Equity: o que é esse investimento e como funciona

Parte integrante de todo o balanço patrimonial de uma empresa, o equity é um conceito fundamental, e deve ser compreendido por todo investidor ou empresário.
O conceito de equity vem da contabilidade básica e sua compreensão pode ser de grande utilidade para o desempenho de uma carteira de aplicações financeiras.
Se você já ouviu o termo equity em uma conversa sobre ações, startups ou investimentos imobiliários e ficou em dúvida sobre seu significado, saiba que não está sozinho. Apesar de ser um conceito amplamente utilizado no mercado financeiro, equity ainda gera muitas dúvidas entre investidores iniciantes.
Por esse motivo, o objetivo deste artigo é explicar o conceito por trás do termo econômico equity.
Além da sua utilidade prática no momento de avaliar uma empresa ou investimento de maneira geral. Assim, é essencial entender como funcionam os fundos de investimento que investem nessa modalidade.
O que é equity?
O equity é sinônimo de patrimônio líquido, e ele representa a participação acionária mantida nos livros pelos investidores e acionistas da companhia. Toda empresa é obrigada a listar esse número em seus balanços patrimoniais, portanto, o investidor não precisa fazer nenhum cálculo para descobrir a parte do patrimônio da empresa que cabe aos acionistas.
O patrimônio líquido é utilizado por uma empresa quando a mesma pretende comprar mais ativos. Geralmente ele possui duas fontes principais: o dinheiro investido em alguma aplicação financeira, ou quando é oriunda de lucros acumulados.
Dessa forma, podemos dizer que o equity, ou patrimônio líquido, é o resultado da subtração do valor dos ativos menos o montante de todos os passivos de uma empresa.
Assim, do ponto de vista técnico, equity é calculado a partir da fórmula:
Equity = Ativos – Passivos
Ou seja, é o valor residual que sobra após a dedução de todas as obrigações financeiras da empresa. Esse montante pode ser utilizado, por exemplo, para a aquisição de novos ativos ou para reinvestimento no próprio negócio.
Apesar do conceito de patrimônio líquido ser bastante utilizado na análise do balanço das empresas, essa ideia pode ser aplicada também nas finanças pessoais de um investidor.
Um investidor, por exemplo, pode calcular seu equity com base na diferença entre o valor de seus bens e suas dívidas, o que ajuda a entender seu patrimônio real.
Por esse motivo iremos neste artigo entender o conceito por trás desse termo econômico e a sua utilidade prática no momento de avaliarmos uma empresa ou investimento de maneira geral.
Equity no contexto de empresas
Nas empresas, equity está diretamente ligado à estrutura societária. Quando um investidor compra ações, seja na bolsa de valores ou por meio de investimentos privados, ele está adquirindo uma fração do equity daquela companhia.
Essa participação pode estar dividida entre ações ordinárias, que oferecem direito a voto nas assembleias, e ações preferenciais, que geralmente garantem prioridade no recebimento de dividendos.
Além disso, o equity é um componente essencial do valuation, ou seja, da avaliação de quanto vale uma empresa. Em companhias de capital aberto, o valor de mercado das ações reflete o quanto os investidores estão dispostos a pagar pelo equity da empresa.
Já em empresas fechadas, o equity é determinado com base no valor contábil e nas projeções de resultados futuros.
Quais investimentos são considerados Equity?
Equity são nada mais do que projetos em estágios iniciais no qual o investidor tem a possibilidade de alocar capital em troca da participação no lucro das empresas. Nesse sentido, existe uma variedade grande de investimentos que pode ser considerado equity:
Por exemplo: quando um fundo de private equity ou venture capital investe em um negócio novo; quando ocorre um financiamento coletivo com um projeto que visa lucro, entre outros.
De forma geral, empresas para esse fim constituem-se como SPE (Sociedades de Propósito Específico), o que dá mais segurança aos investidores quanto ao que se pode ou não fazer, dando mais segurança para quem quer investir em equity.
Projetos assim podem ser tanto de curto quanto de longo prazo. Por exemplo: pode haver um projeto que envolva apenas 6 meses, e outros que prossigam por décadas.
No último caso, é bem comum assimilar o tipo de projeto com o investimento em ações: o investidor adquire uma porção da empresa e espera se beneficiar com o lucro da companhia através da valorização das cotações e distribuição de dividendos.
Exemplos de equity
Para entender melhor como o conceito de equity é aplicado na prática, veja os exemplos a seguir:
- Ações na bolsa: ao comprar ações da Petrobras (PETR4), o investidor está adquirindo uma fração do equity da companhia e pode ganhar com a valorização do papel ou com o pagamento de dividendos.
