Nesse sentido, a independência financeira é um dos grandes assuntos abordados pelos educadores financeiros e pelas instituições de investimento. Portanto, torna-se importante conhecer melhor o que essa independência significa e como atingi-la.
E apesar de ser algo tentador, o caminho para a independência financeira não é simples e muito menos rápido. Então, o investidor deve traçar estratégias para sua carteira de investimentos e aplicar seu dinheiro mensalmente, com constância.
O que é a independência financeira?
A independência financeira é o estado em que o indivíduo possui fontes de renda passiva suficientes para arcar com seu padrão de vida. Ou seja, é o momento em que a pessoa não necessita mais de trabalhar ativamente no mercado — seja em seu emprego ou em sua empresa — para bancar as contas.
No entanto, é preciso ressaltar que esse custeio do padrão de vida não pode ser realizado com destruição de patrimônio.
Por exemplo, quando a pessoa começa a vender seus ativos, como imóveis, carros e bens de herança — para custear as despesas.
Isso porque, com o tempo, a destruição patrimonial levará o indivíduo de volta à estaca zero, interrompendo sua independência.
Então, para ser considerado independente financeiramente, é preciso possuir fontes geradores de renda, como:
- Ações de empresas pagadoras de dividendos;
- Cotas de fundos de investimentos imobiliários (FIIs);
- Imóveis geradores de renda imobiliária.
Mas independente da forma, o que irá garantir a independência financeira do indivíduo é a construção e o investimento em bens e direitos que sejam fontes de renda passiva para si. Em outras palavras, maneiras de ganhar dinheiro sem trabalhar.
Para alcançá-la, será preciso estudo, planejamento e, sobretudo, ação e disciplina, de forma a alcançar o patrimônio necessário para independência financeira (PNIF).
Fases da independência financeira
Como foi colocado, a independência financeira é o estado em que a renda passiva periódica do indivíduo é capaz de custear seu padrão de vida.
Contudo, essa seria a fase final da liberdade financeira, sendo que existem algumas etapas intermediárias no caminho.
Abaixo, portanto, um pouco mais sobre as fases da independência financeira:
Independência de curto prazo
A primeira fase para a liberdade é a independência financeira de curto prazo. Basicamente, é o estado de vida em que a pessoa não precisa trabalhar para pagar as contas do mês, já que possui uma reserva financeira.
É sabido que grande parte das pessoas vive dessa forma: precisa ganhar dinheiro no mês para pagar as contas do final desse período. Neste caso, não há independência qualquer, já que há uma dependência da fonte de renda ativa no curto prazo.
Mas após iniciar a construção de uma reserva financeira — como uma reserva de emergência —, o indivíduo passa a ter uma independência de curto prazo.
Sendo que desta forma ele poderia garantir o pagamento de suas contas e o custeio de seu padrão de vida por um período curto, como de 3 a 6 meses.
Independência de médio prazo
Dando continuidade, a segunda fase será a da independência financeira de médio prazo.
Como é de se esperar, este é o momento em que o indivíduo já possui uma reserva suficiente para garantir seu padrão de vida no médio prazo, caso sua fonte de renda ativa cesse.
Dessa forma, na hipótese de perda do emprego ou de fechamento de um negócio, a reserva seria capaz de sustentar as despesas por um período um pouco mais longo, como de 6 meses a 1 ano.
Independência de trabalho
A terceira fase da independência financeira é a independência de trabalho. Neste estado, o indivíduo não precisa mais de sua fonte de renda ativa principal para garantir sua sobrevivência.
Ou seja, na hipótese de ficar sem a renda do trabalho, seria possível sustentar as despesas básicas com a fonte de renda passiva construída, por exemplo, através do investimento em ações na bolsa de valores.
Nesse caso, o investidor teria acumulado um patrimônio em ações capaz de gerar proventos suficientes para pagar suas contas.
Na prática, se a média de proventos mensal é de R$5.000,00, então o indivíduo poderia custear com esses recursos suas despesas básicas, como aluguel, transporte, alimentação e saúde, sem precisar da renda do trabalho.
