Ao pesquisar sobre o histórico e sobre outras informações a respeito de investimentos no exterior, muitos investidores se deparam com o Índice Dow Jones. Reconhecido como um dos mais antigos e importantes indicadores do mercado acionário global, o Dow Jones reflete o desempenho de 30 das maiores e mais influentes empresas dos Estados Unidos.
Assim como o Ibovespa no Brasil, o Dow Jones também tem um papel fundamental no mercado de renda variável, servindo como um termômetro da economia americana. Ele acompanha de perto as oscilações nos preços das ações que compõem sua carteira, sendo referência indispensável para investidores e analistas em busca de compreender as tendências do mercado.
Além de ser um dos índices mais icônicos do mundo, o Dow Jones Industrial Average (DJIA) continua a influenciar decisões de investimento e a moldar a visão global sobre a economia dos EUA. Neste artigo, vamos entender o que é o Índice Dow Jones, sua história, composição e importância para o mercado financeiro internacional.
O que é o Índice Dow Jones (DJIA)?
O Índice Dow Jones, oficialmente chamado de Dow Jones Industrial Average (DJIA), é um dos mais antigos e influentes indicadores do mercado financeiro global. Criado em 1896 por Charles Dow, fundador do The Wall Street Journal, o índice foi desenvolvido para acompanhar a performance das 30 maiores e mais representativas empresas dos Estados Unidos.
Ao contrário de outros índices, como o S&P 500, que considera empresas de todos os segmentos, o Dow Jones exclui companhias do setor financeiro. Sua composição reflete líderes de mercado em setores variados, como tecnologia, saúde e consumo.
Acompanhar o DJIA é essencial para entender a evolução do mercado acionário americano. Suas oscilações servem como referência para investidores ao redor do mundo, e sua performance movimenta diariamente bilhões de dólares em diversos produtos financeiros, como contratos futuros e derivativos.
Apesar de sua criação centenária, o índice Dow Jones não foi o primeiro índice de ações dos Estados Unidos. Ele foi precedido pelo Dow Jones Transportation Average, outro indicador também desenvolvido por Charles Dow para medir o desempenho do setor de transportes no final do século XIX.
O nome completo do índice, Dow Jones Industrial Average, remete às suas origens. Quando foi criado, sua carteira teórica era composta majoritariamente por empresas da indústria pesada, setor predominante na economia americana da época. Hoje, o DJIA evoluiu para incluir companhias de diversos setores, mantendo sua relevância como um dos principais benchmarks do mercado acionário mundial.
Além disso, ele é mais conhecido, obviamente, apenas por Dow Jones, e também por: DJIA, Dow 30 e INDP.
Importância do Dow Jones para o mercado financeiro mundial
A relevância do índice Dow Jones vai além de sua história. Por sua longevidade e representatividade, ele é amplamente utilizado como um parâmetro para avaliar o desempenho de investimentos em ações ao longo do tempo.
No entanto, críticos apontam que, devido à sua composição limitada a 30 empresas, o índice pode não refletir integralmente o comportamento do mercado acionário americano, que conta com milhares de companhias listadas.
Mesmo assim, o Dow Jones permanece como um dos índices mais acompanhados globalmente, ao lado do S&P 500. Ele serve de base para inúmeros fundos de investimento e é usado para operações de derivativos que movimentam bilhões de dólares diariamente.
Além disso, o índice é crucial para investidores que desejam monitorar o desempenho de empresas líderes ao longo de décadas. Durante períodos de bull markets (mercados de alta) e bear markets (mercados de baixa), ele proporciona uma visão histórica do impacto de eventos econômicos e políticos sobre o mercado financeiro americano.
Se você deseja entender o que é índice Dow Jones e sua influência no mercado global, acompanhar suas oscilações é um excelente ponto de partida para compreender a dinâmica econômica dos Estados Unidos.
Qual a história do índice Dow Jones?
O índice Dow Jones é um dos mais antigos e populares índices de mercado de ações do mundo. Ele foi criado em 1896 pelo editor do The Wall Street Journal, Charles Dow, e seu parceiro Edward Jones, como um indicador do desempenho do mercado de ações dos Estados Unidos.
O índice Dow Jones começou com apenas 12 empresas listadas, sendo que todas eram do setor industrial. Ao longo dos anos, o índice foi se expandindo e incluindo empresas de outros setores, como finanças, tecnologia e serviços. Atualmente, o índice é composto por 30 empresas líderes de mercado, que são escolhidas por um comitê do The Wall Street Journal.