- Equity crowdfunding: investir em uma startup por meio de plataformas de financiamento coletivo é outra forma de adquirir equity, ou seja, uma fatia do negócio em troca de capital.
- Imóvel financiado: imagine um imóvel com valor de mercado de R$ 400 mil e saldo devedor de R$ 100 mil. O equity imobiliário do proprietário é de R$ 300 mil — esse é o valor que ele efetivamente possui no bem.
Qual a diferença entre private equity e venture capital?
É comum entre os investidores aparecerem dúvidas sobre qual a diferença entre private equity e venture capital.
Em suma, a principal diferença entre esses dois tipos de veículos de investimento é o estágio em que a empresa investida se encontra, o qual pode ser um estágio avançado ou estágio inicial, como é o caso das empresas startups.
Private Equity
Em geral, o private equity possui relação com o investimento em empresas mais robustas, apesar de as mesmas ainda não terem aberto o seu capital em mercados organizados, como a bolsa.
Contudo, mesmo empresas nessa fase de evolução muitas vezes precisam de novos aportes financeiros para executarem planos de expansão dos negócios ou ainda realizar algum tipo de reestruturação nos negócios da companhia.
Venture Capital
Já os fundos nomeados como venture capital geralmente investem em empresas que estejam em sua fase inicial de negócios. Dessa forma, esse tipo de investimento possui como foco pequenas empresas, projetos iniciais e afins.
Dessa forma, por norma esse tipo de investimento costuma incorrer em mais riscos quando comparado ao private equity, porém também pode trazer lucros exponencialmente maiores.
Contudo, apesar de ambos servirem como fontes de financiamento para empresas, eles possuem características bem distintas. Veja a tabela a seguir:
Aspecto | Equity | Dívida |
Propriedade | Sim – o investidor se torna sócio | Não – o investidor é apenas credor |
Rendimento | Dividendos e valorização do capital | Juros fixos ou pré-definidos |
Risco | Mais alto – depende do desempenho da empresa | Menor – geralmente há garantia ou prioridade |
Direito de voto | Em alguns casos (ações ordinárias, por exemplo) | Não há participação nas decisões da empresa |
Qual a importância do equity nas empresas?
O equity é importante tanto para as empresas quanto para os investimentos, justamente porque consegue conectar empresas que precisam de aporte e investidores em busca de rentabilidade. Nesse sentido, o return on equity (ROE) é uma métrica de interesse para o investidor.
Como esse tipo de investimento possui foco em empresas de capital fechado, muitas vezes é mais difícil encontrar capital disponível. Esse ponto difere das empresas que realizam ofertas públicas na bolsa.
As empresas de capital fechado muitas vezes encontraram dificuldades para executar planos de expansão, ou mesmo se estruturar para realizarem abertura de capital. Outras podem querer manter o controle restrito a um pequeno grupo, sem expor seu capital à opinião por vezes irracional da bolsa.
Nesse sentido, a busca por investidores se faz necessária. Sem dúvidas, para atrair esse tipo de investimento, um plano de investimentos bem elaborado que justifique o aporte traz mais segurança.
O que é equity crowdfunding?
O equity crowdfunding consiste em um financiamento coletivo. Ou seja: ele é uma forma de investimento em que um grupo de indivíduos se tornam sócios da empresa em um projeto de pequeno ou médio porte.
Há, de fato, uma similaridade com o mercado de ações, em que os investidores entram no IPO para dar dinheiro à empresa em troca de uma participação nos negócios.
No crowdfunding, é preciso que haja autorização da CVM para que ocorra o procedimento de financiamento.
Além disso, ele é bem abrangente, contendo projetos dos setores imobiliário, energético, agropecuário, da saúde, varejista, entre outros.
Por exemplo: é possível receber a participação de lucro em um projeto que visa lucrar com aluguel de imóveis, com a operação de uma unidade de saúde, entre outros.
Ou seja: é uma forma de entrar em um projeto e adquirir participação societária no negócio que não exige uma grande quantidade de capital.
Outros tipos de equity
Há, de fato, outros tipos de equity que são muito importantes para o desenvolvimento econômico. Os principais são:
- Home Equity;
- Brand Equity.
Home Equity
Em primeiro
lugar, é preciso dizer que o home equity é uma espécie de empréstimo. Nessa operação, a garantia é um imóvel. Esse mecanismo acontece muito nos Estados Unidos e na Europa.
