Fiikipedia: A INDÚSTRIA DOS PAPÉIS
Nesta semana, recebo FLÁVIA PALACIOS da RB Securitizadora – vamos debater sobre o mercado brasileiro de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Sabemos que os FIIs de Papéis têm crescido muito nos últimos anos e, cada vez mais, conquistando espaço nas carteiras dos investidores de Fundos Imobiliários no Brasil. Não perca esta Live – traremos informações relevantes que possam entender como estes ativos são estruturados e controlados.
LIVE – SUNO RESPONDE (21/08/2019 às 21h)
FLÁVIA PALACIOS é formada em Economia pelo IBMEC-RJ e concluiu recentemente o International Housing Finance Program pela Universidade de Wharton. Flávia é Sócia Diretora da RB SEC, unidade de securitização da RB Capital, onde ingressou em 2003, tendo participado da estruturação e emissão de mais de R$ 35 bilhões em operações de securitização. Atualmente é também diretora da ABSia – Associação Brasileira de Securitizadoras Imobiliárias e do Agronegócio, e participante ativa em diversos fóruns de mercado que tratam do desenvolvimento do mercado de securitização no Brasil.
O Fiikipedia desta semana foi inspirado no artigo publicado por FLÁVIA PALACIOS e FELIPE SOARES que trata sobre a falta de transparência que ainda dificulta melhor avaliação dos CRIs. Na verdade, o principal motivo de eu tê-la convidado para nossa Live é para reforçar a importância de se ter maior aproximação com a indústria de CRIs a fim de maximizar o entendimento desta classe de ativos.
Os Fundos de CRIs (Papéis) tem crescido muito nos últimos anos ao que pese a enorme quantidade de emissões recorrentes. Portanto, é natural que, nestas horas, possam surgir dúvidas: Será que teremos operações de boa qualidade para atender toda demanda? Será que os Gestores vão manter a mesma preocupação na seleção dos ativos? Será que haverá pleno controle e acompanhamento do portfólio?
A própria FLAVIA PALACIOS teve uma preocupação no passado, onde deixa clara a dificuldade de se obter informações dos CRIs, veja:
“Comecei a questionar a transparência no mercado de securitização quando, há alguns anos, quis entender as razões para tamanha iliquidez no mercado secundário de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs). Dentre as diversas justificativas que encontrei — muitas relativas à natureza desses títulos — uma me chamou muito a atenção: a falta de informações. Um investidor que deseje montar uma carteira de CRIs comprando ativos no mercado secundário, por exemplo, enfrenta enormes dificuldades para precificá-los a valor justo. Em uma operação estruturada, as informações constantes do prospecto da oferta primária não são suficientes para uma correta análise do papel após sua emissão; além disso, faltam no mercado informações atualizadas acessíveis aos investidores”.
Em meu entendimento pessoal, a principal vantagem de se ter um FII de CRIs é que o investidor não ficará exposto a riscos desconhecidos. Na prática, ele estará terceirizando a escolha dos papéis a um Gestor Profissional que, em tese, possui habilidades suficientes para seleção de ativos com adequada relação de risco/retorno, visto que este profissional terá acesso a todos os dados de maneira mais profunda.
Em geral, os CRIs são divididos entre ativos de baixo risco (High Grade) e alto risco (High Yield). De toda forma, entendo que há um dégradé entre eles e que há condições se encontrarmos Fundos Mid-Risk, onde o Gestor consegue buscar (estruturar) operações em um nicho pouco alcançado dentro do universo de Crédito Privado.
Uma reflexão final: Nosso “papel” é fortalecer a indústria de “papéis”, ou seja, temos que incentivar os investidores a buscarem informações sobre os CRIs junto aos estruturadores e gestores – é uma forma de subir a régua do nosso mercado.