Você conhece o conceito do paradoxo da parcimônia?
O conceito do paradoxo da parcimônia é muito importante, pois ele afeta diretamente o nível de poupança de um país.
O paradoxo da parcimônia é um conceito bastante complexo e muitas vezes alvo de polêmicas. Como o seu próprio nome indica, ele é paradoxal. No entanto, não deixa de ser bastante relevante. O paradoxo da parcimônia é o conceito que afirma que a busca por uma maior poupança individual, se generalizada, pode acabar por levar a uma menor poupança bruta.
Como você pode perceber, esta afirmação parece contraditória.
No entanto, ao entender a dinâmica deste paradoxo da poupança, é possível compreender o sentido por trás deste conceito.
Além disso, é importante ressaltar que a existência ou não deste paradoxo está diretamente relacionada ao momento no qual a economia se encontra.
Isto é, se a economia se encontra em uma recessão (abaixo do pleno emprego) ou em período de superaquecimento (acima do plano emprego). Esta questão será explicada mais adiante.
A dinâmica do paradoxo da parcimônia
O paradoxo da poupança ocorre da seguinte forma.
Imagine que você resolve poupar recursos para a sua aposentadoria para investir em títulos de dívida pública.
Isto, obviamente, é benéfico para o seu futuro. No entanto, para isto, você abre mão de consumo no presente.
Ainda assim, esta é uma decisão que continua sendo benéfica para o seu futuro. Pois as suas aplicações irão render juros reais.
Agora imagine que todo mundo da economia pense exatamente igual a você. Ou seja, que todo mundo resolva poupar boa parte de sua renda para investir em títulos.
Qual a consequência desta ação?
A consequência desta ação é que irá existir menos consumo na economia. Afinal, boa parte da renda está sendo destinada para a poupança.
Com menos consumo, o que ocorre?
Ocorre que a atividade econômica irá diminuir. Ou seja, as empresas irão lucrar menos e a renda irá cair. Pode ocorrer ainda, em casos extremos, de os preços da economia e até os salários caírem.
Toda esta redução da atividade econômica, da renda e do salário podem levar, justamente, a uma queda da poupança.
É exatamente neste ponto em que se encontra o paradoxo do conceito. Um aumento da poupança pode, ao fim, levar a uma redução da poupança bruta do país.
A questão de onde a economia se encontra
Este paradoxo é, de acordo com os especialistas, presente quando a economia se encontra abaixo do estado de pleno emprego.
Ou seja, quando o índice de desemprego está elevado e o país se encontra em uma recessão.
Nesta situação, seria necessário um aumento do consumo para que a economia retome à rota do crescimento.
Assim, o aumento da poupança pode se excessivo, e em alguns casos, atrapalhar a retomada da economia.
Em cenários assim é extremamente importante uma retomada do consumo, para que o país volte a criar empregos e gerar desenvolvimento.
Em situações onde o país se encontra no equilíbrio do pleno emprego, ou acima deste, é extremamente recomendável a poupança. Isto porque um aumento do consumo pode levar a um aumento da inflação.
Assim, o paradoxo da parcimônia é mais notório em casos de recessão econômica.