Visando a preservação do poder de compra de seus moedas e a manutenção uma economia em plena atividade, os bancos centrais possuem uma série medidas para estabelecer políticas econômicas e monetárias. Dentro desse contexto, uma das principais ferramentas a disposição dos bancos centrais é o chamado forward guidance.
Porém, um assunto que gera preocupação nos investidores de diversos lugares pelo mundo é um possível fim do forward guidance. Afinal, esta mudança afetaria a forma como é feita toda análise futura do cenário econômico de um país.
O que é forward guidance?
Forward Guidance (orientação futura ou prescrição futura, definição de forward guidance em português) é um mecanismo que permite aos bancos centrais ajustar o caminho desejado para o futuro da política monetária de um país. O primeiro país a utilizar este recurso como instrumento de política monetária foi o Japão, em 2007.
O objetivo deste recurso é influenciar a decisão financeira de investidores, companhias e até mesmo famílias, por meio da divulgação da taxa de juros prevista para o mês, trimestre ou ano, por exemplo.
Inicialmente, ele foi criado como uma ferramenta extra para auxílio na política monetária para quando as taxas básicas de juros de curto prazo estão perto do zero.
Como funciona o forward guidance?
O Forward Guidance pode ser encarado de duas formas. A primeira é como um tipo de promessa pública feita pelo governo acerca de ações a serem tomadas no futuro pelo Comitê de Política Monetária. Já a segunda é como uma simples previsão macroeconômica, seguida de possíveis ações de política monetária para contornar efeitos indesejáveis.
Porém, esta ferramenta já foi (e ainda é) utilizada também pelo Banco Central norte-americano (Fed) e pelos Bancos Centrais da Inglaterra, Japão e Europa.
A ideia é justamente influenciar o mercado. O país comunica o intuito de manter as taxas de juros baixas a fim de melhorar a oferta de crédito e, com isso, estimular o crescimento da economia.
Quais são as principais características do forward guidance?
Como sabemos, a Economia costuma estar diretamente ligada a aspectos políticos de um país. A depender do resultado das eleições, a reação dos investidores pode ser positiva ou negativa.
O fator político também interfere nos planos feitos por cada gestor e nas decisões a serem tomadas no curto, médio e longo prazo.
Dentro das diretrizes aprovadas peno Legislativo temos o teto de gastos. Já ao Executivo, em especial ao Ministério da Economia, cabe anunciar pontos como meta de inflação e política monetária.
A meta de inflação tem por objetivo reduzir e manter a este aumento nos preços – que representa uma redução no poder de compra da população – em níveis baixos.
Este mesmo objetivo pode ser aplicado à taxa básica de juros, a Selic, que recebe uma meta de estabilidade ou redução. E é aqui que entra o forward guidance.
Com ele o Banco Central, além de apresentar ao público quais medidas pretende tomar, detalha as estratégias escolhidas para garantir o cumprimento das suas metas.
Qual o impacto do forward guidance na Economia?
Este mecanismo é constantemente utilizado para combater os efeitos de crises econômicas enfrentadas na história. Justamente épocas em que o cenário inflacionário não era dos mais otimistas.
O grau de estímulo varia de acordo com a política econômica do país e da situação enfrentada no momento. E quanto maior a crise, mais robusto ele tende a ser.
Qual a importância do forward guidance nos investimentos?
Tendo uma perspectiva mais segura de um futuro em curto prazo, o mercado pode decidir se continuará a investir, se preferirá se resguardar de um prejuízo em potencial e em qual aplicação vale a pena apostar.
Uma taxa de juros alta privilegia determinados investimentos em detrimento de outros. A própria poupança, que nem sequer pode ser considerada um investimento, tem seu rendimento baseado na Selic.
Porém, com informações relativamente seguras em mãos, o investidor tem uma noção melhor do que esperar no período ao qual o anúncio se refere.
De todo modo, é essencial contar com uma carteira diversificada, para trabalhar com um risco controlado e não ficar tão à mercê da curva de juros.
Para aprofundar seu conhecimento sobre o assunto, confira o e-book com os 10 livros que todo investidor deveria ler, preparado pela Suno Research.
Se você já tem uma opinião formada sobre o forward guidance, conte nos comentários o que acha desta política econômica e sobre a possibilidade do seu fim no Brasil.