Quem pensa sobre como começar a investir e se interessa pelo setor energético precisa conhecer o IEE e a sua composição.
Afinal, os índices existentes no mercado financeiro, como o IEE, mostram como os papéis que os compõem se comportam durante determinado período, indicando a tendência média desse setor.
O que é IEE?
IEE é o Índice de Energia Elétrica, um dos índices administrados pela B3. Como o nome sugere, ele é composto por empresas do segmento de energia elétrica, o que o torna um índice setorial.
O IEE é um índice de retorno total com reinvestimento no próprio ativo, o que significa que a sua análise vai além do quanto um investimento rendeu, uma vez que considera pontos como a valorização do ativo e a sua distribuição de dividendos.
A principal peculiaridade está no fato de o IEE mostrar o ajuste decorrente da possibilidade de o investidor ter vendido os papéis analisados pelo último preço de fechamento anterior ao início da negociação “ex-provento”, segundo definição da B3.
A característica de “reinvestimento no próprio ativo se mostra com a consideração de que o investidor” utilizou os recursos na compra das mesmas ações sem o provento distribuído ‘ex-provento”.
Desta forma, as suas informações são mais completas a apontam o mais próximo possível do real desenvolvimento das empresas que o compõem.
Como funciona o IEE?
O índice IEE é composto somente por empresas de energia elétrica.
Logo, a sua carteira teórica conta com ações e units que se enquadrem em todos os critérios a seguir:
- Precisam ser de companhias listadas na B3;
- Os ativos devem ter tido participação maior ou igual a 0,01% no mercado a com relação ao volume financeiro pelo período de vigência de, no mínimo, três carteiras anteriores;
- As ações e units precisam ter marcado presença em pregão de 80% pelo mesmo período;
- Devem ter feito ao menos dois negócios por dia em, no mínimo, 80% dos pregões nos quais seus papeis foram negociados;
- Os ativos cotados a menos de R$ 1 (os chamados Penny Stock) não são incluídos;
- Os papéis não podem ser BDRs;
- Ativos de companhias em recuperação judicial ou extrajudicial também não são aceitos;
- Papéis de empresas que estejam em regime especial de administração temporária não podem ser incluídos;
- Empresas em intervenção ou em outras situações especial de listagem ficam igualmente de fora.
É importante salientar que todas as ações possuem uma participação igual no que diz respeito a valor na carteira teórica do índice. Mas isso apenas no período de sua compilação e em seus ajustes periódicos.
Assim como outros índices setoriais da BM&FBovespa, seu período de apuração é de quatro meses. O que significa que, após o início de cada quadrimestre, as participações sofrerão variação de acordo com o crescimento ou queda dos seus preços individuais.
Mais um ponto a observar é que podem haver ajustes que causem pequenos diferenciais nos pesos relativos.
Composição da IEE
Na composição do IEE estão as principais empresas do setor elétrico em negociação no mercado de ações brasileiro. Algumas delas são as seguintes:
- Alupar (ALUP11)
- Cesp (CESP6)
- Cemig (CMIG4)
- Coelce (COCE5)
- CPFL Energia (CPFE3)
- Copel (CPLE6)
- Engie Brasil (EGIE3)
- Eletrobras (ELET3)
- EDP Brasil (ENBR3)
- Eneva (ENEV3)
- Energisa (ENGI11)
- Equatorial (EQTL3)
- Light (LIGT3)
- Neoenergia (NEOE3)
- Omega Geração (OMGE3)
- Taesa (TAEE11)
- AES Tietê (TIET11)
- CTEEP (TRPL4)
Histórico do IEE
O IEE entrou no mercado em agosto de 1996. Ele foi o primeiro índice setorial da BM&FBovespa.
Desde a sua fundação, ele já era formado pelas principais empresas de capital aberto existentes no setor de energia elétrica. De lá pra cá, ele vem mensurando o desempenho das companhias que o integram.
Para que serve o IEE?
Uma vez que é alimentado pelas ações e units das principais empresas do ramo de energia elétrica, o IEE visa demonstrar o desenvolvimento financeiro do setor, por meio das movimentações dos papéis que o compõem.
Assim, é bastante comum que em meio a crises no setor, como os chamados apagões ocorridos no Brasil e no Paraguai no início do século XXI, as oscilações sejam mais frequentes.
Vale analisar também como uma empresa endividada, mas que ainda não passou por intervenção ao recuperação judicial, é vista pelo mercado. Assim como o surgimento de novos expoentes no setor.
É possível investir no IEE?
Diversos índices setoriais se transformaram em Fundos de Índices – os chamados ETFs, é possível investir neles como estes fossem uma ação comum. Entretanto, o IEE não é um deles.
Assim, para investir nas companhias que compõem este índice é preciso procurar as ações individuais de cada uma.
Foi possível saber mais sobre IEE? Deixe suas dúvidas nos comentários.