Sendo assim, a propriedade do imóvel vai para o banco como garantia do empréstimo. Em troca, a pessoa que pegou o valor poderá pagar juros mais baixos até que o valor seja quitado. No fim do financiamento, a casa volta para o nome do dono.
Brand Equity
Além disso, há o brand equity, que consiste em algo mais intangível, envolvendo a percepção de valor dos clientes e a sua influência. Esse tipo de equity envolve a história da marca e a sua publicidade.
Com isso, marcas como Apple (ticker de negociação AAPL34) e Coca-Cola (ticker de negociação COCA34) conseguem se destacar dos concorrentes e exercer grande influência em seus respectivos mercados.
O equity no dia a dia
Como dissemos anteriormente, a ideia de patrimônio líquido pode ser bastante ampla sobre muitos aspectos. Por exemplo, digamos que um você seja dono de uma casa sem dívida pendente, portanto nesse caso, o seu patrimônio líquido será o mesmo que o valor inteiro de sua propriedade.
A seguir temos uma série de exemplos onde aplica-se o conceito de equity:
- Numa ação ou qualquer outro título que represente uma participação societária. Nesses casos, o patrimônio líquido é de caráter privado;
- No balanço patrimonial de uma empresa;
- No setor imobiliário, onde fica expresso na diferença entre o valor de mercado da propriedade e o valor que o mutuário ainda deve com relação a hipoteca;
- Pode ser expressa com a denominação de “capital de risco” ou “capital responsável” nos casos em que uma empresa vai à falência e precisa pagar os seus credores de modo que ainda sobre uma quantidade de ativos líquidos.
Equity e seus riscos
De fato, há riscos no equity que possuem relação com o setor de atuação da empresa e também na entrega de rentabilidade que a empresa prometeu. Vale a pena detalhar um pouco cada um dos tipos.
Em primeiro lugar, a empresa pode estar adentrando um setor muito competitivo e com baixas margens, o que pode diminuir o retorno dos acionistas. Dessa forma, eles terão uma rentabilidade menor frente ao esperado.
Além disso, os gestores do projeto podem não conseguir seguir de forma apropriada o que haviam planejado por não conseguirem lidar com a gestão das atividades da empresa.
Sendo assim, é um investimento com riscos como qualquer outro, como o de ações ou fundos imobiliários, por exemplo.
Entretanto, as captações de crowdfunding costumam passar por uma seleção mais rigorosa antes que seja possível captar recursos. Mas mesmo assim, vale a pena estudar o projeto.
Por exemplo: é preciso entender sobre a viabilidade do que se pretende fazer, a saúde financeira da companhia, o histórico dos gestores, a previsão de rentabilidade e quais garantias existem no projeto.
Como investir em equity?
A forma mais comum e mais simples de realizar investimento em equity tanto no Brasil quanto no exterior, é por meio da compra de ações via bolsa de valores, dentro da chamada renda variável.
Ao adquirir ações de empresas listadas, o investidor passa a deter uma fração do patrimônio da companhia, com direito à valorização do papel e ao recebimento de dividendos.
Outra alternativa é investir por meio de fundos de ações ou ETFs (fundos de índice), que oferecem exposição ao mercado acionário com maior diversificação e gestão profissional. Essa modalidade é indicada para quem busca acessar o equity de forma indireta, com menor necessidade de análise individual dos ativos.
Também é possível investir em equity por meio de fundos de private equity, que estão se tornando cada vez mais populares no Brasil.
Esses fundos, antes restritos a grandes investidores, permitem a participação em empresas de capital fechado, geralmente com foco em negócios mais estruturados que precisam de novos aportes para expansão ou reestruturação.
Esse tipo de investimento é feito via fundos ou veículos estruturados e exige atenção redobrada: é essencial analisar cuidadosamente as empresas-alvo para evitar aportes inconscientes.
É fundamental analisar as empresas que o fundo investe ou pretende investir, de forma que o investidor não esteja fazendo um aporte financeiro inconsciente. Nesses casos, é importante ressaltar que a análise fundamentalista também se faz necessária.
Além disso, outro veículo comum para esses investimentos é o equity crowdfunding que é similar aos fundos de venture capital. Nesses casos, o foco do investimento é em startups e empresas em estágio inicial de investimentos e possuem potencial para crescimento.
Os riscos desses investimentos tendem a ser maiores, mas também com maior espaço para crescer.
