Investir em fundos de investimento é uma opção para o investidor aplicar seu dinheiro com segurança e obter boas rentabilidades. E quando falamos em renda variável, a principal alternativa nesse sentido é o investimento em fundo de ações.
Como investir na bolsa pode parecer um pouco complicado, um fundo de ações pode ser uma ótima alternativa para investir com praticidade sem abrir mão de uma boa gestão dos seus investimentos.
O que é um fundo de ações?
Um fundo de ações (chamado oficialmente de fundo de investimento em ações ou FIA) é um fundo de investimento que possui pelo menos 67% do seu capital investido em ações da bolsa de valores. São fundos administrados por um gestor profissional, responsável por fazer a alocação de capital dos cotistas.
Em outras palavras, em um FIA, o gestor do fundo é quem decide como alocar dos recursos dos investidores – escolhendo quais ações o fundo vai comprar ou vender.
Portanto, um fundo de ações reúne um grupo de investidores, chamados de cotistas, que desejam investir em renda variável. Então, ao comprar cotas desse fundo, os investidores entregam seu capital para uma empresa gestora de investimentos, que fica responsável por montar e administrar uma carteira de ações negociadas na bolsa.
Esse tipo de fundo pode fazer muito sentido para investidores que desejam possuir capital em renda variável, mas que não tenham tempo ou conhecimento para realizar os investimentos.
Então, esses investidores optam por terceirizar a análise, a alocação e a administração de seu capital para um gestor. Este gestor, por sua vez, assume a responsabilidade pela estratégia de investimento do fundo, recebendo taxas de administração e também de performance pelo seu trabalho.
Como funciona um fundo de ações?
Por conta da praticidade e da gestão profissional dos fundos de ações, muitos investidores acabam tendo bastante interesse por esse tipo de investimento. Contudo, antes de investir em fundos é preciso saber como eles funcionam.
Isso porque existem alguns pontos em que os fundos de ações podem se diferenciar. Por exemplo, em relação à rentabilidade, ao tipo de gestão e ao benchmark (rentabilidade de referência) utilizado. Além disso, é preciso se atentar também aos aspectos em que os fundos de ações se diferenciam em relação aos outros tipos de fundos.
Por isso, a seguir colocaremos algumas das premissas básicas sobre esse tipo de investimento. Assim, será possível saber como funciona um fundo de ações com mais profundidade.
Gestão dos fundos de ações
Outro ponto importante de conhecer sobre esse investimento é sobre como funciona a gestão dos fundos de ações. Nesse sentido, existem duas diferentes formas de gestão, a ativa e a passiva.
1. Fundos de ações com gestão ativa
Os fundos de ações com gestão ativa são aqueles que o gestor administra ativamente o capital dos cotistas com o objetivo de superar a rentabilidade de um benchmark. Em outras palavras, há um trabalho ativo de análise de empresas para que o gestor tome as melhores decisões de compra e venda dos papéis.
Essencialmente, esse trabalho tem o objetivo de conseguir uma performance superior ao do benchmark do fundo, que pode ser, por exemplo, o Ibovespa ou um índice de inflação como o IGP-M (somado a uma porcentagem de prêmio). Isso porque o cotista está pagando uma taxa de administração e de performance, então se espera que o resultado obtido pelo fundo seja ao menos superior à performance do índice de referência.
Caso contrário, o cotista poderia simplesmente comprar um ETF (Exchange Traded Fund) que replica o resultado, por exemplo, do índice Bovespa. Nesse caso, a gestão do fundo seria passiva, as taxas seriam reduzidas e a rentabilidade acompanharia o benchmark.
2. Fundo de ações com gestão passiva
Os fundos de ações com gestão passiva são aqueles que seguem uma metodologia pré-determinada de alocação de capital. Isto é, não há um trabalho ativo de análise de ações para alocar o capital dos cotistas, uma vez que não existe a intenção de tentar superar o benchmark.
Por isso, fundos de gestão passiva normalmente são compostos por ações listadas em um índice específico da bolsa, como o Índice Ibovespa, IBrX-50, entre outros. Também são chamados de fundos indexados, já que só replicam a performance de um indicador.
Nesse sentido, existem alguns fundos de ações que investem apenas na ação de determinada empresa. Por exemplo, o Banco do Brasil possui um fundo que investe o recurso dos cotistas preponderantemente na ação da Vale. Para isso, este fundo cobra uma taxa de administração de 2% ao ano.
