Existem vários índices para medir a distribuição de riqueza em determinadas regiões. O mais conhecido é o Índice de Gini.
O Índice de Gini é uma criação de um matemático chamado Corrado Gini, publicada em 1912. Ele é bastante utilizado na macroeconomia para determinar se um país distribui a sua riqueza de forma igual ou desigual.
O que é Índice de Gini?
O Índice de Gini, também conhecido como coeficiente de Gini, é um instrumento usado para mensurar como a renda de um país é distribuída entre a sua população. Este coeficiente também pode ser utilizado para calcular a desigualdade social em esferas menores, como estados e municípios.
Dessa forma, esse índice serve para mostrar, basicamente, a concentração de renda existente em uma economia. Ou seja, quanto maior for o valor do índice de Gini, maior é a desigualdade econômica encontrada nesse país.
De fato, o Brasil possui um elevador índice de Gini, estando entre os dez países com maior desigualdade no mundo.
Esse indicador é um coeficiente calculado a partir da curva de Lorenz. A curva de Lorenz demonstra a variação da proporção acumulada da renda (φ) em função da proporção acumulada da população (ρ).
Para que serve o Índice de Gini?
É importante ressaltar que o coeficiente de Gini é utilizado não como uma forma de mostrar quais países mais ricos ou mais pobres — mas sim de comparar o quão concentradores de renda eles são.
Com isso, um país pode até mesmo ser rico em termos absolutos, mas ter um índice alto. O Brasil, por exemplo, é um país com riqueza, mas se encontra numa das posições mais altas do índice de Gini.
Logo, isso mostra que ele, na verdade, concentra muita renda na parcela mais rica da população.
Ao mesmo tempo, um país pode ser pobre em termos econômicos, mas ter um índice baixo. Sendo assim, essa situação demonstra que, naquele país, todos são igualmente pobres.
Ou seja, uma desvantagem deste coeficiente é que ele não mede a desigualdade de oportunidades, e sim apenas a desigualdade de renda.
Desta maneira, certos países apresentam uma estrutura de classes sociais que limita a mobilidade ascendente, fato não considerado no índice.
Como é calculado o Índice de Gini?
Como visto, o coeficiente de Gini mede a desigualdade em um país, estado, cidade, etc. Sendo assim, o cálculo do coeficiente Gini é baseado na curva de Lorenz.
A Curva de Lorenz indica quando existe uma proporção acumulada de renda. Esta acumulação de renda é representada na vertical, podendo variar conforme a proporção acumulada da população, representada na horizontal.
Pela Curva de Lorenz, o índice de Gini é o que calcula a diferença entre a área da mais perfeita distribuição de renda e aquela que acontece de fato.
Assim, o índice de Gini é calculado em um somatório da frequência da população pela renda de cada um.
Como interpretar o Índice de Gini?
Também chamado coeficiente de Gini, esse indicador geralmente vai de 0 a 1, mas também pode ser calculado entre 0 e 100.
Logo, o Índice de Gini pode ser interpretado da seguinte forma:
- Quanto mais perto de zero: maior é a igualdade de renda entre a população. Ou seja, quanto menor o indicador, menor é a desigualdade social e mais próxima é a renda dos mais pobres em relação aos mais ricos
- Quanto mais perto de um: maior é a desigualdade de renda entre a população. Ou seja, quanto maior o indicador, menor é a igualdade social e mais distante é a renda dos mais pobres em relação aos mais ricos
Ranking do índice de Gini
O ranking do índice de Gini é publicado no Relatório do Desenvolvimento Humano (RDH) da ONU e pelo World Bank Gini Index.
Assim, este ranking aponta a desigualdade de renda ou desigualdade social entre os países, sendo fundamental para estudos econômicos e políticos.
Os países com maior desigualdade social, de acordo com o ranking Gini mais recente, são:
- África do Sul;
- Namíbia;
- Haiti;
- Botsuana;
- República Centro-Africana;
- Zâmbia;
- Lesoto;
- Colômbia;
- Paraguai;
- Brasil.
Índice de Gini no Brasil
O ranking Gini RDH atual, segundo o Banco Mundial, aponta o Brasil como o oitavo país com maior desigualdade social do mundo.
O índice do Brasil ficou em 0,533, apresentando maior desigualdade de renda que países como Suazilândia, Guiné-Bissau, Congo e Quênia.
Apesar da grande desigualdade de distribuição de renda apontada pelo ranking, o Brasil tem avançado nesse quesito, visto que em 1990, uma época de alta inflação nacional, o coeficiente no país era de 0,607.
O índice de Gini é, sobretudo, um indicador econômico. Por isso, é fundamental avaliá-lo em conjunto com fatores sociais, políticos e históricos.
Dessa forma, é possível avaliar como anda não somente a desigualdade, mas também como o desenvolvimento da riqueza ocorre nessa nação.
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