Em 1960, foi criado na Holanda um movimento que tinha por objetivo combater as injustiças do comércio internacional. Conhecido como fair trade, esse sistema se desenvolveu ao longo do tempo.
O fair trade constitui-se em uma parte da economia solidária que busca corrigir desigualdades nas relações comerciais. Isso ocorre, principalmente, por meio da valorização das condições de trabalho do produtor.
O que é o fair trade?
O fair trade, também conhecido como comércio justo, é um sistema de comércio que visa melhorar as relações comerciais entre os agentes da cadeia produtiva. Dessa forma, ele se constitui em uma alternativa ao comércio convencional.
Isso porque o objetivo dessa iniciativa não é, necessariamente, maximizar os lucros nas transações comerciais. No caso, o principal objetivo do fair trade seria aumentar o nível de bem estar social de todos os envolvidos. Isso é feito por meio de regras justas e transparentes de negociação.
Além disso, esse sistema é fundamentado em preceitos de solidariedade, confiança e respeito mútuo que contribuem para a promoção e crescimento do comércio justo.
Quais os benefícios do fair trade?
Esse sistema de comércio promove uma aliança entre entre produtores, vendedores e consumidores, trazendo como benefícios:
- A promoção do desenvolvimento econômico sustentável;
- A contribuição para trocas mais justas e equilibradas entre os agentes envolvidos;
- Redução da pobreza e combate às injustiças econômicas, sociais e comerciais;
- Provoca a conscientização dos consumidores sobre uma política de consumo responsável e sustentável;
- Estimula o estabelecimento de um preço justo levando em consideração os custos de produção do trabalhador.
Além disso, o consumidor final ao optar por produtos certificados acaba por contribuir decisivamente na redução injustiças comerciais.
Como funciona o fair trade?
Através de um sistema de certificação administrado por uma organização internacional sem fins lucrativos, a Internacional Fair Trade Association, os produtos que atenderem ao padrão exigido ganham um selo de identificação.
Os produtos que contemplam essa lista dependem da região e do país em questão, ou seja, varia conforme as necessidades da realidade local.
Mas, de forma geral, milhares de produtos são contemplados, como chás, café, frutas, nozes e outras commodities. Além disso, produtos não alimentares também podem ser favorecidos como flores, plantas, bolas esportivas e sementes de algodão.
Princípios do fair trade
Para ser classificada com o com selo Fair Trade, a empresa deve seguir uma série de critérios. Além disso, deve respeitar os 10 princípios elaborados pela WFTO (Organização Mundial do Comércio Justo), são eles:
- Princípio 1: Criar oportunidades para os produtores em desvantagens econômicas;
- Princípio 2: Transparência e prestação de contas;
- Princípio 3: Práticas de comércio justo;
- Princípio 4: O pagamento de preço justo;
- Princípio 5: Garantir que não haja trabalho infantil e nem trabalho forçado;
- Princípio 6: Compromisso com a não discriminação, igualdade de gênero e empoderamento econômico da mulher e liberdade de associação;
- Princípio 7: Propiciar boas condições de trabalho;
- Princípio 8: Fornecer capacitação;
- Princípio 9: Promover o comércio justo;
- Princípio 10: Respeito ao meio ambiente.
O fair trade proporciona a possibilidade de um desenvolvimento econômico de forma cooperada. Se você deseja saber mais sobre assuntos de natureza econômica, inscreva-se gratuitamente em nosso canal do Whatsapp e mantenha-se sempre atualizado.
Fair trade no Brasil
No Brasil, esse sistema ainda não é muito conhecido. Contudo, a BRFAIR (Associação das Organizações de Produtores Fairtrade do Brasil) reúne os produtores certificados para usar o selo. Sendo que os principais produtos certificados no país são café, suco de fruta, mel, castanha, soja e uva para vinho.
Então quando você encontrar por um produto com o selo Fair Trade, significa que os produtores e comerciantes atenderam aos critérios da organização internacional.