Moeda-mercadoria foi uma dentre as muitas moedas utilizadas ao longo dos séculos de relações comerciais e sistemas de trocas. Nesse período, houve aprimoramento dessa dinâmica, que passou do escambo até a utilização da moeda fiduciária utilizada atualmente no mercado financeiro.
Um dos fatores de adoção da moeda-mercadoria é que possuía grande aceitação da sociedade, principalmente quando o produto era de difícil acesso. Como consequência, isso gerava valor para a mercadoria, a qual acabava sendo utilizada como meio de troca.
O que é moeda-mercadoria?
A moeda-mercadoria é a moeda cujo valor corresponde a própria mercadoria da qual ela é feita. Ou seja, o produto em questão é aceito como se fosse dinheiro. No entanto, é fundamental que o produto seja de aceitação geral para que possa ser transacionado como moeda.
Além disso, qualquer produto pode ser utilizado como moeda-mercadoria. Contudo, o que vai definir se o produto é interessante ou não para negociar é seu valor de uso. Ou seja, a utilidade que o produto pode trazer para quem vai recebê-lo.
Em outras palavras, podemos dizer, por exemplo, que o sal não seria uma boa moeda-mercadoria nos dias de hoje. Contudo, antigamente ele era muito bem aceito como moeda, pois, além de raro, era utilizado para conservar os alimentos.
Entre outros exemplos de moeda-mercadoria, temos os metais preciosos como ouro, cobre e prata. Qualquer um desses metais tem valor próprio e pode ser facilmente transacionado. Em relação ao ouro, uma evidência de sua ampla aceitação em diversas épocas foi a criação do padrão-ouro.
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Casos de utilização
A moeda-mercadoria foi utilizada em várias partes do mundo como meio de troca de produtos. Assim sendo, na Babilônia e na Assíria utilizava-se a prata, o cobre e a cevada como moeda. Enquanto isso, na Roma Antiga, o sal era utilizado como moeda.
Já na Alemanha medieval, a moeda-mercadoria era representada por gado, cereais, ouro e prata. No norte europeu, os peixes secos também assumiram a função de moeda anteriormente.
Ainda de acordo com relatos históricos, em Guiné, país da África ocidental, durante muito tempo escravos foram utilizados como moeda-mercadoria.
Sabe-se também que, na Índia, a seda, a lã, o açúcar, o chá, o sal e o gado também eram da mesma forma utilizados como moeda
Moeda-mercadoria no Brasil
Há registro da existência de moeda-mercadoria no Brasil, principalmente no período colonial, sob a forma de uma infinidade de mercadorias. Estas eram sempre ligadas as necessidades do período econômico correspondente. Entre essas moedas-mercadorias que já foram usadas no país podemos citar:
- Açúcar
- Farinha
- Aguardente
- Sal
- Tabaco
- Cacau
- Gado
Substituição da moeda-mercadoria
Com o passar do tempo e o surgimento do dinheiro, as transações comerciais com mercadorias se tornaram obsoletas. Vários motivos contribuíram para isso. Entre eles, verificou-se que o valor da mercadoria variava muito.
Além disso, os produtos que eram perecíveis dificultavam a acumulação de capital pela fonte recebedora dessa moeda. Outro problema muito comum era relacionado ao tamanho da mercadoria. Uma cabeça de gado, por exemplo, não poderia ser facilmente fracionada, além de ser de difícil transporte.
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