Ao longo de sua história, o índice Dow Jones passou por diversas crises econômicas e eventos marcantes, como a Grande Depressão de 1929, a Segunda Guerra Mundial, a crise financeira de 2008 e a pandemia de Covid-19 em 2020. Apesar das oscilações e turbulências do mercado, o índice Dow Jones tem sido um indicador confiável do desempenho das empresas e da economia americana como um todo.
Como funciona o Índice Dow Jones?
Uma das dúvidas mais comuns de investidores é sobre como o Dow Jones funciona. Afinal, suas oscilações são diretamente influenciadas pelo desempenho das empresas que compõem o índice e pela metodologia de cálculo utilizada, que o diferencia de outros índices como o S&P 500.
Diferentemente do S&P 500, que é ponderado pela capitalização de mercado das empresas, o Dow Jones utiliza um método de ponderação pelo preço das ações. Isso significa que uma variação no preço de uma ação com valor nominal mais alto terá um impacto proporcionalmente maior no índice, independentemente do tamanho ou valor de mercado da empresa.
Como é feita a composição do Dow Jones?
Ao contrário de outros grandes índices do mercado acionário, como o S&P 500 ou, no Brasil, o Ibovespa, o Dow Jones não possui uma metodologia específica de seleção dos ativos que vão compor a sua carteira teórica.
Então, desde sua criação, os editores do jornal financeiro The Wall Street Journal que são os responsáveis pela seleção dos ativos do índice. O único critério em comum nas escolhas dos editores ao longo do tempo foi de que as companhias escolhidas fossem blue chips líderes de mercado em seu segmento de atuação.
O índice é composto por 30 companhias de diferentes setores, refletindo a diversidade e a força da economia americana. No entanto, o setor financeiro é tradicionalmente excluído, com foco em indústrias como tecnologia, consumo, saúde e varejo.
Fórmula de cálculo do Dow Jones
Inicialmente, quando foi criado, o cálculo da sua pontuação era uma simples média aritmética do preço das ações que compunham o índice. Contudo, ao longo do tempo essa metodologia foi se alterando de forma a considerar os diversos eventos possíveis relacionados, por exemplo, à troca de companhias do DJIA.
A metodologia de cálculo do DJIA é bastante simples e, ao mesmo tempo, muito correta. Sendo que a fórmula do Dow Jones é:
- DJIA = Σp/d
Onde:
- Numerador: somatória do preço das 30 ações que compõem o índice;
- Denominador: divisor Dow.
O divisor Dow, que é utilizado para dividir a soma dos preços das 30 ações, inicialmente era igual ao número de empresas do índice. Por isso, representava uma média aritmética do preço das ações do DJIA.
Contudo, ao longo do tempo esse divisor foi sendo alterado para considerar eventos como distribuições de dividendos e splits de ações do índice. Com isso, mesmo que o preço de uma ação altere por conta da distribuição de proventos ou por causa de um split de ações, a pontuação do DJIA não é afetada.
Da mesma maneira, o divisor também serve para evitar distorções quando há uma mudança de empresa no índice. Afinal, o preço de uma ação que sai não é o mesmo preço da ação de outra empresa que entra no Dow 30.
Com isso, o divisor Dow serve para equalizar essa mudança e fazer com que o índice DJIA imediatamente anterior e posterior à alteração de uma companhia do índice seja exatamente o mesmo. Isto é, que ele não se altere e se distorça por conta de uma troca de componente.
Em suma, o divisor Dow era igual ao número de empresas no índice, o que tornava o cálculo uma média aritmética simples dos preços das ações. Com o tempo, o divisor foi ajustado para refletir eventos corporativos, como:
- Splits de ações: quando o valor de uma ação é dividido, reduzindo seu preço, mas aumentando a quantidade de ações em circulação.
- Distribuições de dividendos: que podem impactar o preço nominal das ações.
- Mudanças na composição do índice: quando uma empresa é substituída por outra, e os preços das ações não são equivalentes.
Esses ajustes garantem que a pontuação do Dow Jones permaneça consistente e comparável ao longo do tempo, mesmo após eventos que poderiam distorcer o índice.
Quais empresas fazem parte do Dow Jones?
Depois de entender melhor como um dos principais índices de ações do mundo funciona, muitos investidores podem se perguntar também quais empresas fazem parte do Dow Jones. Afinal, apenas 30 grandes companhias americanas são selecionadas pelo The Wall Street Journal para fazer parte do índice.
Vale destacar que, ao contrário de outros grandes índices de ações, o DJIA não possui uma metodologia específica para selecionar os ativos. O que se sabe é que a seleção do jornal de Wall Street precisa escolher 30 empresas e que elas normalmente são líderes em seu segmento.
