A inflação em 2024 traz um respiro: após anos desafiadores, os dados começam a mostrar sinais de melhoria. Neste guia a Suno desdobra os números recentes e traça expectativas realistas para o próximo ano.
Com um olhar minucioso sobre os principais indicadores econômicos, como o IPCA, este guia é uma ferramenta essencial para quem busca entender as tendências que moldarão o mercado e as finanças pessoais no futuro próximo.
Este é um convite para explorar uma análise que vai direto ao ponto, oferecendo insights valiosos sobre o comportamento dos preços e o que isso significa para os investimentos e o poder de compra. Confira!
A inflação em 2024 promete dar alguma trégua para os investidores. Se o período de pandemia pediu por taxas Selic artificialmente baixas e o período posterior viu a inflação galopando para cima, parece que o cenário está sendo controlado. O que não significa um cenário deflacionário, nem ganho real de aplicações mais ortodoxas: ainda é necessário um olho vivo nesse “imposto silencioso”.
A evolução da inflação até aqui
Entre 2020 e 2022, a inflação foi uma das maiores preocupações das famílias brasileiras. Entre março e abril de 2022, o IPCA se manteve acima de 11% no acumulado de 12 meses. Combustíveis, alimentos e energia foram os principais vilões. Vimos diversas notícias sobre gasolina à R$ 8,00 e pessoas consumindo menos carnes e mais ovos.
IPCA
Diante desse cenário turbulento, o Banco Central elevou a taxa de juros de forma exponencial. Trataremos sobre esse tópico na próxima seção.
Mas, desde o segundo semestre de 2022 as coisas mudaram. A inflação passou a desacelerar, atingindo 3,2% em junho de 2023. Apesar de o IPCA ter voltado a subir nos últimos meses, a sua composição é bem melhor em comparação aos últimos meses.
Há uma desaceleração dos preços de serviços, serviços subjacentes, bens industriais e alimentos, além de quedas dos núcleos, que nos dão uma melhor tendência dos preços, e do índice de difusão, que mostra quanto a inflação está espalhada pela economia.
Expectativas para o IPCA até outubro/23
Outra boa notícia é que, pelo Boletim Focus, o mercado começou a projetar uma inflação dentro do intervalo da meta em 2023 – algo que não era visto há um bom tempo. E, para períodos mais longos, segue estável em 3,5%, levemente acima da meta de 3,0%.
IGP-M e IPAs
Além da alta de juros, desaceleração da economia e menor pressão sobre os preços, outro ponto que ajuda a explicar esse cenário mais positivo é o menor repasse dos custos dos produtores aos consumidores nos últimos meses.
O IGP-M, outro índice importante de inflação, se encontra no campo negativo diante de uma desaceleração dos preços das commodities, da valorização cambial e da melhora das cadeias produtivas globais.
O Índice de Preços ao Atacado (IPA) – preço aos produtores –, que pesa 60% no IGP-M, acumula uma queda de mais de 45% entre março e outubro de 2023. Quando desmembramos, o IPA industrial e o IPA agrícola registram deflações de mais de 38% e 60% até setembro deste ano, respectivamente.
Para o restante do ano, com uma taxa de câmbio que deve seguir em torno de R$ 4,85 a R$ 4,95 e os preços das matérias primas em patamares mais estáveis – com leve pressão no caso do petróleo -, tais deflações do IGP-M não serão tão sentidos pelos consumidores como antes.
Mas, ao nosso ver, não teremos pressões vindas desse lado. Além disso, a tendência é de que o IPCA e a sua composição continuem nessa trajetória mais benigna.
E o mais importante, a inflação deve terminar o ano dentro do intervalo da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), algo não visto desde 2020, encerrando o ano em 4,62%. Para 2024, projetamos 3,90%.
Ao nosso ver, ainda existem algumas dúvidas e riscos que podem afetar a inflação brasileira e demandam monitoramento, tais como:
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Ambiente externo
Um ambiente externo ainda incerto diante de uma inflação que dá sinais de desaceleração na margem, mas com os núcleos acima do desejado.
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Geopolítica
Questões geopolíticas podem pressionar os preços de commodities e, consequentemente, os preços domésticos. Por exemplo, as recentes pressões sobre os preços de petróleo poderão ser repassados para os combustíveis no futuro.
