Índice de desemprego: como ele afeta a economia de um país
Recorrente nos noticiários, o índice de desemprego diz muito sobre o andamento da economia de um país.
Entretanto, nem sempre fica claro nos jornais o que o índice de desemprego, que faz parte das áreas de estudo da macroeconomia, realmente representa.
Índice de desemprego é uma amostra da quantidade de pessoas sem uma ocupação que estejam procurando por uma oportunidade de trabalho. Para efeitos de cálculo, não faz diferença se essas pessoas estão obtendo êxito em sua busca ou não.
Este dado demonstra também, ainda que indiretamente, como está a economia do país.
Mas é preciso ter cuidado, porque muitas vezes o aumento na oferta de vagas pode esconder uma queda no salário médio dos pesquisados.
Além disso, para ser considerado empregado, basta o pesquisado trabalhar uma hora por semana.
Assim, do ponto de vista econômico, é preciso analisar cuidadosamente tanto dados positivos quanto negativos oriundos desta pesquisa.
Isso porque, pensando em renda, há pessoas que trabalham formalmente, mas ainda assim estão abaixo da linha da pobreza.
A situação se agrava se considerarmos os trabalhos informais, com baixa carga horária e remuneração.
Basta verificarmos que boa parte dos moradores de invasões nos centros das grandes metrópoles tem um trabalho, mas não consegue pagar um aluguel nestes lugares.
Índice de desemprego em pesquisa
Uma forma de saber como encarar estes resultados é conhecendo a metodologia de trabalho dos institutos de pesquisa.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, é uma das instituições públicas responsáveis pela captação, análise e divulgação destes dados no Brasil.
No entanto, também encontramos dados dos seguintes órgãos:
- Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese),
- Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e
- Ministério do Trabalho e Previdência Social.
Anualmente, o IBGE capta estas informações por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
Esta pesquisa obtém informações coletando-as nos domicílios brasileiros. O resultado, por sua vez, pode ser anual ou mensal, por meio da PNAD Contínua.
Desde 2016, o IBGE considera como desempregadas as pessoas que não têm trabalho e procuraram um emprego nos 30 dias anteriores à data da coleta dos dados.
Este trabalho pode ser formal ou não.
Por isso, Microempreendedores Individuais (MEIs), ainda que sem arrecadação regular, não figuram neste quadro.
Apesar de a média ser anual, mensalmente são divulgados dados preliminares sobre a evolução ou retrocesso do índice de desemprego.
Ou seja, o índice de desemprego ignora aqueles que já desistiram de procurar por uma ocupação.
Além disso, por a pesquisa ser feita de casa em casa, deixa um percentual significativo de moradores de rua de fora destes dados.
Cálculo do índice de desemprego
O índice de desemprego é calculado a partir da divisão da População Desocupada pela População Economicamente Ativa, multiplicado por 100.
Isso porque se trata de uma média percentual.
Nos últimos cinco anos, a média de desemprego vem crescendo a cada ano.
Segundo o IBGE, em 2014 a média anual de desemprego foi de 4.8. Este número passou para 6.9 em 2015, 10.8 em 2016 e 12.8 em 2017.
Em 2018, no mês de julho a média já era de 12.3.
Nesta conta, entra a população em idade ativa, que atualmente tem início a partir dos 10 anos de idade.
Apesar de trazer um resultado parcial de um cenário macro, o índice de desemprego é um dado importante para analisarmos pontos específicos da economia de um país.