Claramente, esse tipo de investimento espanta. Afinal, o investidor poderia facilmente adquirir ações da Vale na Bolsa sem precisar de pagar 2% ao ano em taxas. E é justamente por isso que os fundos de ações com gestão passiva são mais raros.
Afinal, muitas vezes a taxa cobrada não justifica a metodologia passiva de alocação de capital do fundo. Mas isso não significa que realizar investimentos de gestão passiva não seja algo positivo.
Aplicar em ETFs, por exemplo, pode fazer sentido para diversos investidores, sendo que este investimento possui gestão passiva e cobra taxas bastante inferiores em relação aos fundos de ações.
Benchmark de um fundo de ações
Outro aspecto fundamental de entender é o benchmark de um fundo de ações. O benchmark é um parâmetro de referência que serve para comparar e analisar a rentabilidade de investimentos.
Para cada tipo de investimento, devemos utilizar um benchmark diferente, de modo que a referência seja sempre a mais apropriada em relação ao nível de risco assumido. Alguns benchmarks possíveis são:
- Ibovespa;
- IGP-M;
- CDI;
- IFIX (Índice de Fundos Imobiliários);
- 10%.
Como pode ser observado, um benchmark pode ser um índice da bolsa, um índice de inflação ou até mesmo uma taxa nominal fixa. Como dissemos, esses benchmarks são apenas referências, e por isso há uma grande gama de possibilidades.
Mas ao investir em fundo de ações, por exemplo, o investidor deseja obter, obviamente, retornos financeiros acima da média do mercado. Isto é, acima do Ibovespa. Caso contrário, investiram em um ETF (Exchange Traded Fund) do Ibovespa com poucas taxas.
Por isso, é bastante comum que os fundos de ações tenham como benchmark o Ibovespa, de modo que o gestor possui o dever de tentar superar o rendimento da média do mercado. Além dessa referência, outro benchmark comumente utilizado é o IGP-M + 6% ao ano.
Isso porque acredita-se que o retorno do IGP-M acrescido de 6% ao ano reflita bem o prêmio esperado pelo investidor ao investir em um fundo de ações.
Portanto, é sempre preciso analisar o histórico de retorno dos fundos de ações em relação a um benchmark adequado, que represente bem o nível de risco assumido ao investir na renda variável.
Rentabilidade de um fundo de ações
Talvez o ponto mais importante de ser tratado seja sobre a rentabilidade de um fundo de ações. Afinal, o objetivo de todo investidor ao realizar um aplicação é ganhar o máximo de dinheiro com o mínimo de capital. Isto é, ter uma alta rentabilidade.
A rentabilidade de um fundo de ações irá mostrar como o valor da cota do fundo evoluiu ao longo do tempo por conta dos ganhos (ou perdas) com o investimento nas ações. O ideal, ao avaliar um fundo, é não observar a rentabilidade dos últimos 12 meses, mas sim a performance obtida pelo gestor ao longo de um período maior de tempo.
E uma discussão polêmica sobre a rentabilidade dos fundos de ações diz respeito a teoria de que a maioria deles não é capaz de superar o índice de referência (benchmark) no longo prazo. De fato, nos EUA, um estudo mostrou que a grande maioria dos fundos americanos não conseguiram bater o S&P 500, o Ibovespa dos Estados Unidos.
Contudo, outra vertente mostra que o mercado norte americano é muito mais líquido e eficiente que o brasileiro. Portanto, seria mais difícil, lá fora, obter ganhos com assimetrias entre preço e valor.
No Brasil, ainda de acordo com essa vertente, o mercado brasileiro sofre com falta de liquidez. Isso abriria espaço para que gestores de value investing superem a rentabilidade do mercado no longo prazo.
Contudo, esse não é um trabalho fácil. Afinal, o gestor do fundo precisa obter uma rentabilidade líquida das taxas de administração e performance que seja superior ao benchmark proposto.
Apesar disso, temos diversos exemplos de excelentes gestores de fundos de ações brasileiros que bateram com folga a rentabilidade do Ibovespa ao longo do tempo. Por isso, é válido estudar alguns fundos e gestores e considerar esse tipo de investimento.
Como aplicar em um fundo de ações?
Para aplicar em um fundo de ações é preciso que o investidor tenha uma conta em uma corretora. Afinal, será por meio da plataforma de investimento da corretora que o investidor poderá conhecer os fundos disponíveis e realizar a aplicação.