Independência financeira completa
Por fim, a última fase é a independência financeira completa, o estado financeiro almejado por qualquer pessoa.
Este é o momento onde as fontes de renda passiva conseguem gerar renda não só para as despesas básicas, mas para custear todo o padrão de vida do indivíduo.
Com a independência financeira completa, as preocupações com o desempenho da economia, com a variação do dólar ou da taxa de juros, com a empresa ou com o emprego passam a reduzir.
Afinal, nada que afete essas questões afetará o padrão de vida, já que este pode ser custeado pela fonte de renda passiva construída.
Além disso, é preciso ressaltar que não necessariamente o indivíduo independente financeiramente não trabalha. Pelo contrário, a maior parte continua trabalhando, empreendendo e garantindo uma maior geração de valor.
Na verdade, a independência financeira completa apenas significa que o fluxo periódico de renda passiva seria suficiente para sustentar todo o padrão de vida.
Isto é, de pagar as contas básicas, mas também de custear os luxos, como carros, viagens, passeios e experiências.
Quanto é preciso para atingir a independência financeira?
Após entender melhor o que é a liberdade financeira, muitos indivíduos desejam se planejar para atingi-la. Assim, surge a dúvida de quanto é preciso para atingir a independência financeira.
Apesar de ser uma pergunta relativamente simples, a resposta para o quanto é necessário não é tão simples assim. Isso porque cada indivíduo possui um padrão de vida e um tipo de gasto diferente.
Obviamente, aquele que possui despesas mensais na ordem dos R$30.000,00 precisará de muito mais recursos do que alguém que tem um padrão de vida de R$5.000,00.
Por isso, é preciso entender como calcular o valor necessário para cada realidade, pois nem todos têm o mesmo consumo.
Como calcular o valor para a independência financeira?
Como foi colocado, cada pessoa precisará de um montante de recursos diferente para atingir a liberdade financeira, dependendo do padrão de vida de cada um. Por isso, é fundamental entender como calcular o valor para a independência financeira.
Para chegar nesse valor, foi criada a fórmula PNIF. Isto é, a fórmula do patrimônio necessário para independência financeira. Seu cálculo dado por:
- PNIF = custo de vida médio anual / rentabilidade de proventos anual.
Basicamente, a fórmula divide a média do custo de vida ao ano pela rentabilidade de proventos da carteira de investimentos do investidor ao ano.
Assim, um investidor X com gastos anuais de R$120.000,00 (10 mil por mês) e que recebe 4% ao ano em dividendos precisará de:
- PNIF Investidor X: R$120.000 / 4% = R$3.000.000,00.
Na prática, quanto maior o gasto médio anual, maior também o patrimônio necessário para independência financeira.
Além disso, quanto maior o percentual recebido de renda passiva dos ativos da carteira, menor o montante necessário.
Por exemplo, caso esse mesmo investidor X obtivesse 6% ao ano em proventos, o seu novo PNIF seria de R$2.000.000,00 (120.000 dividido por 6%).
De maneira geral, uma carteira com diversificação de investimentos em ações e fundos imobiliários costuma remunerar o investidor através de proventos de 4% a 7% ao ano.
Abaixo, uma tabela da independência financeira que demonstra o valor necessário para a atingir a liberdade em diversos cenários de custo de vida anual e de rentabilidade de proventos ao ano:
Quanto tempo leva para alcançar a independência financeira?
Depois de descobrir o quanto será necessário para atingir a tão sonhada liberdade financeira, os investidores passam a ter uma nova dúvida. Isto é, quanto tempo leva para alcançar a independência financeira.
Resumidamente, essa questão traz à tona a dúvida de quanto tempo será necessário para acumular o montante necessário para a independência, que foi descoberto com a fórmula do PNIF.
Apesar de ser uma pergunta simples, ela envolve dois principais pontos, que são: a rentabilidade que o investidor obterá; e o quanto o investidor poderá investir.