A seguir, algumas das principais empresas do Dow Jones:
Empresa | Setor | Ano de inclusão |
Apple | Tecnologia | 2015 |
Microsoft | Tecnologia | 1999 |
Coca-Cola | Bebidas | 1987 |
Johnson & Johnson | Saúde | 1997 |
Walmart | Varejo | 1997 |
Visa | Serviços Financeiros | 2013 |
The Walt Disney Company | Entretenimento | 1991 |
Apple
A Apple, gigante dos iPhones, é uma das companhias que fazem parte do índice DJIA. A companhia foi adicionada ao índice em março de 2015 e conquistou a marca de empresa com o maior peso no Dow Jones, atingindo quase 10% de participação no índice.
McDonald’s
Outra tradicional empresa que faz parte do Dow Jones é o McDonald’s. A empresa já está presente no índice há quase 40 anos, desde 1985. Além disso, possui uma participação relevante no DJIA, com um peso que fica próximo dos 5%.
Microsoft
A Microsoft é, ao lado da Apple, outra empresa de tecnologia de grande peso no índice Dow Jones. Contudo, sua presença no índice é mais antiga, fazendo parte do mesmo desde o final do ano de 1999.
Visa
A Visa, bandeira de cartões, é mais uma empresa que compõe o DJIA e que destoa muito das primeiras companhias de industria pesada do Dow Jones Industrial Average. A companhia, que possui cerca de 5% do índice, também foi adicionada há pouco tempo, em 2013.
The Walt Disney Company
Mais uma empresa tradicional no Dow Jones é a Disney, que já está presente na composição do índice desde 1991. A gigante do entretenimento se consolidou ao longo do tempo no índice, possuindo peso de cerca de 3% no mesmo.
Johnson & Johnson
A Johnson & Johnson, negociada sob o ticker JNJ, é outra empresa estadunidense bastante conhecida que faz parte do DJIA. A companhia da indústria farmacêutica possui cerca de 4% no índice e está presente nele desde 1997.
Walmart
O Walmart, uma das maiores redes de departamento do mundo, está presente no Dow 30 desde 17 de março 1997 e foi responsável por entregar uma excelente contribuição ao índice.
Outras empresas do Dow Jones
Além das companhias citadas acima, algumas das outras empresas do Dow Jones são:
- IBM;
- Intel;
- JP Morgan;
- Merck & Co;
- Nike;
- Pfizer;
- Procter & Gamble (P&G);
- Verizon;
- Walgreens;
- 3M;
- American Express;
- Boeing;
- The Coca Cola Company;
- ExxonMobil;
- Goldman Sachs.
Outros índices do mercado americano
Além do índice Dow Jones, o mercado acionário dos Estados Unidos possui diversos outros índices de ações. Sendo que cada um deles busca demonstrar a performance ao longo do tempo de um conjunto específico de ativos.
Esses índices são fundamentais para o mercado, porque servem como benchmark (indicador de referência) para diversos fundos e investidores em geral. Além disso, também são um excelente histórico de rentabilidade para o investimento em bolsa de valores, mostrando o comportamento do preço das ações em diversos momentos da história da economia.
A seguir, alguns dos outros índices do mercado americano além do DJIA:
1. S&P 500
O S&P 500 é o índice do mercado acionário norte-americano mais acompanhado por investidores no mundo inteiro. Isso porque ele demonstra muito bem o comportamento das ações de empresas dos Estados Unidos de capital aberto.
Ao contrário do Dow Jones, que possui apenas 30 empresas, o S&P é calculado levando em consideração as 500 maiores empresas das bolsas de valores americanas. Portanto, ele consegue demonstrar melhor a oscilação do mercado acionário como um todo, ao contrário do DJIA.
2. Nasdaq Composite
Outro índice do mercado acionário dos Estados Unidos é o Nasdaq Composite. Basicamente, esse índice demonstra a performance ao longo do tempo das companhias de capital aberto na bolsa da NASDAQ, que é a responsável por listar algumas das maiores empresas de capital aberto do mundo, como: Apple, Amazon, Google, Microsoft e Facebook.
3. NYSE Composite
Assim como o Nasdaq Composite, o NYSE Composite é um índice que acompanha o desempenho das cotações das empresas que possuem capital aberto na New York Stock Exchange (NYSE), ou, simplesmente, na Bolsa de Nova York.
4. Russell 3000
Por fim, outro índice bastante conhecido do mercado de ações norte-americano é o Russell 3000. Basicamente, ele é um índice que é capaz de abranger a performance de todo o mercado de ações dos Estados Unidos.
Isso pelo fato do Russell 3000 refletir o desempenho das ações das 3.000 maiores companhias de capital aberto nos EUA. Para se ter uma ideia, esse número consegue abranger cerca de 98% de todo market cap das companhias de capital aberto no país.