Algumas das informações disponíveis para o investidor sobre os fundos de ações na plataforma de investimento são as seguintes:
- Rentabilidade acumulada;
- Regulamento do fundo;
- Prospecto do fundo;
- Lâmina do fundo;
- Aplicação inicial;
- Prazos;
- Taxas.
Após analisar todos esses documentos e informações, fica muito simples saber como aplicar em um fundo de ações. Nesse sentido, você precisará possuir o saldo na conta da corretora que irá aplicar. Então, basta escolher o fundo e solicitar a aplicação junto à plataforma da corretora.
Como sacar o investimento em um fundo de ações?
Por último, outro ponto importante de ser destacado se refere a uma dúvida de vários investidores. Afinal, como sacar o investimento em um fundo de ações?
Ressalta-se que essa é uma operação simples de ser executada, mas que deve respeitar todos os prazos de resgate do fundo, que podem ser encontrados no seu regulamento.
Então, para sacar o dinheiro, basta acessar a plataforma de fundos da sua corretora e solicitar o resgate do investimento. Portanto, destaca-se que não é necessário entrar diretamente com o fundo, uma vez que a corretora fará o trabalho de transferência.
Por fim, respeitados os prazos de resgate e o imposto sobre o ganho de capital, o valor líquido do saque cairá diretamente na sua conta da corretora.
Tipos de fundo de ações
Ao pesquisar sobre esse tipo de investimento, diversos investidores acabam se deparando com os diversos tipos de fundo de ações que existem. Por isso, a seguir colocaremos as principais características de cada um deles:
Fundo livre
Um fundo livre, como o próprio nome diz, é livre para adotar diferentes estratégias de investimento. Ou seja, não há um compromisso de concentração em determinada metodologia de alocação de capital.
Contudo, vale lembrar que esse tipo de fundo só pode investir em ativos especificados no regulamento. Caso o investimento em BDRs (brazilian Depositary Receipts) não seja contemplado no regulamento, por exemplo, o gestor não pode fazer esse tipo de aplicação.
Fundo de dividendos
O fundo de dividendos é aquele que possui a metodologia de investir em empresas pagadoras de dividendos. Isto é, aquelas que possuem, essencialmente, as seguintes características:
- Alto payout;
- Alto dividend yield.
Esse tipo de estratégia focada em dividendos, historicamente, entregou excelentes retornos para os investidores. Essa metodologia foi contemplada por Décio Bazin, um famoso e bem sucedido investidor brasileiro que escreveu no livro “Faça fortuna com ações antes que seja tarde”.
Nessa obra, Bazin mostra exemplos reais de rentabilidade de carteiras de investimento em ações focadas em dividendos no Brasil. Escrevemos uma resenha completa sobre o livro que pode ser acessada gratuitamente.
Fundo de small caps
O fundo de small caps é o fundo que possui como estratégia o investimento em ações Small Caps. Isto é, companhias com baixo valor de mercado negociadas na Bolsa.
Esse tipo de empresa, de maneira geral, possuem maior potencial de crescimento. Afinal, é mais fácil uma empresa pequena dobrar de tamanho do que uma companhia Big ou Mega Cap.
Além disso, é mais comum encontrar small caps sendo negociadas abaixo do seu valor intrínseco. Isto é, sendo negociadas abaixo do que realmente valem.
Isso acontece porque essas empresas são menores e suas ações possuem menor liquidez na bolsa. Então, corretoras, bancos e investidores institucionais e estrangeiros acabam deixando de analisar e acompanhar small caps.
Este fato abre grandes oportunidades, visto que o mercado demora mais para precificar mudanças com relação ao quanto uma determinada small cap deveria valer.
Além disso, notícias negativas generalizadas acabam impactando mais esse tipo de ação. Afinal, os papéis são menos líquidos, e nem sempre a oferta encontra facilmente a demanda, o que tende a gerar assimetrias.
Por isso, o investimento em small caps é uma excelente estratégia, e alguns fundos de ações procuram encontrar empresas com esse perfil para investir. Contudo, muitas vezes a falta de liquidez de suas ações prejudica essa estratégia.
Por exemplo, imagine a seguinte situação:
- Patrimônio do fundo X: 1 bilhão;
- Valor de mercado da Small Cap Y: 500 milhões.
Como pode ser observado, caso o fundo deseje ter 10% de seu patrimônio na Small Cap Y, ele deverá comprar 100 milhões em ações. Contudo, essa quantia representa 20% do valor da empresa.
