Muitos têm dúvida sobre o que é um investidor qualificado. Esse é um termo muito utilizado no mercado de capitais e que confere vantagens.
Por exemplo: até pouco tempo, apenas pessoas classificadas como investidor qualificado podiam investir em BDRs, uma forma de investir no exterior.
O que é Investidor Qualificado?
O investidor qualificado é um tipo de investidor que possui a liberdade para negociar determinados ativos que os investidores comuns não possuem. Para ter acesso a esses investimentos, ele deve cumprir alguns requisitos.
Primeiramente, vale a pena notar que há uma instrução da Comissão de Valores Mobiliares (CVM) que determina os quesitos para a classificação como investidor profissional.
Esse documento é a instrução CVM nº 554, que dá informações criteriosas a partir das quais se define o investidor qualificado e, da mesma forma, o investidor profissional.
Esse tipo de investidor possui acesso a uma série de ativos que não são permitidos ao investidor comum negociar, como alguns fundos com características específicas.
No entanto, é preciso notar que a CVM passou a permitir a negociação de BDRs – anteriormente acessíveis apenas ao investidor qualificado – para qualquer pessoa, de forma que esses ativos não são mais exclusivos a essa classe de investidor.
Quais os Tipos de Investidor Qualificado?
De acordo com a instrução CVM nº 554, há três formas para alguém se classificar como investidor qualificado:
- Pessoa com mais de R$ 1 milhão investido;
- Pessoa com certificação financeira;
- Investidor profissional.
1. Pessoa com mais de R$ 1 milhão investido
Qualquer pessoa física ou jurídica que possua mais de R$ 1 milhão em aplicações financeiras e ateste essa condição por escrito é considerada um investidor qualificado.
Ou seja: não basta apenas ter esse valor investido, uma vez que é preciso atestar por escrito que o investidor possui as competências para entrar nessa classificação.
2. Pessoa com certificação financeira
Uma pessoa física que possua uma certificação financeira aprovada pela CVM também pode entrar nesse grupo restrito de investidores.
No entanto, vale notar que não há uma certificação específica: a CVM permite certificações para o exercício da atividade de agente autônomo, administrador de carteiras, analista ou consultor de valores mobiliários.
3. Investidor profissional
O investidor profissional pertence a um dos seguintes grupos: instituições financeiras, seguradoras, sociedades de capitalização, planos de previdência, fundos de pensão, fundos de investimento, clubes de investimento gerido profissionalmente e investidores não residentes e outros.
Por outro lado, o investidor pessoa física pode possuir uma certificação que o permita atuar como investidor profissional, como as de agentes autônomos, administradores de carteiras, analistas e consultores de investimentos.
Por último, um investidor profissional pessoa física que não atua no mercado financeiro deve possuir, no mínimo, R$ 10 milhões em aplicações financeiras, além de assinar um termo de compromisso.
Portanto, todo investidor profissional é, por consequência, um investidor qualificado também.
Quais são os benefícios de ser investidor qualificado?
O investidor qualificado possui mais opções na hora de alocar seu capital, tendo oportunidades que não estão acessíveis à maioria da população.
Em primeiro lugar, é preciso notar que diversos tipos de fundos de investimento com características consideradas mais arriscadas não permitem a entrada de investidores não qualificados.
Sendo assim, esse tipo de investidor tem acesso a produtos mais exclusivos, podendo alcançar rentabilidades superiores à do investidor comum.
Até pouco tempo atrás, não era possível para um investidor não qualificado a compra dos BDRs, recibos de ações no exterior.
Esse tipo de ativo impedia muitas pessoas que queriam investir no exterior, mas não desejavam abrir contas em corretoras fora do Brasil.
Ou seja, para aquele investidor que deseja ter acesso a outros tipos de investimento, em tese considerados mais arriscados e sofisticados, a qualificação é requisito indispensável.
Contudo, é preciso entender também que existem outras formas acessíveis ao investidor comum, não qualificado. Por exemplo, através da compra de ações e fundos imobiliários na bolsa de valores.
Quais os investimentos exclusivos de um Investidor Qualificado?
Ao se tornar qualificado, o investidor poderá ter acesso a mais tipos de investimento, como:
- Fundos de investimento em participações (FIP)
- Fundos de mútuo de investimento em empresas emergentes (FMIEE)
- Aplicações em fundos com investimentos apenas no exterior
1. Fundos de investimento em participações (FIP)
Um fundo de investimento em participações (FIP) é a união de recursos voltada para a aplicação em companhias em fase de desenvolvimento (sejam abertas, fechadas ou sociedades anônimas).
2. Fundos de mútuo de investimento em empresas emergentes (FMIEE)
Um fundo de mútuo de investimento em empresas emergentes (FMIEE) é um fundo de private equity, ou seja, um investimento privado onde investidor aporta seu capital em empresas com potencial de crescimento, lucrando com a venda futura da mesma.
3. Aplicações em fundos com investimentos apenas no exterior
Fundos que invistam apenas em ativos no exterior precisam que seu cotista seja um investidor qualificado.
Por outro lado, é possível comprar ações diretamente no exterior através e corretoras estrangeiras, ou comprar BDRs. Também é possível comprar o ETF IVVB11, que acompanha o índice S&P500.
Como se tornar investidor qualificado?
De fato, pelos critérios que foram vistos, pessoas comuns que não desejam fazer exames de certificação, só poderão ser consideradas qualificadas caso tenham mais de R$ 1.000.000 em aplicação financeiras. Essa é uma realidade de poucas pessoas.
Entretanto, não é verdade que o investidor mais rico será necessariamente mais qualificado.
Por exemplo, podem existir dois investidores: um com pouco dinheiro, mas muito conhecimento; e outro com mais de R$ 1 milhão, mas que só agora saiu da renda fixa.
No entanto, aquele investidor que detenha um patrimônio inferior a R$ 1 milhão, mas que possua uma boa aptidão técnica, poderá realizar as provas de certificação da CVM.
É verdade que será necessário um investimento mínimo para conseguir a certificação financeira e depois, ela precisará ser renovada.
Apesar disso, pode-se dizer que esse é o caminho mais rápido para se enquadrar nos critérios da CVM.
Mas é necessário escolher a certificação com cuidado. A prova que exige menos conhecimento técnico é a de agente autônomo de investimentos, enquanto a de Gestor é a mais complexa.
Ainda está com dúvidas a respeito de como ser um investidor qualificado? Comente abaixo para te ajudarmos.