História do Índice Dow Jones
A história do Dow Jones é um reflexo da evolução econômica e financeira dos Estados Unidos ao longo de mais de um século. Criado em 26 de maio de 1896 por Charles Dow e Edward Jones, o índice nasceu com o objetivo de medir o desempenho das maiores empresas industriais do país. Desde então, tornou-se um dos indicadores mais influentes e acompanhados do mercado financeiro global.
Inicialmente, o Dow Jones era composto por apenas 12 empresas industriais, refletindo a importância do setor manufatureiro na economia americana da época. Algumas das companhias originais incluíam a American Cotton Oil Company e a General Electric. A transição para 30 empresas ocorreu em 1928, buscando ampliar a representatividade de outros setores além da indústria pesada.
Ao longo de sua trajetória, o índice enfrentou eventos históricos que moldaram sua relevância como termômetro da economia americana e global:
- 1929 – Grande Depressão: o índice sofreu quedas históricas durante a crise econômica.
- 1987 – Black Monday: Perdeu 22,61% de seu valor em um único dia, a maior queda percentual da história.
- 2008 – Crise Financeira: enfrentou uma das maiores retrações devido à crise do mercado imobiliário.
- 2020 – Pandemia de Covid-19: oscilou drasticamente, refletindo o impacto da pandemia na economia global.
Por que o Índice Dow Jones é importante?
O Índice Dow Jones desempenha um papel fundamental no mercado financeiro global, refletindo a saúde da economia americana e funcionando como um termômetro do desempenho das maiores empresas dos Estados Unidos. A seguir, exploramos os principais motivos que tornam esse índice tão relevante.
Reflexo da economia americana
O Dow Jones é uma representação direta da performance de 30 empresas líderes em seus respectivos setores, que juntas desempenham papéis estratégicos na economia dos Estados Unidos. Essas empresas abrangem desde tecnologia e saúde até consumo e finanças, setores que impulsionam o crescimento econômico e impactam diretamente o mercado de trabalho, inovação e produção.
Portanto, o comportamento do índice é frequentemente utilizado como um barômetro para avaliar a economia americana. Quando o Dow Jones está em alta, pode indicar um período de otimismo econômico, crescimento corporativo e aumento na confiança dos investidores. Por outro lado, quedas no índice podem sinalizar preocupações econômicas, retrações ou crises, servindo como um alerta para investidores e governos.
Referência para investidores globais
Investidores de todo o mundo acompanham o Dow Jones como uma referência de tendências globais. Por ser um dos índices mais antigos e amplamente seguidos, suas oscilações frequentemente influenciam os mercados internacionais, criando um efeito cascata em outros índices importantes, como o FTSE 100 (Reino Unido), DAX (Alemanha) e Nikkei 225 (Japão).
Além disso, a performance do Dow Jones é utilizada como parâmetro para medir o sucesso de fundos de investimento e ETFs. Esses fundos frequentemente buscam igualar ou superar o retorno do índice, o que destaca sua relevância na estratégia de investimentos globais.
Definição de tendências de mercado
O Dow Jones também desempenha um papel crucial na definição de tendências de mercado. Por incluir algumas das maiores e mais influentes empresas do mundo, como Apple, Microsoft e Coca-Cola, suas variações impactam diretamente as expectativas de crescimento de diversos setores econômicos.
Se uma tendência de alta é observada no índice, ela pode influenciar outros mercados a seguir o mesmo caminho, promovendo otimismo e impulsionando negociações. Da mesma forma, tendências de baixa no Dow Jones geralmente antecipam ou acompanham crises econômicas, refletindo incertezas sobre a economia global.
Instrumento de análise de risco
O Dow Jones é uma ferramenta valiosa para a análise de risco. Ele permite que investidores identifiquem padrões e antecipem mudanças no mercado, oferecendo uma visão clara sobre como empresas líderes estão enfrentando desafios econômicos.
Por exemplo, durante períodos de volatilidade econômica, como a crise financeira de 2008 ou a pandemia de Covid-19, as oscilações do Dow Jones ajudaram investidores a ajustar suas estratégias e proteger seus portfólios. Além disso, ele serve como um indicador confiável de quando o mercado está supervalorizado ou subvalorizado, permitindo decisões mais fundamentadas.
Dow Jones e economia americana
A íntima ligação entre o Dow Jones e a economia americana destaca sua importância estratégica. Governos, economistas e empresas utilizam o índice como um indicador para avaliar políticas econômicas, acompanhar a recuperação de crises e planejar iniciativas futuras.