Por isso, o fundo terá dificuldade com a liquidez e com o tamanho da empresa para realizar esse investimento. Por outro lado, investidores individuais, com menos capital, tendem a não enfrentar esses problemas ao investir em small caps.
Fundo de investimento no exterior
Um fundo de investimento no exterior, como o nome diz, realiza investimentos em ações estrangeiras, negociadas em outras Bolsas. Conceitualmente, são fundos composto por pelo menos 40% de ações e índices de ações negociadas em bolsas estrangeiras.
Essa é uma grande vantagem para diversos investidores, uma vez que muitos têm dificuldade em abrir uma conta no exterior para comprar os ativos diretamente nas bolsas NYSE e NASDAQ, por exemplo.
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Então, ao investir nesse tipo de fundo, o investidor possui a possibilidade não só de ter um gestor profissional realizando seus investimentos. Mas também a oportunidade de ter seu capital investido nas maiores companhias do mundo.
Algumas das empresas que os fundos de investimento no exterior possuem a oportunidade de investir são:
- Apple;
- Disney;
- Google;
- Microsoft;
- Wells Fargo;
- Bank of America;
- Berkshire Hathaway
Como pode ser observado, são empresas gigantescas e muito consolidadas. E apesar de todas terem BDRs negociados na bolsa brasileira, apenas investidores qualificados podem adquirir os ativos.
Por isso, investir em fundo de ações de investimento no exterior pode ser uma estratégia interessante para alguns investidores que desejam se expor a ativos internacionais.
Fundos específicos
Os fundos específicos são aqueles compostos por grupos fechados de ações ou outros ativos negociados na bolsa de valores. Normalmente, possuem um portfólio que se diferencia do restante de fundos do mercado.
Este é o caso, por exemplo, dos fundos de mono ação. Isto é, aqueles que investem o patrimônio do fundo em ações de uma única empresa.
Fundos fechados
Por último, os fundos fechados, como o próprio nome também diz, são fundos de ações que não estão disponíveis no mercado. Isto é, são carteiras de condomínio fechado, não estando aberto para investidores em geral.
Características de um fundo de ações
Agora que você já conhece e sabe como funciona um fundo de ações, chegou a hora de saber também algumas características de um fundo de ações. Assim, não restarão mais dúvidas sobre esse tipo de investimento.
Taxas cobradas em um fundo de ações
Como foi dito anteriormente, os fundos de ações são geridos por gestores profissionais. Sendo que estes trabalham diariamente para encontrar as melhores oportunidades de alocação de capital para os cotistas.
Para realizar esse trabalho de análise, seleção e acompanhamento dos ativos, acabam existindo taxas cobradas em um fundo de ações, como a taxa de administração.
E além desta, existem também uma cobrança de performance. Ou seja, uma remuneração extra para o gestor que consegue entregar resultados acima do esperado.
Vale lembrar também que cada fundo pode definir livremente as taxas que serão cobradas sobre os cotistas. Contudo, cabe ao investidor optar por pagar essa taxa ou não. Afinal, ao investir seu capital no fundo, o aplicador deveria analisar o quanto de encargo ele estará sujeito.
Resumidamente, as principais taxas cobradas em um fundo de ações são:
1. Taxa de administração
A taxa de administração contempla o valor referente aos gastos com a manutenção do fundo e a remuneração dos gestores. Normalmente gira em torno de 1% a 2% do capital investido no fundo, por ano.
2. Taxa de performance
A taxa de performance de um fundo de ações se refere a bonificação cobrada somente se a meta de rendimento do fundo for atingida – como por exemplo, superar o índice Ibovespa. Essa taxa de performance de um fundo de ações costuma ser de 20% sobre os rendimentos que ultrapassam o benchmark do fundo;
3. Taxa de entrada e saída
A taxa de entrada e saída de um fundo de ações é o valor para entrar no fundo ou resgatar as cotas antes da data limite. Não são taxas comuns, mas pode ser cobrada dependo do fundo.
Destaca-se que o ideal é que o gestor seja mais remunerado por uma taxa de performance. Dessa forma, há um estímulo para que os profissionais atuem para obter o melhor resultado possível para o fundo, uma vez que eles serão mais remunerados assim.
Tributação dos fundos de ações
Outro ponto que gera bastante dúvida com relação a esse investimento diz respeito à tributação dos fundos de ações. Contudo, essa é uma questão simples de ser entendida.
