Laissez faire: o que é a expressão fundamental do liberalismo
Laissez faire é uma expressão em francês usada para se referir ao liberalismo. Ela está ligada à ideia de deixar o mercado agir sem interferências das ações do governo.
Assim, o termo laissez faire faz parte de discussões sobre os limites da atuação do Estado, como por exemplo na formação de um oligopólio.
O que é laissez faire?
A expressão laissez faire significa “deixar fazer”, e representa uma das principais ideias da economia liberal. O modelo econômico defende que o Estado deve garantir apenas as condições adequadas, como o direito à propriedade. O restante deve se desenvolver de forma natural.
A versão completa em francês é “laissez faire, laissez aller, laissez passer, le monde va de lui-même”, que é traduzida para “deixai fazer, deixai ir, deixai passar, o mundo vai por si mesmo”. A expressão também é conhecida na forma grafada com hífen (laissez-faire)
Em resumo, o termo mostra os ideais defendidos pelo liberalismo. Isso é, as instituições privadas podem solucionar todas as suas questões sem uma interferência do governo.
Além disso, a teoria também propõe uma diminuição da interferência política. Assim, restringe-se também a atuação do Estado na economia. Caberia ao poder público apenas a fiscalização e regulamentação. Desta forma, a economia teria a interferência de uma chamada mão invisível que ditaria as condições.
A origem da expressão laissez faire é incerta. Mas ela ficou conhecida também por seu uso pelo Marquês de Argenson, em 1751. Na época, o escritor francês associou a frase ao liberalismo econômico.
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O laissez faire e Adam Smith
O termo “mão invisível”, derivado das teorias do economista e filósofo Adam Smith, faz referência a lei de oferta e procura. No liberalismo, como há a menor intervenção do governo quem regula fatores como preços e produção é o próprio mercado.
Segundo essa lógica, uma falta de um produto no mercado associada a uma grande procura pelo mesmo faz os preços deste bem aumentarem automaticamente. E, quando há uma redução na procura, os preços baixariam. Portanto, essa regulação aconteceria de forma automática, como se houvesse uma mão invisível capaz de intervir.
A mão invisível é a teoria que está diretamente ligada com a expressão laissez faire, onde o mercado é livre para agir. O princípio da expressão foi defendido pelo filósofo Adam Smith. Ele apontou que a interferência do Estado deveria ser mínima. Exceto, em três condições:
- Na justiça, garantindo a lei e a ordem;
- Na defesa nacional dos territórios;
- Na oferta de serviços públicos que não tivessem o interesse do setor privado.
O terceiro ponto que Adam Smith se refere diz respeito aos serviços públicos como saúde pública, a educação, o saneamento básico, entre outros.
A expressão do liberalismo
O economista e filósofo britânico John Stuart Mill dedicou um capítulo de um de seus livros para a expressão laissez faire. Em Princípios de Economia Política, publicado em 1848, ele tratou sobre os limites e princípios da expressão. Para o autor, a interferência do governo tem aspectos bons e ruins.
Se as liberdades forem ampliadas, o autor considera isso como algo bom. Do contrário ela seriam ruins. O economista britânico defendia o laissez faire como uma prática que deveria ser geral. Os princípios da expressão se tornaram popular nos Estados Unidos e na Europa só a partir do século XIX e do início do século XX.
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