Por ser um reflexo direto das principais empresas americanas, o índice proporciona insights valiosos sobre o consumo, a produção industrial e a capacidade de inovação dos Estados Unidos. Essas informações são essenciais não apenas para os mercados financeiros, mas também para a formulação de políticas econômicas globais.
Em resumo, o Índice Dow Jones é muito mais do que um simples termômetro do mercado financeiro. Ele é um guia para investidores globais, uma ferramenta para análise de risco e uma referência indispensável para entender a conexão entre o desempenho corporativo e a economia americana. Acompanhar suas variações é essencial para quem deseja navegar com sucesso pelos mercados globais.
Diferenças entre o Dow Jones e o S&P 500
Como foi dito, o Dow Jones e o S&P 500 são os principais e mais acompanhados índices do mercado acionário norte-americano. Por isso, muitos investidores podem se perguntar quais são algumas das diferenças entre eles.
Portanto, as principais diferenças entre o Dow Jones e o S&P 500 são:
Metodologia de cálculo
Talvez a principal diferença entre o DJIA e o S&P 500 seja com relação a forma como cada um deles é calculado. Basicamente, os pontos do DJIA são calculados de acordo com o preço das ações, enquanto os pontos do S&P são encontrados de acordo com a capitalização das empresas que o compõe.
1. Metodologia do Dow Jones
Na metodologia do Dow Jones, os pontos são encontrados com base no preço das 30 ações que fazem parte do índice. Isso significa que as mudanças na pontuação estão diretamente relacionadas a variação de preço de suas ações.
Isso significa que empresas que possuem uma ação com um valor nominal superior possuem maior impacto no índice. Por sua vez, aquelas com o valor nominal menor impactam menos o DJIA. Por exemplo:
- -10% em uma ação de 300 dólares: -30 dólares de preço;
- -10% em uma ação de 30 dólares: -3 dólares de preço.
Como pode ser observado, a mesma variação percentual em duas empresas com o preço de ação diferentes irão impactar o Dow Jones de maneira muito distinta. Contudo, nem sempre a empresa com uma ação de valor nominal mais alto é maior em termos de capitalização que outra de valor nominal menor.
2. Metodologia do S&P 500
A metodologia do S&P 500 se difere muito em relação ao Dow Jones. Isso porque os pontos desse índice não são calculados com base no preço nominal das ações, mas no valor de mercado (market cap) das empresas do índice.
Isso significa que as companhias com maior valor de mercado possuem um impacto superior no S&P em relação àquelas companhias menores, com uma capitalização inferior. E os pontos do índice variam de acordo com a variação do valor de mercado das empresas, e não na variação, em dólar, do preço dos papéis.
Número de ações
Outra diferença importante entre o S&P 500 e o DJIA diz respeito ao número de ações de cada índice. Enquanto o DJIA possui 30 empresas em sua composição, o S&P 500 possui, como seu próprio nome diz, 500 companhias.
Composição das empresas
Mais uma distinção entre o Dow Jones e o S&P 500 diz respeito à composição de cada um desses índices. Nesse sentido, vale destacar que o DJIA é, como visto, um índice de grandes companhias líderes no setor. Isto é, um índice de Blue Chips.
Por outro lado, o S&P 500 não se configura dessa forma. Na verdade, ele é um índice que é composto pelas 500 maiores empresas de capital aberto dos EUA, sendo elas Blue Chips, líderes de mercado, ou não.
Metodologia de seleção dos ativos
Por fim, mais uma diferença fundamental entre os dois principais índices de ações dos EUA diz respeito a maneira como é feita a seleção dos ativos. Isto é, a metodologia de seleção dos componentes dos índices.
Se, por um lado, o Dow Jones não possui uma metodologia pré-determinada de seleção de ativos, dependendo da discricionariedade do comitê de escolha do The Wall Street Journal. Por outro, o S&P possui uma metodologia bem definida de investimento,devendo investir, basicamente, nas 500 maiores companhias de capital aberto nos EUA.
Curiosidades sobre o Dow Jones
Além de todos esses aspectos que envolvem o DJIA, vale também ressaltar alguns pontos que podem ser considerados curiosidades sobre o Dow Jones. Sendo que os principais deles são:
1. Escolha do nome
Como foi dito, o índice Dow Jones foi criado pelo The Wall Street Journal no final do século 18, em 1896. Curiosamente, os seus idealizadores foram: Charles Dow e Edward Jones. Então, o índice carrega até hoje em seu nome uma homenagem aos seus criadores.
2. Market Cap
Outra curiosidade em relação ao índice Dow Jones refere-se ao seu market cap. Isto é, a soma do valor de mercado de todas as companhias presentes no índice. Apesar desse número variar ao longo do tempo, o market cap do Dow Jones fica próximo dos 10 trilhões de dólares.