Nesse sentido, assim como nos outros investimentos de renda variável, a cobrança do Imposto de Renda nos fundos de ações é de 15% sobre os rendimentos obtidos. Sendo que essa taxa é fixa para qualquer valor e incide somente quanto as cotas são resgatadas.
E além do Imposto de Renda, os fundos de ações também sofrem a incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Contudo, esse imposto apenas incide sobre resgates com menos de 30 dias.
Prazos e limites para movimentação em um fundo de ações
Além de saber os pontos anteriores, é preciso conhecer também os prazos e limites para movimentação em um fundo de ações. Assim, você evita eventuais surpresas ao tentar sacar o seu dinheiro investido, por exemplo.
E para entender bem todos esses prazos, é preciso conhecer os D’s +. Eles representam o tempo entre uma solicitação e a sua efetivação. Por exemplo:
- D+0: a solicitação é efetivada no mesmo dia (liquidez diária);
- D+1: a solicitação é efetivada no dia útil seguinte;
- D+30: a solicitação é efetivada após 30 dias úteis.
Isto é, o D é o próprio dia. E a soma após a letra D significa a quantidade de dias úteis até a efetivação da solicitação.
Então, os principais prazos e limites dos fundos de ações são:
1. Prazo de aplicação
O prazo de aplicação de um fundo de ações é o tempo decorrido da data de solicitação de investimento junto a corretora até o momento em que a aplicação é, de fato, efetivada. Normalmente, este prazo, para fundo de ações, é de 1 dia útil. Isto é, D + 1.
2. Prazo de cotização
O prazo de cotização de um fundo de ações é o prazo entre a solicitação de resgate do investimento a efetivação da conversão das cotas em dinheiro novamente. Em outras palavras, é o tempo que leva para o seu investimento em cotas virar dinheiro.
3. Prazo de liquidação pós-resgate
Já o prazo de liquidação pós-resgate de um fundo de ações é o prazo que decorre após o prazo de cotização. Nesse sentido, é o tempo para que o fundo investido transfira o dinheiro para a sua conta.
4. Prazo de resgate
No fim das contas, o que importa, na verdade, é o prazo de resgate de um fundo de ações. Ele nada mais é que a soma do prazo de cotização com o prazo de liquidação. Isto é, representa o tempo para o dinheiro cair na conta após a solicitação de saque do investimento.
Regulamentação dos fundos de ações
Alguns investidores, com o objetivo de conhecer melhor esse tipo de investimento, procuram saber mais sobre a regulamentação dos fundos de ações. Sem dúvida, conhecer a legislação e as regras desse investimento fornece mais segurança e previsibilidade.
Destaca-se, portanto, que muitos dos fundos de ações são registrados na CVM (Comissão de valores Mobiliários). Então, são regidos pelas regras da Instrução CVM 555.
Contudo, como veremos nesse artigo, existem outros fundos que são específicos. Nesse caso, esses fundos devem seguir outras regras de outras instruções, como da CVM 356, 398, 444, 472, 578, 579.
Analisar todas essas instruções é, sem dúvida, uma tarefa difícil. Então, para facilitar o entendimento sobre esse tipo de investimento, a seguir explicaremos como funciona e quais são as regras, de fato, um fundo de ações.
Riscos de um fundo de ações
O maior risco de qualquer investimento é a perda permanente de capital, e não seria diferente com um fundo de ações. Não é à toa que Warren Buffett, um dos maiores investidores da história, costuma dizer:
- “Regra número 1: nunca perca dinheiro. Regra número 2: não esqueça a regra número 1”.
Vale destacar que perder dinheiro não significa ter seus investimentos desvalorizados. Nesse sentido, a volatilidade é uma característica inerente dos investimentos em ações e em renda variável.
E não só isso, mas é também o principal fator que contribui para conseguirmos realizar bons investimentos. Por isso, no que se refere ao investimento em fundos de ações, não se esqueça de:
- Selecionar fundos com bons gestores;
- Se manter focado no longo prazo.
Ao seguir essas duas premissas, os riscos de um fundo de ações reduzem drasticamente. Afinal, o investimento em renda variável foi, historicamente, o que mais trouxe retorno para investidores.
Por isso, analise, conheça e selecione bem o gestor do seu capital, e mais importante: confie no poder dos juros compostos.