Obviamente, quanto maior a rentabilidade e o valor disponível para investir, menor será o tempo necessário para acumular o valor necessário.
Da mesma forma, quanto menor a rentabilidade financeira e menor os aportes mensais, mais tempo levará a jornada do investidor.
E para ter uma ideia desse período de tempo, uma dica é utilizar alguma calculadora da independência financeira.
Nela, o investidor pode simular o tempo necessário para atingir determinado patrimônio em diferentes cenários de aporte e de rentabilidade alcançada.
Além disso, outra alternativa é usar a calculadora dos juros compostos. Com essa ferramenta, é possível simular diferentes cenários de aporte mensal, rentabilidade e prazo de investimento para encontrar o patrimônio acumulado em cada situação.
Como atingir a independência financeira?
Depois de entender melhor as fases e sobre o quanto é preciso para atingir a liberdade financeira, a próxima etapa é saber como atingir a independência financeira de fato. Isto é, o que fazer para conseguir chegar nesse estágio de vida.
Abaixo, portanto, alguns dos passos que devem ser seguidos por aqueles que desejam atingir a independência financeira:
Realizar o controle das finanças pessoais
O primeiro passo para conseguir atingir a tão sonhada liberdade financeira é realizar o controle das finanças pessoais. Isso porque para conseguir atingir a independência será preciso, primeiramente, economizar dinheiro para o futuro.
Em outras palavras, gastar tudo o que se ganha só deixará mais longe o sonho de conseguir ser independente financeiramente.
Por isso, será preciso reorganizar as finanças pessoais e avaliar quais são as despesas que podem ser cortadas ou reduzidas.
Para isso, uma excelente dica é escrever quais são todas as receitas e despesas existentes.
Depois de identificar todas as entradas e saídas de recursos, o indivíduo deve pensar tanto em formas de reduzir os gastos mensais, mas também em maneiras de elevar as receitas.
Elevar os ganhos financeiros
Como foi colocado, o controle dos gastos é fundamental, mas isto não exclui a possibilidade de procurar elevar os ganhos financeiros.
Isso porque, para atingir a independência financeira, o indivíduo deverá construir um patrimônio investido ao longo de sua vida, e os maiores ganhos serão fundamentais nessa construção.
Afinal de contas, ao manter um padrão de vida mais baixo e ganhando mais, o patrimônio crescerá de forma mais rápida, fazendo com que o sonho de atingir a independência financeira fique mais próximo.
Algumas das formas de conseguir elevar os ganhos financeiros são:
- Criar uma fonte de renda extra;
- Ganhar dinheiro na internet;
- Desenvolver uma nova formação profissional;
- Exercer mais de um trabalho ao mesmo tempo;
- Trabalhar no tempo livre, em feriados em finais de semana;
- Obter mais conhecimentos e experiências para ser promovido.
Mudança de hábitos
Parte do significado de independência financeira é, sem dúvida, a mudança de hábitos financeiros que nos prejudicam.
Por exemplo: muitas pessoas compram roupas e acessórios caros para manter uma certa imagem enquanto estão afogados em dívidas.
Outros, acabam pequenas quantidades de dinheiro no cartão de crédito e, quando veem, o limite já estourou.
Esses hábitos danosos para o bolso devem ser evitados ao máximo e substituídos por hábitos melhores de poupar o dinheiro e fazer gastos inteligentes.
Claro que é possível comprar uma ou outra coisa por prazer, mas é preciso sempre manter a mentalidade de não gastar o dinheiro de forma inapropriada.
Estabelecer metas financeiras
Depois de realizar o controle dos gastos e de elevar os ganhos financeiros, o próximo passo é estabelecer metas financeiras.
Isso será importante porque o caminho para a independência financeira não é curto e muito menos fácil.
Por isso, estabelecer metas financeiras será fundamental para conseguir se manter focado e disciplinado ao longo do tempo.
