Estudar a lucratividade de uma empresa é essencial para analisar a qualidade do negócio da mesma. Nesse sentido, um dos indicadores mais observados pelos analistas é a margem EBITDA.
Como o próprio nome sugere, a margem EBITDA é baseada no lucro que a empresa teve antes de serem contabilizados os juros, a depreciação e a amortização do período corrente.
O que é a margem EBITDA?
A margem EBITDA (em português, margem LAJIDA) se refere à razão do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização pela receita líquida de uma empresa.
Como o EBITDA retira todas as variáveis anteriormente citadas, podemos dizer que o resultado de margem desse indicador pode fornecer, para um investidor ou empresário, uma visão clara da lucratividade operacional do seu negócio.
Exemplo prático de cálculo da margem EBITDA
Nada melhor do que um exemplo prático de aplicação para termos uma melhor compreensão do conceito.
Então digamos que uma empresa XYZ apresente uma receita de R$ 300.000 e um EBITDA de R$ 80.000. Nesse caso, calcularíamos a margem dividindo o EBITDA pela receita líquida.
Ou seja, a margem EBITDA seria:
- Margem EBITDA = R$ 80.000 / R$ 300.000 = 0,26.
Como o resultado sempre será expresso em porcentagem, devemos multiplicar esse valor por 100, o que nos dá uma margem EBITDA de 26%.
Como analisar a margem EBITDA?
Muitos analistas gostam de observar essa margem pois ela mostra a lucratividade de uma empresa antes das deduções que pouco tem a ver com o processo de tomada de decisão comercial de um negócio.
Então, temos que as deduções de juros, impostos, depreciação e amortização, embora importantes para serem levados em consideração, não fazem parte do resultado operacional de uma empresa.
O cálculo dessa margem permite que os analistas e investidores comparem e contrastem empresas de diferentes tamanhos e modos de operar dentro de uma mesma indústria. Isso acontece pois ele “quebra” o lucro como uma porcentagem da receita.
Isso implica em dizer que o proprietário dessa empresa pode saber quanto dinheiro operacional é gerado por cada real de receita arrecadado com as vendas. Logo, é possível usar essa margem como referencia em comparação aos outros pares da indústria.
Por exemplo, suponha que dono da empresa XYZ viu o seu negócio gerar uma margem EBITDA de 26%. Dessa forma, ele pode muito bem comparar o seu negócio com outra empresa lotada no seu setor que obteve uma receita de R$ 1.000.000 e EBITDA de 150.000, resultando numa margem de 15%.
Ao fazer essa comparação, podemos dizer que ele opera o seu negócio de forma muito mais lucrativa e eficiente do que o seu concorrente maior.
Desvantagens e limitações da margem EBITDA
Como vimos logo no começo, com a exclusão dos gastos com a dívida ao utilizarmos o EBITDA, podem ocorrer muitos pontos-cegos ao utilizarmos essa margem em avaliações.
Muitas vezes, é por esse motivo que algumas empresas usam essa margem enganosamente como forma de aumentar a percepção de um ótimo desempenho de resultados.
Por exemplo, companhias altamente endividadas não devem ser mensuradas pelo desempenho da sua margem EBITDA, porque o pagamento de juros é excluído dessa métrica quando pegamos o resultado puramente operacional de uma companhia.
Além disso, a margem EBITDA geralmente é maior do que a margem líquida, e as empresas com baixa lucratividade dependerão da margem operacional com uma medida para o seu sucesso no mercado financeiro.
Desse modo fique bem atento da próxima vez que ver uma companhia dando muito mais ênfase a margem EBITDA em detrimento dos resultados líquidos do seu negócio.
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