3. Número de empresas
Já é sabido que o número de empresas do Dow Jones é de 30 companhias. Contudo, essa quantidade não foi sempre a mesma, sendo que as mudanças em relação ao número de componentes do índice foram:
- 1896: 12 empresas;
- 1916: 20 empresas;
- 1928: 30 empresas.
4. Empresas originais
Como é de se esperar, nenhuma das 12 empresas que inicialmente compunham o índice Dow Jones faz parte da atual composição do DJIA. Sendo que algumas dessas companhias eram:
- American Cotton Oil Company: atualmente faz parte da Unilever;
- General Eletric: ainda existe, e foi retirada do índice em 2018;
- American Sugar Refining Company: se tornou a atual Domino Foods;
- American Tabacco Company: declarou falência em 1911.
5. Empresa com mais tempo de presença no índice
A General Eletric foi a companhia que teve maior presença contínua no índice DJIA em todos seus anos de existência. A empresa, que foi uma das 12 primeiras companhias do índice, fez parte da sua composição continuamente desde 1907, sendo retirada em 2018.
6. Rentabilidade histórica
Mais uma curiosidade de investidores em relação ao Dow Jones tem relação com a evolução de 1 dólar investido em 1896, data de sua criação. Apesar de nenhum investidor ter sido capaz de aplicar mais de 120 anos no índice, a informação da rentabilidade histórica do Dow Jones é fundamental para comprovar o poder do investimento em ações no longo prazo.
Além disso, serve também para mostrar a importância do reinvestimento de dividendos pagos pelas empresas ao longo do tempo. Afinal, o resultado obtido sem reinvestir e reinvestindo os dividendos é bastante diferente.
Abaixo, o resultado aproximado de $1 dólar investido em 1896 no DJIA seguindo essas duas estratégias:
- $1 sem reinvestir dividendos: $440,00;
- $1 reinvestindo dividendos: $85.000,00.
Agora, o gráfico da rentabilidade do Dow Jones ao longo do tempo, de 1916 até 2017, entregando um retorno médio de 5,5% a.a em dólar por 100 anos:
7. Maior queda e maior alta percentual
A maior queda e maior alta percentual do índice Dow Jones também é outra curiosidade em relação a esse índice do mercado acionário norte-americano. Afinal, elas representam momentos históricos para o DJIA.
Nesse sentido, a maior queda percentual observada no DJIA foi no dia da chamada Black Monday, uma segunda-feira de 19 de outubro de 1987. Nesse dia, o índice Dow Jones sofreu a maior queda percentual de sua história, derretendo 22,61% em um único pregão.
Por outro lado, a maior alta percentual aconteceu em 15 de março de 2020. Neste dia, o índice Dow Jones acumulou a incrível alta de 15,34%, o que representou um aumento de 8 pontos no índice, fechando aos 62,10 pontos.
Vale destacar que, recentemente, em 2020, o DJIA obteve a 4a maior alta em um único dia. Essa alta foi de 11,37% e aconteceu em 24 de março de 2020, e representou um aumento de 2.112,98 pontos em um único dia para o índice.
Como investir no Dow Jones?
Sabendo de todas essas informações sobre um dos mais acompanhados índices de ações do mundo, muitos investidores podem ficar com a dúvida final: como investir no Dow Jones?
Contudo, o investimento no DJIA deve ser analisado em duas vias. Isto é, investindo no Dow Jones pelo Brasil ou pelo exterior.
Investindo no Dow Jones pelo Brasil
Em primeiro lugar, é fácil de entender que muitos investidores podem ter o interesse de poder estar investindo no Dow Jones pelo Brasil. Afinal, não são todos os investidores que possuem conta em uma corretora americana para investir diretamente do exterior.
Contudo, vale destacar que, infelizmente, não existe uma forma de investir diretamente no DJIA pelo Brasil. Isso porque, em primeiro lugar, não há uma maneira de comprar um investimento de Dow Jones, nem mesmo pelo exterior.
Então, para investir no DJIA o investidor precisa comprar cotas de ETFs (Exchange Traded Funds) que, por sua vez, realizem investimentos nas ações que compõem o Dow Jones. Afinal, esses ETFs são uma espécie de fundos de investimentos que investem em determinada classe de ativo.
No caso, existem diversos ETFs que possuem uma metodologia de investir estritamente nos papéis escolhidos pelo The Wall Street Journal. Isto, inclusive, levando em consideração o peso dos ativos dentro do DJIA.
