Poupança externa: qual o papel desse tipo de investimento para um país?
A poupança externa é um assunto recorrente entre investidores que desejam aplicar seus recursos em outros países.
É importante não confundir poupança interna e poupança externa. Especialmente para quem está começando a investir agora.
O que é a poupança externa?
A poupança externa é formada pela aplicação de outras nações em determinados países, em geral aqueles em desenvolvimento, que possuem menos recursos financeiros.
O conceito de poupança externa foi elaborado pela teoria do desenvolvimento econômico, que nasceu entre os anos 40 e 50. Segundo essa corrente de pensamento, fomentar a poupança externa de um país era uma forma de ajudar estes países se desenvolverem, com uma injeção de capital.
Importância da poupança externa
Crescer, em geral, demanda gastos. Entretanto, os valores necessários para aumentar uma produção ou ampliar determinada pesquisa podem ser altos, até mesmo para um país.
Logo, para crescer é necessário obter recursos de alguma forma. Em geral, esta forma é a obtenção de investimento estrangeiro para compor a poupança externa do país em questão.
Esse tipo de aplicação se mostrou muito útil para alguns países, que por diversos fatores, tinham uma pré-disposição ao crescimento.
A captação de dinheiro no exterior funcionou como um combustível nesta escalada. Entretanto, esta acaba não sendo a regra, mas sim a exceção.
Controvérsias sobre a poupança externa
A grande questão é o real impacto da poupança externa na economia da maioria dos países que recebem este dinheiro.
Especialistas apontam que, em muitos casos, os países que recebem este aporte acabam reduzindo as suas reservas internas para depender da poupança externa.
Este movimento funciona praticamente como uma substituição da poupança interna pela externa, algo nada recomendado.
Isso porque ideia do investimento estrangeiro é fazer com que o país tenha mais reservas financeiras para ampliar sua produção e crescimento econômico. Se uma passa a substituir a outra, não há ganho real.
Contrapartida da poupança externa
Ninguém aplica dinheiro em um projeto que acredita fracassar. Isso porque o intuito do investimento é ter um retorno, lucro.
O mesmo acontece com os países. Ao aceitar um investimento para a sua poupança externa, o país aceita que terá de pagar parte dos seus ganhos aos seus investidores.
E eles irão cobrar. Quer haja ganhos, quer não.
Com isso, é gerado um endividamento externo em vez de uma poupança.
Sem crescer, o país acaba não conseguindo pagar o que deve, mergulhando ainda mais em uma crise econômica externa.
Histórico da poupança externa brasileira
A história é marcada por crises como esta, principalmente no Brasil. Na década de 80 ocorreu a primeira delas, de grandes proporções.
O problema foi superado apenas nos anos 90, com o Plano Brady. Entretanto, a prática de obtenção de recursos do exterior foi retomada.
Na época, a indicação era de que os países em desenvolvimento convivessem com déficits em suas contas externas.
O excesso disto gera crises de balanço de pagamentos. Além de uma manutenção frágil da economia destes países, ciclicamente dependentes de outras nações.
Afinal, há uma constante dívida externa com a qual lidar. Algo visto de perto no Brasil das décadas de 1990 e 2000.
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Por isso, a poupança externa é um tema tratado com cautela por diversos economistas. Porém, se bem aplicada, pode alavancar toda uma economia.