Vantagens e desvantagens dos fundos de ações
Agora que você já sabe como um fundo de ações funciona e quais são suas principais características, está na hora de conhecer as vantagens e desvantagens dos fundos de ações. Assim, será possível avaliar melhor se esse é o investimento mais adequado para você.
Vantagens de investir em fundos de ações
O investimento em fundos de ações é, sem dúvida, uma alternativa muito válida e benéfica para diversos investidores. Nesse sentido, as principais vantagens de investir em fundos de ações são:
1. Maior praticidade
Uma das principais vantagens de investir em fundos de ações é a praticidade que esse investimento oferece. Isso porque, ao invés de precisar montar uma carteira com diversos ativos de renda variável, o investidor se torna cotista de uma cesta de ações já montada.
Portanto, não há o trabalho de selecionar, estudar, analisar e acompanhar os ativos. Afinal, há uma gestora profissional realizando esse trabalho que, vale lembrar, é remunerado.
2. Gestão profissional
Outra importante vantagem de investir em fundos de ações é a possibilidade de ter seu dinheiro administrado e alocado por profissionais experientes do mercado. Nesse sentido, existem diversos investidores extremamente competentes que ocupam a função de gerir fundos de ações no Brasil.
Então, mesmo com pouco capital, os fundos de ações permitem pequenos investidores tenham suas economias investidas de por uma gestão profissional, com verdadeiros especialistas em investimentos
Muitas vezes, isso é melhor que tentar se aventurar, sem experiência, no universo de bolsa de valores de forma individual.
3. Diversificação
Por fim, a terceira principal vantagem de investir em fundos de ações é a diversificação de ativos que esse investimento proporciona ao cotista. Afinal, ao realizar apenas uma aplicação, o investidor está exposto a dezenas de empresas e ativos.
Além disso, há a possibilidade de acesso a mais ativos e ações da bolsa com uma quantia menor de recursos. Isso também ajuda a diluir custos, por exemplo, com taxas de corretagem de compra e venda de papéis.
Desvantagens de investir em fundos de ações
Apesar das vantagens apresentadas, é preciso saber que também existem desvantagens de investir em fundos de ações. Por isso, a seguir iremos elencar os principais pontos negativos de realizar esse tipo de investimento.
1. Possui taxas
Talvez a principal desvantagem de investir em um fundo de ações sejam as taxas cobradas por esse tipo de investimento. É claro que ela faz sentido, afinal existem profissionais trabalhando e que merecem receber pelos seus esforços.
Contudo, para o investidor de fundo de ações, essas taxas podem comprometer, e muito, o rendimento no longo prazo. Afinal, a taxa de administração e de performance irão sair do rendimento auferido pelo gestor para seus cotistas.
E ainda há a taxa de saída, que, muitas vezes, fica na faixa de 10%. Ou seja, 10% do capital do investidor pode ser retido no momento de saída do fundo. Sem dúvida, essa é uma grande desvantagem de investir em fundos de ações.
2. Falta de controle
Outra desvantagem desse tipo de investimento é a falta de controle que ele oferece aos cotistas. Esta é uma característica inerente a um fundo, contudo, esse fato pode incomodar alguns investidores.
Nesse sentido, caso o gestor mude de estratégia ou realize operações que um investidor discorda, não há nada que pode ser feito. Isto é, o cotista depende completamente das decisões de investimento do gestor, devendo aceitá-las. A única opção, em uma situação de discordância, é resgatar os valores investidos no fundo.
Outros tipos de fundos de investimento
Além dos fundos de ações, vale lembrar que existem também outros tipos de fundos de investimento. A seguir, iremos elencar e explicar um pouco melhor outros tipos de fundos disponíveis no mercado.
1. Fundos multimercado
Um tipo de fundo de investimento bastante comum é o fundo multimercado. Esse investimento permite que o gestor possa realizar e adotar diversas operações estratégias de investimento.
Por exemplo, um fundo multimercado consegue realizar alocações do capital em:
- Commodities ;
- Renda fixa;
- Câmbio;
- Ações.
Não é à toa que os fundos multimercados são conhecidos pela flexibilidade de investimento. Nesse sentido, o gestor do fundo pode, além desses tipos de investimentos citados, realizar operações com alavancagem.
Por isso, em algumas situações, esse tipo de fundo pode ser mais arriscado que um fundo de ações. Em outras, pode ser considerado mais seguro. Portanto, é sempre preciso analisar com bastante cuidado um fundo multimercado para identificar qual estratégia de investimento ele adota.