Contudo, esses ETFs de investimento no Dow 30 não existem. Por isso, não será possível investir no DJIA pelo Brasil. Por outro lado, existem outros ETFs no brasil de investimento no exterior, como:
Vale destacar, contudo, que ambos os ETFs acima, o IVVB11 e o SPXI11, investem nos ativos do índice americano S&P 500, citado acima. Por isso, caso o investidor realmente queira investir no Dow Jones, talvez seja preciso considerar começar a investir do exterior.
Investindo no Dow Jones pelo exterior
Como foi dito, não é possível investir no DJIA pelo Brasil. Contudo, isso será possível investindo no Dow Jones pelo exterior. Isto é, por meio de uma conta em uma corretora de valores que atua no mercado norte-americano.
Isso porque, ao contrário do Brasil, nos EUA existem diversos ETFs diferentes que investem exclusivamente no DJIA. Isto, como foi dito, considerando, inclusive, o peso dos ativos e as mudanças que eventualmente acontecem na carteira escolhida pelo The Wall Street Journal.
Sendo que alguns dos principais ETFs que investem no Dow Jones disponíveis no exterior são:
- DIA – SPDR Dow Jones Industrial Average ETF;
- IYY – iShares Dow Jones U.S. ETF;
- UDOW – ProShares UltraPro Dow30;
- DDM;
- DJD.
Ao comprar uma cota de algum desses ETFs americanos, o investidor está comprando indiretamente a cesta de ações do Dow Jones com suas devidas proporções. Em outras palavras, estará investindo no DJIA.
Teoria de Dow: o que é e quais são os fundamentos
A teoria de Dow é uma das bases fundamentais da análise técnica do mercado financeiro e tem seu nome em homenagem ao seu criador, Charles Dow. Ele foi um dos fundadores do Wall Street Journal e criou o índice Dow Jones Industrial Average, que hoje é um dos índices mais conhecidos e utilizados para acompanhar a performance das ações americanas.
A teoria de Dow tem como premissa a ideia de que os preços dos ativos refletem todas as informações relevantes do mercado e que essas informações são expressas através de tendências de alta, baixa ou lateralização. A teoria se baseia em seis princípios fundamentais:
- O mercado considera tudo: os preços dos ativos refletem todas as informações relevantes do mercado, incluindo notícias econômicas, políticas e sociais.
- Tendências primárias: as tendências de alta, baixa ou lateralização podem durar vários anos e são compostas por tendências menores.
- Tendências secundárias: as tendências menores que compõem as tendências primárias duram de algumas semanas a alguns meses.
- Movimentos corretivos: após uma tendência de alta ou baixa, o mercado pode apresentar um movimento corretivo.
- Volume: o volume de negociações é um indicador importante para confirmar as tendências de alta ou baixa.
- Confirmação: para confirmar uma tendência, é necessário que o mercado apresente movimentos consistentes em relação à tendência.
A teoria de Dow é amplamente utilizada na análise técnica do mercado financeiro, ajudando os investidores a identificarem as tendências de alta, baixa ou lateralização dos ativos. Ao compreender os fundamentos da teoria de Dow, é possível tomar decisões mais informadas em relação ao investimento em ações.
O Dow Jones no contexto global
O Índice Dow Jones é muito mais do que um indicador financeiro dos Estados Unidos. Ele desempenha um papel central na definição de tendências econômicas globais, influenciando mercados em diversas partes do mundo.
Como termômetro da maior economia global, suas oscilações são acompanhadas de perto por investidores internacionais, sendo frequentemente interpretadas como sinais de confiança ou alerta para economias emergentes e desenvolvidas.
Além disso, o Dow Jones mantém uma relação estreita com outros índices americanos, como o S&P 500 e o Nasdaq Composite. Enquanto o S&P 500 reflete a performance das 500 maiores empresas americanas e apresenta uma visão mais ampla do mercado, o Dow Jones se concentra nas 30 maiores companhias líderes em diversos setores.
Já o Nasdaq, com seu foco em empresas de tecnologia e inovação, oferece um panorama mais específico. Essa interligação permite que os três índices sirvam como um conjunto abrangente para entender o comportamento do mercado financeiro americano e global.
O impacto do Dow Jones não se limita aos mercados financeiros. Governos e bancos centrais ao redor do mundo utilizam o índice como uma referência para avaliar a saúde da economia global. A Reserva Federal (Fed), por exemplo, considera o desempenho do Dow Jones em suas análises sobre a estabilidade econômica, influenciando políticas monetárias como ajustes nas taxas de juros. Da mesma forma, mudanças significativas no índice podem afetar decisões de comércio internacional e investimentos bilaterais entre países.
Para investidores institucionais e individuais, o Dow Jones é um guia estratégico indispensável. Ele reflete a performance de empresas líderes de mercado, ajudando a identificar tendências e oportunidades de investimento.
