Em se tratando de macroeconomia, há várias abordagens e modelos teóricos para explicar a relação entre comércio internacional e economia interna. Nesse contexto, um dos mais conhecidas é o modelo Mundell Fleming.
O modelo Mundell Fleming foi criado nos anos 1960 pelo economista canadense Robert Mundell (Prêmio Nobel de Economia em 1999) e pelo economista britânico J. Marcus Fleming. Tal modelo foi desenvolvido a partir da revisão do modelo tradicional keynesiano.
O que é o modelo Mundell Fleming?
O modelo Mundell Fleming é um conjunto de teorias que prevê uma configuração de economia aberta. Nesse cenário, os mercados de capital e bens são internacionalmente integrados.
O modelo se baseia em uma curva de Balança de Pagamentos (BP), que escreve a relação, a curto prazo, entre produto Y e câmbio real.
Esse modelo basicamente explica as causas das flutuações de curto prazo na renda agregada em uma economia aberta. Assim, o impacto do ajuste econômico é suportado pelos movimentos da taxa de câmbio nos mercados de câmbio, para que se mantenha a taxa de câmbio oficialmente determinada.
Desta forma, as premissas básicas desta economia aberta é a integração ao mercado internacional de capitais e a possibilidade de permitir a flutuação da taxa de câmbio.
Premissas do modelo Mundell Fleming
Basicamente, o modelo Mundell Fleming propõe que:
- Sob um regime de taxa de câmbio flexível, a política fiscal não possui qualquer poder de afetar a produção, enquanto a política monetária é muito eficiente;
- O oposto é verdadeiro caso a taxa de câmbio for fixa;
- Os mercados internacionais de capital estão totalmente integrados, o que influi muito nos resultados.
Dessa forma, pode-se dizer que o modelo Mundell Fleming prevê uma política monetária expansionista. Tal expansão tende a diminuir a taxa de juros.
Por outro lado, incentiva a saída de capital financeiro, uma vez que os investidores locais buscam retornos mais elevados ao comprarem títulos estrangeiros.
Assim, a livre movimentação do capital e a integração comercial determinam a capacidade de a política monetária estimular a economia interna. Porém, prejudicam os efeitos da política fiscal quando a taxa de câmbio é flexível.
Qual é a lógica do modelo Mundell Fleming?
O principal argumento do modelo Mundell Fleming é supôr que o comportamento de uma economia depende crucialmente do sistema de câmbio existente.
Quer dizer, se opera um sistema de taxa de câmbio flutuante ou um sistema de taxa de câmbio fixa.
Assim, a taxa de juros doméstica (r) equivale à taxa de juros mundial (r*). Considera-se, para tanto, uma pequena economia aberta com mobilidade de capital perfeita.
Este modelo, a exemplo do IS-LM, está baseado na hipótese de uma nivelação de preço fixo. Ele mostra a interação entre os mercados de bens e monetário.
Por sua vez, o IS-LM serve para, em termos de macroeconomia, avaliar o comportamento global de uma economia. Considera o efeito de ações das políticas monetária e fiscal.
Desta forma, o IS-LM é em geral apresentado em um gráfico com duas variáveis: taxa de juro e produto real, combinando as curvas IS e LM.
Trilema de Mundell Fleming
O Trilema de Mundell Fleming é também chamado de “A Trindade Impossível”. Ele expressa as opções limitadas disponíveis aos países para definir a política monetária.
Assim, o Trilema de Mundell-Fleming determina três elementos básicos:
- Fluxo livre de capital;
- Taxa de câmbio fixa;
- Política monetária.
Um país não pode alcançar o livre fluxo de capital, taxa de câmbio fixa e política monetária ao mesmo tempo. Diz o Trilema que, tendo dois dos elementos da trindade, o terceiro se torna inalcançável.
Para entender melhor os efeitos práticos de teorias econômicas como modelo Mundell Fleming, é preciso acompanhar o noticiário econômico atentamente. Para não perder nenhuma informação, assine agora a nossa lista gratuita de Whatsapp e receba, diretamente no seu celular, as principais notícias econômicas do dia.