que os produtos e serviços com preços controlados pelo governo têm influência sobre outros setores da economia. Isso porque produtos com preços administrados são a base para que outros setores econômicos se desenvolvam.

Logo um aumento no preço da gasolina muito provavelmente provocará aumento nos preços de produtos de outros setores econômicos com preço livres. Como consequência pode gerar um ciclo inflacionário que se retroalimenta.

Influência dos oreços administrados nos índices de inflação

A formação do IPCA, índice de preços que mede a inflação, é composta por uma cesta de preços livres, que são aqueles livremente negociados no mercado. Além disso, a outra parte do IPCA é composta por preços administrados, como podemos ver na tabela abaixo:

Esses dados são referentes a maio de 2016. Nele podemos ver a participação de 23 bens e serviços administrados na composição da cesta, o que corresponde em termos percentuais a 24,10 % da cesta do IPCA. Além disso, os setores com maior peso no índice são transporte, habitação e saúde.

Preços administrados no Brasil

Essa política de controle de preços sempre foi utilizada no país, em vários governos e nem sempre de forma eficiente.

Um dos casos mais recente e emblemáticos foi o que aconteceu em 2015 no governo Dilma. Nessa época, o governo realizou elevada intervenção nos preços administrados a fim de controlar a inflação.

Contudo, a consequência de tentar segurar os preços de forma artificial acabou provocando mais inflação.

Nesse ano, o preço da energia elétrica foi reajustado em 36% e a gasolina chegou quase a 10% . Como consequência, a inflação anual medida pelo IPCA foi de 10,67%, a maior dos últimos 13 anos. Além disso, a inflação sobre preços administrados foi superior à 18%.

Preços administrados são uma ferramenta de controle da política econômica. Se você deseja se manter atualizado sobre outros assuntos econômicos inscreva-se em nosso canal do WhatsApp e receba de forma gratuita vários conteúdos sobre economia.

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Tiago Reis
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