2. Fundos cambiais
Os fundos cambiais, como o próprio nome diz, concentram seus investimentos em câmbio. Ou seja, em moedas, que podem ser, por exemplo:
- Dólar (USD);
- Euro (EUR);
- Iene.
Ao comprar esses tipo de fundo de investimento de câmbio estrangeiro, o investidor acredita que o real irá depreciar e que as moedas estrangeiras irão apreciar de valor. Então, é possível ganhar com essa valorização.
3. Fundos de renda fixa
Os fundos de renda fixa são fundos que investem em produtos financeiros, obviamente, de renda fixa. Isto é, investem o capital dos cotistas em:
E no novo cenário de juros mais baixo, esse tipo de fundo é bastante indicado principalmente para investidores que procuram aplicações para deixar reservas de emergência e de oportunidades.
Isso porque esse tipo de investimento em renda fixa têm rendido cada vez menos com a taxa de juros mais baixa. Inclusive, as expectativas são que o rendimento real desse tipo de aplicação se aproxime de zero, após a retirada do efeito da inflação e depois do desconto dos tributos.
Contudo, a renda fixa ainda pode ser bastante interessante para investidores que mantém uma quantia de capital reservada para emergências ou para oportunidades de investimento. Afinal, com ela é possível deixar o dinheiro reservado em uma aplicação segura e que rende mais que a poupança.
4. Fundos de investimento no exterior
Os fundos de investimento no exterior, obviamente, têm o objetivo de alocar o capital dos cotistas em ativos estrangeiros, fora do Brasil. Por isso, podem ser uma excelente alternativa para investidores que procuram aumentar a diversificação geográfica de seus investimentos.
Isso porque esse tipo de fundo costuma possuir moedas, ações e títulos públicos estrangeiros, por exemplo, norte-americanos. Portanto, o rendimento auferido depende da performance dos ativos do exterior, e não do Brasil.
Então, eventuais mudanças no quadro econômico ou político brasileiro tendem a não impactar o rendimento dos fundos de investimento no exterior.
Como escolher um fundo de ações?
Ao avaliar o investimento nesse tipo de fundo, o investidor pode ficar na dúvida quais aspectos considerar em sua análise.
Por isso, iremos colocar alguns pontos importantes no processo de como escolher um fundo de ações.
1. Estudar o histórico de resultados
O fator mais importante que deve ser observado pelo investidor é o histórico de resultado obtido pelo fundo de ações analisado. Isso porque de nada adianta promessas e expectativas se o resultado esperado não se concretiza.
Por isso, procure estudar o histórico de resultados do fundo de ações, e veja o quanto o gestor conseguiu, de fato, criar valor para os cotistas. Mas cuidado, não analise apenas os resultados dos últimos 12 meses.
Nesse sentido, é preciso estudar o resultado obtido desde o início das atividades do fundo. E principalmente, comparar esse resultado em relação à média do mercado e aos outros fundos disponíveis.
2. Examinar o gestor e a equipe do fundo
Ao investir em um fundo de ações, o investidor está comprando não só uma parte dos ativos possuídos pelo fundo. Mais importante que isso: o investidor está comprando a mente do gestor.
Afinal, a carteira e os ativos irão mudar ao longo do tempo. Contudo, o que irá permanecer é o gestor, com seu conhecimento, experiência, valores e premissas de investimento. Por isso, estude muito e conheça a história daquele que irá administrar e tomar as decisões de investimento com seu dinheiro.
Além disso, vale também avaliar a equipe que está junto com o gestor trabalhando por trás do fundo. Nesse sentido, equipes mais maduras, com mais experiência e com mais tempo trabalhando juntos são opções melhores e mais indicadas.
3. Estudar a carteira do fundo
Outro aspecto importante de ser avaliado é a carteira de investimento do fundo de ações. Afinal, será essa carteira a responsável pelo retorno do fundo ao longo do tempo.
Por isso, estude quais são as ações presentes na carteira e qual o peso de cada uma delas dentro do fundo. Então, considere aqueles fundos que possuam um portfólio compatível com suas premissas de investimento.
Por exemplo, caso você não goste do investimento em empresas estatais, evite aqueles fundos que possuam ações desse tipo de companhia. Ou, caso prefira o investimento em uma linha de Value Investing, considere fundos que possuam esse tipo de metodologia de investimento.
