É muito comum me perguntarem quando ou se o investidor deve em algum momento vender uma ação.
Exceto aqueles casos em que o investidor precisa vender por necessidade, por conta de alguma urgência ou algo extremo e pontual (e aqui o ideal seria ter uma reserva de emergência), eu acredito que o investidor só deveria vender suas ações em três circunstancias, as quais eu abordarei logo abaixo.
Eu não estimulo o trade, ou o giro frenético de carteira e isso vai contra também a filosofia da Suno, como eu acho que já deixamos bastante claro em nossas postagens e conteúdos publicados.
Porém, eu também não sou contra embolsar parte dos ganhos caso a ação atinja um patamar de sobrevalorização, ou mesmo vender quando ocorrem algumas outras condições, pois eu acho que, o investidor que nunca vende uma ação, mesmo em qualquer circunstância, é um investidor que pode estar correndo sérios riscos e também deixando de rentabilizar de forma mais inteligente a sua carteira.
Para auxiliar os investidores a identificar momentos em que se deve cogitar em vender uma ação, listei abaixo as principais circunstâncias que eu avalio que sejam importantes levar em conta.
As três circunstâncias que o investidor deveria considerar vender uma ação
A) Melhores oportunidades
O mercado é volátil e por conta disso, de tempos em tempos, muitos papéis de boas empresas acabam sofrendo desvalorizações relevantes, mesmo que não tenham relação com seus fundamentos.
Do outro lado, algumas ações também sofrem valorizações expressivas, que demonstram um otimismo exacerbado sobre aquele papel, e que também pode não fazer muito sentido.
Nesse caso, eu considero uma alternativa interessante, caso o investidor não tenha muitos recursos em renda fixa ou caixa, vender as ações de uma empresa que esteja mais valorizada ou cara e realocar esses recursos na compra de um papel que esteja sofrendo desvalorizações fora do comum e esteja bastante barato.
Ou seja, caso surja uma oportunidade muito grande, como por exemplo, as ações de uma boa empresa estarem caindo muito de forma recorrente, vender uma ação mais cara e substituir por essa pode ser muito inteligente.
Fazendo isso, o investidor estará reduzindo seu risco, elevando sua margem de segurança e geralmente adquirindo um papel com potencial de ganhos maiores.
Lembre-se: O investidor pode vender até R$ 20 mil por mês em ações sem ter que pagar imposto de renda, o que torna essa possibilidade bastante atrativa e auxilia o investidor quando se faz necessário vender algum ativo.
B) Preço sobrevalorizado e valuation caro
Quando o preço de uma ação se encontra extremamente elevado e sobrevalorizado, o investidor naturalmente deixa de ter margem de segurança no investimento e seu risco naturalmente passa a crescer consideravelmente.
Além disso, patamares muito elevados de preços também se refletem em dividend yields muito baixos, reduzindo e muito a capacidade daquele ativo em entregar bons dividendos.
Portanto, eu acredito que uma das condições em que o investidor pode considerar vender uma ação é quando seu preço está muito elevado e seus múltiplos caros.
Mas lembre-se, nesse caso, não significa necessariamente que o investidor deverá vender e colocar os recursos em renda fixa, mas sim poderá optar por alocar os recursos na compra de uma nova ação.
C) Perda de fundamentos e deterioração
Outra ocasião a qual eu avalio e julgo que seja um momento necessário de se vender uma ação é quando a empresa perde seus fundamentos e passa a se deteriorar de forma severa.
Neste caso, mesmo que os papéis não pareçam caros ou mesmo que o investidor esteja com algum prejuízo, caso a empresa esteja passando por uma situação muito adversa e irreversível, vender as ações o mais rápido possível é a atitude ideal.
Muitas empresas acabam se endividando de forma expressiva para realizarem aquisições ou investimento, colocando-as em uma situação de grande vulnerabilidade.
Esses investimentos, no entanto, nem sempre dão certo e muitas vezes prejudicam gravemente a rentabilidade da empresa, e por conta do alto endividamento a empresa se coloca em um “beco sem saída”.
O investidor deve estar sempre de olho na saúde financeira da empresa, em suas métricas de rentabilidade, seus níveis de endividamento e situação financeira.