Entenda o que é neutralidade da moeda e o que ela representa na economia

Políticas monetárias são utilizadas em larga escala pelos Bancos Centrais para manter o poder de compra da moeda corrente e garantir o pleno funcionamento de uma economia. Porém, existe uma série de economistas que rejeitam esse tipo de prática, afirmando que o controle monetário teria pouca efetividade e não seria melhor medida para manter a estabilidade econômica. Dentre as teorias que defendem esse ponto de vista, uma das principais é a hipótese da neutralidade da moeda.

Dessa forma, a teoria da neutralidade da moeda contraria o que diz diversas outras correntes econômicas, como o keynesianismo, o monetarismo e a escola austríaca.

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O que é a neutralidade da moeda?

A neutralidade da moeda é uma teoria econômica que defende que variações na base monetária não afetam variáveis reais da economia. Nesse caso, as alterações seriam apenas nas variáveis nominais – como mudanças nos preços, salários, taxas de câmbio, entre outros. Logo, a moeda seria um elemento econômico neutro, especialmente no longo prazo.

Dessa forma, a neutralidade da moeda afirma que qualquer política monetária não possui nenhuma efetividade real. Ou seja, aumentar ou diminuir a quantidade de moeda circulante em uma economia não causaria nenhum efeito concreto em questões como taxa de desemprego, produção interna, consumo, investimentos e nível de atividade econômica.

neutralidade da moeda

Explicando o conceito por trás da neutralidade da moeda

A neutralidade da moeda implica que a atuação de um banco central não tem o poder de afetar a economia real ampliar ou reduzir a base monetária. Isso acontece porque qualquer variação na oferta de moeda seria compensada, ao mesmo tempo, por uma variação proporcional nos preços e salários.

Fundamental na economia clássica, a neutralidade da moeda relacionando diretamente como o conceito da dicotomia clássica. Esse princípio afirma que variáveis nominais e contaminam as variáveis reais – e, por isso, devem sempre ser analisadas separadamente.

Sendo assim, a neutralidade da moeda serve de base para modelos macroeconômicos ortodoxos, como a teoria dos ciclos reais de negócios, que considera que apenas os choques reais são capazes de produzir algum efeito dentro da economia – principalmente no longo prazo.

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Opiniões e críticas a teoria da neutralidade da moeda

Muitos economistas concordam que a neutralidade monetária explica de forma satisfatória como a economia se comporta em períodos de longo prazo. Porém, no curto prazo, a teoria não seria tão aplicável assim, já que os choques monetários poderiam afetar diretamente o produto.

Um argumento contra a teoria é a ideia de que os preços, e especialmente os salários, são possuem rigidez no curto prazo. Ou seja, ocorrendo uma variação na oferta monetária, os agentes não possuem flexibilidade o suficiente para mudar os preços no mesmo ritmo – especialmente quando o movimento for de queda. Dessa forma, o ajuste não seria instantâneo, invalidando a neutralidade da moeda.

Já para economistas de inclinação keynesiana, a neutralidade da moeda é rejeitada tanto no curto quanto no longo prazo. Para eles, a moeda teria efeitos reais na economia, principalmente como um instrumento anticíclico. Ou seja, especialmente em momentos de crise, aumentar a oferta monetária seria capaz gerar um efeito positivo na economia e elevar o nível de produção, emprego e renda.

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Tiago Reis
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