Com a crescente popularização do liberalismo como corrente filosófica e econômica, alguns termos vem ganhando cada vez mais destaque. Um deles é a conhecida “mão invisível do mercado” um conceito teórico que pode até mesmo influenciar governos e sua política fiscal.
Por mais que o tema tenha voltado a ganhar destaque recentemente, a ideia da mão invisível do mercado não é algo criado a pouco tempo. Essa ideia já vem ganhando destaque desde o século XVIII, através de filósofos e pensadores adeptos do liberalismo.
O que é a mão invisível?
A mão invisível é um termo que foi introduzido por Adam Smith em 1759 no livro “Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações” para se referir à interferência natural que o mercado exerce na economia.
Dessa forma, a mão invisível seria o mecanismo básico que forneceria as condições para o funcionamento do chamado livre mercado.
Este é um termo utilizado recorrente pelos defensores do liberalismo econômico e que têm grande significado tanto teórico quanto prático.
Adam Smith e a mão invisível
O fato de seu rosto estar atualmente estampando as notas de 20 pounds (libra esterlina) do Reino Unido mostra a sua relevância enquanto teórico.
Smith é um dos principais, se não o principal, nomes do liberalismo econômico. Seu trabalho até hoje é referência quando o assunto é Economia. E há um motivo para isso.
É importante ressaltar que o autor nasceu e cresceu durante o mercantilismo, prática caracterizada pelo controle estatal da Economia.
Talvez por isso o pensador tenha se proposto a analisar diferentes sociedades para descobrir o segredo para se tornar um país rico.
Sua conclusão, após anos de estudo, foi que a divisão de trabalho era a responsável por isto.
Isso porque, para Smith, alguém com grande conhecimento em determinada área produziria melhor do que uma pessoa com experiência prática em outro segmento.
Desta forma, a seu ver, nações mais prósperas eram as que propiciavam e incentivavam novas formas produção e trabalho. Inclusive por meio do empreendedorismo.
A mão invisível e o liberalismo econômico
O liberalismo econômico defende que o Estado não interfira no mercado. Mas interferir de que forma?
Regulamentando, intervindo em casos de variação no valor de moedas e produtos ou subsidiando-os. Ou mesmo taxando-os excessivamente. Algo que é recorrente no Brasil, por exemplo.
Uma economia liberal, em tese, trabalharia com autorregulação. Por isso, o liberalismo econômico acredita que as próprias empresas se ajudariam em caso de necessidade. E isto seria feito por tais empresários, ainda que não intencionalmente.
Segundo Adam Smith, só seria aceitável a intervenção do Estado em três casos:
- Para o estabelecimento e manutenção da Justiça;
- Em caso de necessidade de defesa do país/nação; ou
- Com a realização de obras públicas de instituições que não despertassem o interesse privado.
A mão invisível dentro da lógica de oferta e demanda
A teoria da oferta e da procura ainda é um dos principais pontos que reforçam a existência da mão invisível do mercado.
Ela afirma que um mesmo produto pode seguir dois distintos caminhos.
Um deles é uma grande oferta com baixa demanda, o que acarretaria a queda do preço do produto.
O segundo é a pouca oferta com uma grande demanda, o que encareceria este produto.
Algo que, comprovadamente, acontece. É possível ver tais alterações até mesmo em tarefas cotidianas, como uma ida à feira.
Na época de chuvas, o preço das hortaliças tende a ser menor, porque a produção e a oferta são maiores. Já no verão estes produtos se tornam escassos e mais, automaticamente, mais caros.
Críticas ao liberalismo e a ideia do mercado autorregulável
É importante destacar que o liberalismo econômico, assim como as demais teorias, não é aceita como o melhor caminho por todas as pessoas.
Entretanto, é impossível negar a sua influência no mundo capitalista. Tanto que ele é amplamente apresentado em uma série de leituras importantes para quem deseja investir.
Ainda que seja difícil encontrar uma economia que não demande a interferência do governo eventualmente.
Talvez a mão invisível que vemos hoje não seja apenas do mercado, mas tenha também ao menos um dedo do Estado.