Suas oscilações também afetam outros ativos financeiros, como moedas e commodities. Por exemplo, quando o índice sobe, geralmente há um fortalecimento do dólar, enquanto quedas podem incentivar a busca por ativos considerados seguros, como ouro ou títulos do Tesouro.
Por fim, o Dow Jones reforça sua relevância como um indicador global ao ditar o ritmo dos mercados em tempos de crise ou expansão. Seja durante a pandemia de Covid-19, que gerou fortes oscilações, ou em períodos de crescimento econômico, o índice se mantém como uma referência para investidores e autoridades econômicas ao redor do mundo.
Acompanhar seu desempenho ajuda a compreender os movimentos do mercado financeiro global e prever tendências econômicas futuras.
Conclusão
O Dow Jones não é apenas um indicador americano; é um espelho da economia global. Seu impacto em mercados internacionais, sua relação com outros índices como o S&P 500 e Nasdaq, e sua influência sobre decisões políticas e de investimento fazem dele um pilar essencial do mercado financeiro.
Portanto, acompanhar o desempenho do Dow é importante para entender o comportamento do mercado global e as tendências econômicas futuras.
E então, conseguiu entender e conhecer mais sobre o Dow Jones? Deixe abaixo suas dúvidas e comentários sobre esse índice do The Wall Street Journal.
O que é o índice Dow Jones?
O índice Dow Jones é um índice de ações do mercado acionário norte-americano. Ao contrário da maior parte dos índices de mercado, o também chamado de DJIA representa o desempenho de 30 empresas de capital aberto nos EUA escolhidas por um comitê do jornal The Wall Street Journal.
O que é Nasdaq e Dow Jones?
A Nasdaq e o Dow Jones são termos diferentes do mercado acionário dos Estados Unidos. Enquanto a Nasdaq é uma bolsa de valores (assim como a B3), o Dow Jones é um índice de mercado que representa o desempenho de 30 ações de capital aberto escolhidas pelo jornal financeiro The Wall Street Journal.
Como investir no Dow Jones?
A única forma de investir diretamente no Dow Jones, que é um índice, é por meio de ETFs (Exchange Traded Funds) nos Estados Unidos que investem apenas nas ações desse índice. Alguns desses ETFs norte-americanos são: EDOW, DIA, FDN e IYY.
Quais empresas fazem parte do Dow Jones?
Algumas empresas que fazem parte do Dow Jones são: Apple, Microsoft, Disney, Coca Cola, Visa e Walmart. Vale destacar, contudo, que as companhias desse índice alteram ao longo do tempo dependendo da escolha do jornal financeiro norte-americano The Wall Street Journal.
Vale a pena investir no Dow Jones?
Ao longo do tempo, no longo prazo, investir no Dow Jones valeu sim a pena. Afinal, as escolhas das empresas do índice pelo The Wall Street Journal levam em consideração o critério da companhia ser líder de mercado, o que já é um ponto que corrobora com o bom resultado no longo prazo.
O que é o índice Dow Jones?
O índice Dow Jones é um índice de ações do mercado acionário norte-americano. Ao contrário da maior parte dos índices de mercado, o também chamado de DJIA representa o desempenho de 30 empresas de capital aberto nos EUA escolhidas por um comitê do jornal The Wall Street Journal.
O que é Nasdaq e Dow Jones?
A Nasdaq e o Dow Jones são termos diferentes do mercado acionário dos Estados Unidos. Enquanto a Nasdaq é uma bolsa de valores (assim como a B3), o Dow Jones é um índice de mercado que representa o desempenho de 30 ações de capital aberto escolhidas pelo jornal financeiro The Wall Street Journal.
Como investir no Dow Jones?
A única forma de investir diretamente no Dow Jones, que é um índice, é por meio de ETFs (Exchange Traded Funds) nos Estados Unidos que investem apenas nas ações desse índice. Alguns desses ETFs norte-americanos são: EDOW, DIA, FDN e IYY.
Quais empresas fazem parte do Dow Jones?
Algumas empresas que fazem parte do Dow Jones são: Apple, Microsoft, Disney, Coca Cola, Visa e Walmart. Vale destacar, contudo, que as companhias desse índice alteram ao longo do tempo dependendo da escolha do jornal financeiro norte-americano The Wall Street Journal.
Vale a pena investir no Dow Jones?
Ao longo do tempo, no longo prazo, investir no Dow Jones valeu sim a pena. Afinal, as escolhas das empresas do índice pelo The Wall Street Journal levam em consideração o critério da companhia ser líder de mercado, o que já é um ponto que corrobora com o bom resultado no longo prazo.