Plano Collor: como funcionou o plano do confisco da poupança?
Quase todo mundo já voltou falar sobre o Plano Collor, principalmente por conta do confisco da poupança. Esse, inclusive, é um dos fatores que muitas pessoas tem medo de começar a investir.
Por isso, é importante saber como funcionou o Plano Collor e como era conjuntura econômica que o Brasil naquela época.
O que é Plano Collor?
O Plano Collor é o nome dado ao conjunto de reformas econômicas e planos de estabilização da hiperinflação que foram criados durante a presidência de Fernando Collor de Mello.
Durante o início da década de 90, a economia brasileira vivia um período de inflação extremamente elevada. Desse modo, para tentar solucionar esse problema foi lançado o Plano Collor.
Quando surgiu o Plano Collor?
No final da década de 80 e início da década de 90, o Brasil estava vivendo um período de estagnação econômica muito forte.
No entanto, em meados de 1989 havia uma euforia política muito grande. Era ano em que seriam celebradas as primeiras eleições diretas pluripartidárias para presidente após um longo período de ditadura militar.
Naquela época, entre as candidaturas de nomes bastante conhecidos, tais como Lula da Silva e Ulysses Guimarães. Surgiu então o governador do Estado de Alagoas, Fernando Collor de Mello, que com suas propostas modernas e de combate à corrupção, conseguiu ser eleito naquele ano.
Surgiu então o governador do Estado de Alagoas, Fernando Collor de Mello, que com suas propostas modernas e de combate à corrupção, conseguiu ser eleito naquele ano.
Como funcionou o Plano Collor?
Pouco depois de eleito, mais precisamente no dia 16 de março de 1990, Fernando Collor lançou o seu plano com o objetivo de estabilizar a inflação no país.
Dessa forma, dentre as medidas mais polêmicas vistas no período, foi a retenção da poupança dos brasileiros junto aos bancos.
Essa política, que logo ficou conhecida como “confisco da poupança”, gerou um pessimismo generalizado na economia do país. No entanto, na visão do governo da época, essa retenção seria muito benéfica aos brasileiros.
Desse modo, uma vez retido os recursos dos poupadores, esse valor seria devolvido em 18 meses, após uma correção de juros a partir de 6% ao ano.
No entanto, essa promessa não foi cumprida pelos dirigentes do plano, e centenas de milhares de pessoas foram à justiça exigir o seu dinheiro de volta.
Quais foram as medidas do Plano Collor?
De forma resumida, as medidas do plano Collor foram diversas, e nem todas elas repercutiram de forma positiva.
De forma resumida, o Plano Collor era composto pelas seguintes medidas:
- Privatização de estatais;
- Flutuação do câmbio sob controle estatal;
- Fechamento de ministérios e demissões de funcionários públicos;
- Retenção da poupança de depósitos superiores a 50 mil cruzeiros (equivalente a cerca de R$ 6 mil);
- Mudança de moeda, que passaria do cruzado novo para o cruzeiro;
- Abertura do mercado externo e fim de subsídios estatais.
Primeiramente, buscava-se a privatização de algumas estatais como forma de arrecadar com a venda e diminuir a burocracia governamental.
Por outro lado, também haveria uma diminuição nos custos relacionados ao fechamento de alguns ministérios e demissões de funcionários públicos.
Além disso, haveria flutuação do câmbio sob controle estatal, que definiria o valor da moeda, ao contrário do câmbio flutuante usado hoje. Uma outra medida seria a mudança da moeda, que passaria do cruzado para o novo cruzeiro.
Além disso, ocorreria a abertura do mercado externo e fim de subsídios estatais, visando o desenvolvimento econômico do Brasil. Por fim, houve retenção da poupança de depósitos superiores a 50 mil cruzeiros (equivalente a cerca de R$ 6 mil), que foi, de longe, o ponto mais impopular do plano.
Por que o plano Collor deu errado?
Com o fracasso do primeiro plano, o governo logo lançou o segundo Plano Collor, que começou em janeiro de 1991. Esse plano incluiu novos congelamentos de preços, dos quais causaram crise na oferta de produtos.
Além disso, houve a substituição das taxas overnight por novas ferramentas fiscais que incluíam no seu cálculo as taxas de produção antecipada de papeis privados federais.
Entretanto, esse plano econômico também não conteve a inflação, e muito menos conseguiram estabilizar a economia brasileira. Somando-se a isso a década perdida nos anos 80, parecia que o Brasil continuaria em trajetória descendente.
Dessa forma, vê-se que não existe bala de prata. Portanto nenhuma intervenção econômica feita de forma abrupta que corrija uma economia devastada por fatores estruturais.
Portanto, depois de um plano tão nefasto para a economia brasileira e para a geração de empregos, ficou claro que seria preciso tomar outras medidas, o que acabou gerando o Plano Real.
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