Além disso, sugere-se que os objetivos sejam traçados para o curto, médio e longo prazo. Por exemplo:
- Curto prazo: conseguir investir R$10.000,00 até o final do ano;
- Médio prazo: possuir no mínimo R$100.000,00 investidos em 5 anos;
- Longo prazo: alcançar uma renda passiva mensal de R$2.000,00 em 8 anos.
Criar uma reserva de emergência
Uma reserva de emergência é aquele dinheiro usado para o caso de imprevistos, como demissões, problemas de saúde ou até mesmo o falecimento de um parente.
De forma geral, a reserva de emergência possui de 6 a 12 meses dos gastos mensais de uma pessoa. Portanto, é preciso colocar na ponta do lápis o quanto se gasta todo mês.
Essa quantidade pode variar: se a pessoa for concursada, ela pode precisar de menos dinheiro em sua reserva. No entanto, se ela empreender, esse valor pode aumentar. Cada caso é um caso.
É possível deixar a reserva de emergência em ativos de renda fixa com liquidez diária, como Tesouro Selic, CDBs com pelo menos 100% do CDI e outros.
Não é recomendado, no entanto, deixar o dinheiro na poupança: essa modalidade acaba perdendo para a inflação, fazendo com que o investidor perca poder de compra.
Investir com constância
Por último, mas não menos importante, investir com constância é outro passo fundamental para todos aqueles que desejam atingir a independência financeira.
Afinal de contas, serão os investimentos realizados ao longo do tempo que sustentarão a renda passiva para o estágio de liberdade.
Sem dúvida, a paciência e a regularidade nos aportes nos ativos da carteira serão os principais fatores para garantir o sucesso na caminhada até a independência financeira.
Diversifique seus investimentos
De fato: investir com constância não basta, é preciso também seguir a regra de diversificação nos investimentos.
Diversificar significa investir em diversos ativos, e em diversas classes de ativos. Dessa forma, o risco de perder dinheiro diminui.
Por exemplo: se um investidor compra ações de bancos apenas, ele pode perder grande parte desse dinheiro caso esse setor passe por problemas nos próximos anos.
No entanto, se ele comprar ações de empresas de diversos setores, comprar fundos imobiliários, ativos internacionais, ETFs e outros, ele diminuirá seu risco ao investidor.
Portanto, não se deve deixar de lado esse importante princípio na hora de investir, pois ele deixará a cabeça do investidor muito mais tranquila.
E então, conseguiu entender melhor sobre o que é e como atingir a tão sonhada independência financeira? Deixe abaixo suas dúvidas e comentários sobre o assunto.
O que é a independência financeira?
A independência financeira é o estágio em que um indivíduo possui renda passiva suficiente para arcar com o seu padrão de vida. Ou seja, é quando a pessoa se torna independente da sua renda ativa, oriunda de sua profissão.
Quanto precisa para a independência financeira?
O quanto precisa para a independência financeira dependerá de dois fatores: o custo de vida e o rendimento auferido na aplicação do patrimônio gerador da renda passiva. Quanto menor esse custo e maior o rendimento, menos será necessário para atingir a independência financeira.
Como calcular o valor da independência financeira?
Para calcular o valor da independência financeira, basta dividir o custo de vida anual pelo rendimento percentual esperado para a renda passiva. Por exemplo, um indivíduo com custo de vida de 100 mil por ano e que alcança 5% de rendimento através de proventos precisará de 2 milhões de reais (100 mil dividido por 5%).
Como conseguir a liberdade financeira?
Para conseguir a liberdade financeira, é preciso desenvolver direitos ou investir em ativos que sejam capazes de gerar um fluxo de renda passiva periódico. Então, quando esse fluxo se igualar ao custo de vida, a liberdade financeira terá sido alcançada.
O que é o patrimônio necessário para independência financeira (PNIF)?
atrimônio necessário para independência financeira (PNIF) é uma fórmula que determina o quanto é preciso ter investido para alcançar esse estágio de liberdade. Para calcular, basta dividir o gasto médio anual pela rentabilidade líquida dos investimentos.