A taxa de juros é o retorno que um investidor recebe em troca do risco de emprestar seu capital. Mas os juros negativos são o inverso: fazem com que o valor pago seja menor que o inicialmente disponibilizado.
Ter juros negativos é uma estratégia de estímulo usada por vários países para sair da crise de 2008 e que causa efeitos sobre a economia global. Ou seja, afeta os ganhos de quem investe em diversas modalidades do mercado financeiro.
O que são juros negativos?
Juros negativos é o nome dado para a situação onde a taxa de juros básica da economia são estabelecidas em um percentual abaixo de zero. Eles podem duas formas: juros nominais negativos e juros reais negativos.
No primeiro caso, é quando a taxa de juros é numericamente negativa – por exemplo, -1,00%. Nesse caso, os Bancos Centrais descontam efetivamente sobre os valores que as instituições financeiras mantêm depositadas neles. Para não perder dinheiro, os bancos optam por emprestá-lo em vez de deixá-lo guardado.
No caso da taxa negativa real, o valor numérico dos juros é positivo (por exemplo, 1,00%) — mas, ao mesmo tempo, a inflação está acima desse valor. Logo, o valor real dos juros estarão está num patamar menor do que a inflação.
Em outras palavras, a remuneração paga pelo Banco Central será mais baixa que a desvalorização do dinheiro no tempo. Novamente, compensa emprestá-lo a pessoas e empresas.
A taxa de juros negativa significa que você deve pagar o juros ao invés de recebê-lo. Na maioria dos casos, o principal fator que influencia os investidores a aplicarem seu dinheiro é a remuneração que recebem pela parcela do patrimônio aplicado.
Como funcionam os juros negativos?
As taxas básicas de juros são a referência do retorno pago em títulos de dívida pública (por exemplo, as Letras do Tesouro Nacional – LTN). Elas servem de base para empréstimos no sistema financeiro. Se os juros básicos estão em patamares baixos, os bancos são impelidos a cobrar menos juros, facilitando o acesso ao crédito.
O movimento das taxas de juros negativas se intensificou com a crise mundial de 2008. Ela ocorreu devido a uma grande quantidade de empréstimos com lastro imobiliário de baixa qualidade nos Estados Unidos.
Por causa de critérios inadequados na hora de conceder hipotecas, houve uma crise de inadimplência que afetou o sistema financeiro americano e, consequentemente, o mundial. O marco desse episódio é a quebra do banco Lehman Brothers em 15 de setembro daquele ano.
Com o mercado financeiro tomado em pânico, investidores e instituições tentavam antecipar o resgate de empréstimos devidos.
Mas, como havia grande quantidade de inadimplência “na ponta”, por causa das hipotecas concedidas a quem tinha pouca capacidade de pagamento, faltavam recursos.
O resultado disso foi, por fim, um efeito dominó que fez a liquidez global secar. Como resposta, bancos centrais de vários países reduziram as taxas básicas de juros, chegando até mesmo ao patamar de juros negativos.
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Países que já praticaram juros negativos
Nominalmente, há exemplos de juros negativos no Japão e juros negativos na Europa:
- Japão;
- Suíça;
- Suécia;
- Dinamarca.
Em relação a taxa negativa real, o principal exemplo são os Estados Unidos.
Os efeitos dos juros sobre os investimentos
A manutenção de taxas de juros em patamares muito baixos ou nominalmente negativos tem efeito sobre os ativos financeiros. Consequentemente, isso afeta o cálculo envolvendo investimentos.
Um desses reflexos é que o retorno menor oferecido pelos títulos públicos faz aumentar a procura por ativos de renda variável. Tradicionalmente, entretanto, os títulos públicos são ativos de menor risco que os de renda variável.
A perspectiva de economias centrais, como os Estados Unidos, aumentarem suas taxas básicas e saírem do campo dos juros abaixo de zero estimula a valorização de ações negociadas em bolsa de valores, por exemplo.
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