Anualmente, diversas instituições internacionais como Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial divulgam a lista dos países com maiores PIBs do mundo. Para realizar essa comparação entre economias que utilizam diferentes moedas, é necessário converter o PIB de cada um desses países para uma mesma moeda – no caso, o dólar. Porém, essa conversão direta pode causar algumas distorções – e, para contornar isso, muitos economistas preferem usar um outro tipo de cálculo: a partidade de poder de compra, ou PPC.
A paridade de poder de compra oferece um cálculo mais aproximado e elimina as possíveis disparidades que o câmbio pode apresentar no PIB de um país. Entretanto, esse método de comparação também possui uma série de críticas e limitações.
O que é a paridade de poder de compra (PPC)?
A paridade do poder de compra (PPC) – em inglês, purchasing power parity (PPP), é um parâmetro que corrige o cálculo do Produto Interno Bruto, aproximando o seu valor da real capacidade econômica de um país. Muito utilizado para comparações internacionais, o PIB por Paridade de Poder de Compra (PPC) consegue remover as distorções causadas pelas diferentes taxas de câmbio, custos de vida e rendimentos da população – demonstrando com mais assertividade a produção total da economia um país.
Formulado originalmente pelo economista sueco Gustav Cassel, o método PPC é baseado na ideia de que o câmbio tende a se desvalorizar ao mesmo tempo que o nível de preços na economia aumenta. Dessa forma, o PIB por PPC relaciona a capacidade aquisitiva de uma economia com o custo de vida do local, para entender qual é o seu verdadeiro poder de compra.
Qual a função do método de paridade de poder de compra?
Para comparar o tamanho de duas economias, os economistas geralmente convertem o valor de cada PIB para uma mesma moeda – o dólar. Porém, nem sempre essa conversão de câmbio reflete exatamente o poder de compra em cada um dos países. Na verdade, essa forma de cálculo acaba gerando uma distorção considerável, já que qualquer variação no câmbio também irá mudar o resultado do PIB.
Logo, a PPC tenta minimizar essa disformidade, adicionando no cálculo do PIB as diferenças de rendimentos de cada população e o nível de preços praticado em cada país. Isso gera um parâmetro melhor para comparar o poder de compra entre uma economia e outra.
Como o PPC é calculado?
Para formular a paridade de poder de compra, são escolhidos alguns produtos básicos, para formar uma espécie de “cesta internacional”. O preço desta cesta na moeda local de cada país é comparado ao preço da mesma cesta em dólares – a moeda utilizada como referência.
Dessa comparação, encontra-se a PPC de um país em relação ao dólar americano. Por isso, os Estados Unidos, país padrão do dólar, possui uma PPC = 1, e todos os demais países apresentam ganho no PIB em dólar PPC.
Dessa forma, ao comparar efetivamente o preço de produtos em vez da taxa de cambio entre moedas, o multiplicador utilizado na PPC para igualar dois PIBs diferentes fica menos distorcido e mais próximo da realidade econômica
Limitações e críticas ao método PPC
Porém, justamente por se basear em uma estimativa de preços, muitos economistas exergam problemas ao utilizar a PPC como referência. Isso acontece porque o nível de preços no mercado não varia de forma uniforme – já que a inflação no preço dos alimentos pode ser maior que a inflação no preço dos imóveis, por exemplo. Ao mesmo tempo, muitas vezes os preços oscilam por diversos outros fatores que não são econômicos.
Além disso, os padrões de compra e produção também costumam ser bem diferentes de país para outro, o que inviabilizaria a utilização da paridade de poder de compra como uma referência para comparações.