Orçamento familiar: como ajustar a vida financeira da sua família
Bem antes de aprendermos a investir, quando moramos com nossos pais, não temos ideia de como funciona na prática a gestão de um orçamento familiar.
Por isso, ao chegar na vida adulta e sair da casa da família, muitas pessoas acabam se endividando por não conseguirem ajustar o orçamento familiar à sua realidade financeira.
O orçamento familiar é o planejamento de renda familiar de forma a ajustar os gastos fixos e variáveis para que não ultrapasse tudo o que a família recebe. Mais do que isso, para que, sempre que possível, seja possível investir o dinheiro de olho em um futuro mais confortável financeiramente.
Este, inclusive, é um ponto de discussão constante em jovens casais que não se planejaram financeiramente antes de passarem a dividir o teto e as contas.
Vale lembrar que o orçamento familiar não é válido apenas para casais. Ele ainda pode ser aplicado também a irmãos ou amigos que morem juntos.
Até mesmo quem mora sozinho se enquadra nesta definição.
Para ter uma vida financeira saudável, é preciso organizar as contas de casa. O que inclui fazer os ajustes necessários para quitar as dívidas já existentes e não precisar fazer novas posteriormente.
Esta organização deve ser feita de modo a permitir que o casal consiga viver com a renda que tem. Mas também possa direcionar uma parte deste dinheiro possa ser investido.
Cuidados com o orçamento familiar
O primeiro passo para organizar o orçamento doméstico é saber quais são os gastos fixos já existentes, como:
- Planos de saúde;
- Aluguel/financiamento e condomínio;
- Mensalidade da escola ou faculdade;
- Gastos com internet e televisão;
- Remédios de uso contínuo.
A soma destes valores é o total de gastos fixos desta família.
Após descobrir esse montante, será a hora de calcular os gastos variáveis, que podem ser:
- Cartão de crédito;
- Combustível e manutenção do carro;
- Contas de água, energia e gás;
- Custo da alimentação mensal (compras do mês e restaurantes);
- Compra de roupas;
- Diversão.
Adicione o total destes gastos variáveis aos gastos fixos e se saberá o total médio de despesas mensais da família.
Somando os valores obtidos mensalmente por todos economicamente ativos da casa, se descobrirá a renda familiar.
Se o total de gastos for maior do que a renda familiar… Bem, há um problema.
Então, a solução é diminuir os custos, tanto fixos quanto variáveis.
Para isso, pode-se optar por contratar um serviço de internet mais barato.
Um serviço de streaming em vez de televisão a cabo também sai mais em conta.
Até passar a fazer as compras domésticas em um supermercado mais barato pode ajudar a fechar a conta.
Preparar as próprias refeições, em casa em vez de almoçar em restaurantes todos os dias, é uma boa pedida para quem tem essa possibilidade.
Economizar no uso de água e energia elétrica é fundamental, até mesmo por questões ambientais. Banhos de uma hora nunca mais!
Outra boa opção para ajudar neste processo de equalização das contas é obter uma nova fonte de renda.
Muitos profissionais podem conseguir um trabalho freelancer na sua área, conciliando este com o seu trabalho principal.
Vale até mesmo investir em prestar consultoria ou vender o que não se usa mais.
Isto vale para eletroeletrônicos e roupas, por exemplo, e ainda ajuda a quitar as dívidas.
Exemplo de orçamento familiar ideal
Quem chegou até aqui e percebeu não se encaixar na descrição acima, parabéns!
Mas não basta estar livre de dívidas: ainda há trabalho a ser feito para chegar no orçamento doméstico ideal.
Por isso, sabendo qual é a renda da família e que em vez de faltar sobra dinheiro no final do mês, a dica é organizar estes gastos sob alguns percentuais.
Os custos básicos para a sobrevivência (presentes tanto nos gastos fixos quanto nos variáveis) deveriam comprometer até 60% da renda familiar.
Assim, um casal cujas rendas individuais somadas totalize R$ 5 mil deverá usar até R$ 3 mil com aluguel, água, luz, gás, comida e planos de saúde, por exemplo.
Aquelas despesas das quais não dá para se isentar.
Seguindo o exemplo acima, 10% desta renda familiar devem ir para uma reserva de emergência.
Isso porque ninguém quer estar desprevenido em caso de uma demissão, de um cano subitamente furado ou mesmo de uma doença inesperada.
Assim, dos R$ 2 mil restantes, R$ 500 deverão ir para esta reserva.
Outros 10%, ou seja, mais R$ 500 devem ir para objetivos de longo prazo.
Isto pode incluir os investimentos feitos com foco na aposentadoria do casal.
Os 20% restantes do orçamento domésticos, R$ 1 mil, podem ser utilizados como a família bem entender, como viagens, passeios ou compras.
Vale até mesmo investir em aplicações para objetivos pessoais de curto prazo.
Vale lembrar que quanto mais investimento com foco em longo prazo a família tiver, melhor será a condição financeira no futuro.
O importante é ter em mente que, sem um orçamento familiar saudável, dificilmente será possível fazer o dinheiro render tanto quanto o desejado.