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Investindo no Exterior: algumas oportunidades em meio aos preços elevados

O cenário econômico mundial está repleto de incertezas. A União Europeia se encontra em meio a negociações que se estendem por cerca de três anos, desde a votação, em junho de 2016, para a saída do Reino Unido da comunidade.

Os Estados Unidos, há cerca de um ano, ingressaram em um conflito comercial com a China, cuja previsão de encerramento é incerta. As negociações passam por momentos de calmaria e alta tensão sem mostrar um direcionamento para o acordo final.

Recentemente, os conflitos dos norte-americanos se estenderam ao Iran, onde sanções foram impostas com o objetivo de prevenir que o país desenvolva armamento nuclear, segundo afirma o presidente americano Donald Trump.

Apesar de tantas incertezas na economia global, os Estados Unidos passam por um momento bastante promissor, com elevado crescimento econômico, baixas taxas de juros e inflação controlada.

O crescimento econômico dos Estados Unidos suprime o impacto das incertezas e leva o S&P 500, principal índice da bolsa americana, a quebrar recordes históricos. Com tamanha expectativa, somos levados a crer que as empresas americanas estão sendo negociadas por preços muito elevados.

De fato, os investidores estão com grandes expectativas em alguns setores que estão negociando seus ativos com múltiplos extremamente elevados, muitas vezes a um Preço/Lucro (P/L) acima de 30. Entretanto, uma indústria clássica tem atraído pouca atenção dos investidores, apesar dos resultados excelentes: os bancos americanos.

Os grandes bancos americanos, conglomerados gigantescos com lucros anuais bilionários, estão sendo negociados com desconto significativo em relação à média do mercado. Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway, concorda com esse ponto.

Nos últimos três trimestres, a companhia adquiriu 59 milhões de ações do maior banco do mundo, o JPMorgan, avaliadas em mais de US$6 bilhões. Buffett, grande admirador de Jamie Dimon, CEO e presidente do JPMorgan, afirmou, em entrevista concedida a CNBC no início deste ano, que foi tolo de não adquirir as ações antes.

Segundo Jason Goldberg, analista da Barclays, “desde a crise financeira, o JPMorgan tem ampliado sua participação de mercado quase todos os anos, apresentando as melhores métricas de retornos da indústria”. O analista coloca a ação entre suas favoritas.

Analisando o portfólio da Berkshire Hathaway, fica claro o gosto de Warren Buffett e Charlie Munger pela indústria de bancos americana. A companhia detém uma participação próxima ao limite permitido (10%) em alguns dos maiores bancos, o Wells Fargo e o Bank of America. A participação faz da Berkshire Hathaway a maior acionista das duas instituições.

Com resultados consistentes, que se materializam em pagamentos de dividendos e programas de recompra de ações, os grandes bancos americanos, especialmente o JPMorgan e o Wells Fargo, apresentam sólidas oportunidades de investimento para o longo prazo.

Os bancos estão bem capitalizados, sendo negociados com desconto significativo em relação à média do mercado, e com resultados sólidos e resilientes para suportar uma eventual crise que possa ameaçar o investimento.

O que nos leva à seguinte pergunta: como posso investir nos bancos americanos?

Existem basicamente duas formas de investir nesta indústria. Em primeiro lugar, é possível comprar BDRs dos maiores bancos americanos através da B3. As BDRs do JPMorgan e do Wells Fargo, por exemplo, são negociadas sob os tickers JPMC34 e WFCO34, respectivamente.

A outra maneira de investir nestas empresas é através da abertura de uma conta em uma corretora americana, onde é possível comprar diretamente as ações destas e de outras milhares de empresas negociadas nas bolsas dos Estados Unidos.

 

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