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Gasolina
A cada 1% de aumento dos preços dos gasolina nas bombas dos postos, o impacto sobre o IPCA é de 0,05 p.p.
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El Niño
Possíveis consequências do El Niño sobre os preços dos alimentos. A elevação da temperatura e das chuvas podem afetar a oferta desses produtos no país. Estamos monitorando esse risco, mas as consequências – se concretizarem – devem ocorrer em 2024.
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Incertezas Fiscais
Incertezas fiscais quanto ao cumprimento das metas estipuladas pelo novo arcabouço fiscal, que acabam contaminando as expectativas sobre as variáveis macroeconômicas como câmbio e inflação.
E, dado o viés do governo em adotar políticas fiscais expansionistas que sustentem o consumo das famílias, eleições municipais – que tendem a elevar os gastos públicos – e possíveis pressões de itens mais voláteis como alimentos e matérias primas, a inflação pode encerrar acima de 4,0%.
Todos esses riscos estão no nosso radar e caso a probabilidade de materialização aumentar, incorporaremos em nossas projeções.
Do lado positivo, a perspectiva é de uma inércia inflacionária menor deste para o próximo ano ajuda a conter um crescimento do IPCA.
Por fim, diferentemente da inflação vistas nos últimos anos, hoje, ela deixou de ser um problema central na economia brasileira. O banco central está mais confortável com o cenário e iniciou o ciclo de cortes da taxa de juros. A batalha não está vencida, mas as notícias são boas.
O IPCA desde 2000 tem sido, em média, próximo de 6% ao ano. Mesmo que seja baixa para o histórico do país, revela que este é um problema que sempre ronda a economia brasileira e torna fundamental saber se proteger da inflação.
Logo, é essencial para qualquer investidor conhecer algumas formas de se blindar da alta dos preços. Existem alguns investimentos do mercado que são mais atrelados à inflação e que garantem uma certa proteção contra o aumento dos preços. Entre eles:
- Títulos públicos, principalmente os atrelados ao IPCA.
- Fundos Imobiliários (FIIs).
- Ações de empresas com poder de repasse dos seus custos ou que tem contratos atrelados à inflação, como setor elétrico.
Títulos Públicos
No caso dos títulos atrelados à inflação (Tesouro IPCA), o investidor se protege já que sua remuneração está diretamente atrelada à inflação oficial. Ou seja, caso a inflação suba, o retorno será mais elevado, e se cair, a rentabilidade será menor.
FIIs
Para os FIIs, existem muitos ativos que investem em títulos atrelados a inflação, repassando as altas de preços para seus dividendos. Seja os de Papel, com seus investimentos em CDB’s, sejam os de tijolo, onde o índice está atrelado aos aluguéis.
Ações
No caso das ações, o setor elétrico costuma ser uma boa opção para se proteger, já que suas tarifas e contratos são corrigidas pela inflação. Além disso, empresas que são líderes em seus segmentos possuem maior poder para repassar as altas de preços para seus produtos, já que isso não teria grandes impactos sobre a demanda de seus produtos.
Apesar da inflação estar mais controlada para o próximo ano ainda existem riscos a serem monitorados. E o investidor que souber se proteger da alta nos preços poderá estará mais bem preparado para lidar com as turbulências que rondam os mercados.
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O que é e o que significa inflação?
Inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços em uma economia. Significa que a moeda perde poder de compra ao longo do tempo.
Qual é a causa da inflação?
A inflação pode ser causada por diversos fatores, como aumento na demanda por produtos e serviços, custos de produção mais altos, políticas monetárias que aumentam a oferta de dinheiro, e choques de oferta como interrupções no fornecimento.
O que fazer para reduzir a inflação?
Para reduzir a inflação, bancos centrais podem aumentar as taxas de juros para reduzir o consumo e o investimento, governos podem cortar gastos para diminuir a demanda agregada, e políticas para aumentar a oferta podem ser implementadas para lidar com choques de oferta.
Qual a taxa de inflação do Brasil?
A taxa de inflação do Brasil varia ano a ano e é medida pelo IPCA. O valor mais recente é de 0,26% em setembro de 2023.
Exemplo de inflação
Inflação é o processo pelo qual ocorre um aumento persistente no nível geral dos preços. Um exemplo é quando o preço do pão aumenta de R$ 5,00 para R$ 5,50 de um ano para o outro, mantendo-se a mesma qualidade e tamanho.