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4. Analisar as taxas cobradas
Outro ponto importante é analisar as taxas cobradas pelos fundos de ações. Nesse sentido, procure observar se as taxas estimulam mais a remuneração do gestor por resultado.
Em outras, palavras, tente investir naqueles fundos que valorizam mais a taxa de performance à taxa de administração. Assim, você terá mais certeza de que os interesses do gestor e dos cotistas estão alinhados. Afinal, quanto mais o fundo render, mais o gestor irá ganhar.
Vale a pena investir em um fundo de ações?
Dizer se vale a pena investir em um fundo de ações, ou não, é uma tarefa difícil. Afinal, tudo irá depender das condições do investidor, do seus objetivos, do seu prazo e, mais importante, em qual fundo de ações ele irá aplicar.
Isso porque, como qualquer investimento, existem fundos de qualidade e outros de má qualidade. Por isso, a análise do fundo e de seu gestor será fundamental para afirmar se esse tipo de investimento valerá a pena, ou não.
Contudo, de maneira geral, vale destacar que, em um ambiente de grande volatilidade e variação como a bolsa de valores, ter a segurança e a confiabilidade de um fundo pode ser essencial para os seus rendimentos.
Por isso, mesmo com custos razoáveis e com uma liquidez mais rígida, um fundo de ações é uma alternativa que pode ser interessante para diversos investidores. Principalmente para aqueles que não conhece bem o mercado financeiro.
Nesse sentido, investir em fundos de ações pode ser uma boa maneira para começar a investir em renda variável. Assim, o investidor iniciante pode se acostumar melhor com a volatilidade e, ao mesmo tempo, se expor a uma carteira de ações escolhida por um profissional.
Afinal de contas, o dinheiro de todo investidor de um fundo é administrado pelo gestor da mesma maneira. Independente de idade, classe social ou capital investido. Portanto, é um investimento também muito democrático.
Quando investir em fundos de ações pode ser uma boa ideia?
Por fim, como pôde ser observado, existem situações em que investir em fundos de ações pode ser uma boa estratégia. Em outros casos, talvez o investimento de maneira individual na bolsa seja mais adequado.
Afinal, ao investir individualmente, o investidor se livra de pagar taxa de administração e de performance. Em outras palavras, toda a rentabilidade obtida é exclusivamente do próprio investidor.
Contudo, investir em fundos de ações pode fazer sentido para alguns investidores iniciantes ou para aqueles que não possuem tanto tempo ou vontade de estudar o mercado e as empresas.
Nesse caso, os fundos de ações podem ser uma excelente forma de ter o capital investido na renda variável sob a administração de gestores especialistas em investimento. Apesar disso, é preciso ter cuidado.
Nesse sentido, é necessário analisar bem o histórico de resultados, a gestão do fundo, sua equipe e como acontece a remuneração do fundo de ações. Apenas assim o investidor poderá realizar uma aplicação de maneira mais segura, previsível e confiável.
O que são fundos de ações?
Os fundos de ações são uma modalidade de investimento em que investidores terceirizam o trabalho de análise, seleção e alocação de capital em ações para um gestor profissional. Esse gestor é o responsável por investir o dinheiro dos cotistas em troca de taxas de administração e de performance.
Como funcionam os fundos de ações?
Os fundos de ações funcionam de maneira que diversos investidores integralizaram capital para que um gestor profissional realize o trabalho de investimento em empresas na Bolsa de Valores. Após pagamentos de taxas, o rendimento obtido pelo gestor é incorporado às cotas dos investidores.
O que é FIC FIA?
Os FIC FIA são fundos de investimentos de cotas que investem em fundos de ações. Isto é, fundos que possuem ao menos 67% do seu patrimônio investido em empresas da Bolsa de Valores.
O que é FIC?
Um FIC é um fundo de investimento em cotas. Ou seja, um fundo de investimento que investe em outros fundos de investimentos. Nesse tipo de investimento, você compra cotas de um fundo e acaba se expondo a vários outros.
Bibliografia
https://www.sec.gov/investor/pubs/sec-guide-to-mutual-funds.pdf
http://janroman.dhis.org/finance/Books%20Notes%20Thesises%20etc/LSE/Chap04.pdf
https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/publicacao/Cadernos/CVM-Caderno-03-3ed.pdf
https://pdfs.semanticscholar.org/3379/5844805818fcc52c902ae7556951ac93a97e.pdf