Portanto, o que podemos concluir é que o equity é um conceito presente tanto na vida das pessoas físicas quanto nas empresas de maneira geral. A sua compreensão é fundamental na formação de um empresário ou investidor consciente dos parâmetros da contabilidade moderna.
Modalidades equity
Há diversas modalidades de equity, que envolvem cada um as suas particularidades. Portanto, o investidor deve saber diferenciá-las.
Primeiramente, há o venture capital, que consiste no investimento em empresas em estágios iniciais de desenvolvimento. Nesses casos, o investimento possui muitos riscos, mas pode dar grandes lucros.
Além disso, há o private equity, que investe em empresas um pouco maiores e robustas, mas que ainda não se solidificaram em seus respectivos mercados e ainda não abriram capital.
Há também o crowdfunding equity, que consiste em projetos de financiamento coletivo com o objetivo de alcançar algum lucro.
A decisão de investir em um ou dois tipos desse investimento depende de cada um, considerando o perfil do investidor, sendo possível também diversificar em muitas modalidades.
Vantagens de investir em equity
Há muitas vantagens do equity, e não é à toa que essa modalidade vem crescendo em interesse por parte dos investidores – além de já ser muito buscada nos mercados internacionais.
Em primeiro lugar, a possibilidade de conseguir um alto lucro é um dos principais atrativos nesse tipo de negócio. Ao investir na empresa certa, é possível ganhar mais do que com ações de capital aberto, por exemplo.
De fato, é possível citar que esse é um investimento em que não há limite de rentabilidade, ao contrário dos ativos de renda fixa, por exemplo, que entregam uma renda combinada previamente.
Além disso, o investidor que compra uma porção relevante do negócio passa a ter um poder de voto sobre as operações da empresa. Isso é muito interessante para gestores experientes que querem levar sua visão de negócios a companhias mais jovens.
Isso faz com que essa seja uma possibilidade de investimentos para aqueles com mais apetite ao risco – ou seja, investidores com perfil de investimento mais arrojado.
Outras vantagens importantes incluem a participação no crescimento da empresa e o direito a dividendos, quando distribuídos. Além disso, o equity proporciona potencial de valorização elevado, especialmente em empresas com forte capacidade de expansão.
Esses fatores tornam o investimento em equity uma alternativa atrativa para quem busca diversificação e maiores retornos no longo prazo, desde que esteja preparado para os riscos associados.
Riscos de investir em equity
Assim como qualquer investimento em renda variável, o equity também envolve riscos que precisam ser considerados com atenção. Um dos principais é a volatilidade do mercado, especialmente no caso de ações listadas em bolsa.
O desempenho dessas empresas pode ser fortemente impactado por fatores econômicos, políticos ou setoriais, o que pode resultar em perda de valor para o investidor.
Além disso, existe o risco de falta de liquidez, principalmente em modalidades como private equity ou equity crowdfunding, nas quais o capital pode ficar alocado por anos, sem possibilidade de resgate imediato.
Nesses casos, o investidor depende de um evento de liquidez, como a venda da empresa ou a abertura de capital, para reaver seu dinheiro.
Outro ponto crítico é a imprevisibilidade de retorno. Ao contrário de ativos de renda fixa, que têm rendimentos definidos, o retorno de um investimento em equity depende diretamente do desempenho financeiro da empresa, do ambiente de negócios e da execução adequada do plano estratégico.
Além disso, há o risco de má gestão ou de dificuldade de execução dos projetos. Os gestores podem não conseguir colocar em prática o que foi planejado, seja por falta de experiência, mudanças de mercado ou problemas internos, impactando negativamente a rentabilidade esperada.
Por fim, mesmo em projetos que passaram por uma seleção rigorosa, como nas plataformas de crowdfunding, é indispensável que o investidor estude com atenção a viabilidade da proposta, a saúde financeira da empresa, o histórico dos sócios e as garantias oferecidas.
Somente com uma análise criteriosa é possível mitigar os riscos e tomar decisões mais seguras.
Conclusão
O conceito de equity está no centro do mercado financeiro moderno. Ele representa propriedade e participação, seja em empresas, imóveis ou projetos de investimento. Entender o que significa equity é essencial para quem deseja construir patrimônio, seja como investidor individual ou como empresário.
Investir em equity pode ser altamente atrativo, oferecendo oportunidades de valorização, participação nos lucros e influência sobre os rumos de um negócio.
No entanto, essas vantagens vêm acompanhadas de riscos relevantes, como volatilidade, baixa liquidez e retorno imprevisível, o que exige análise criteriosa, conhecimento técnico e alinhamento com o perfil do investidor.
Por isso, antes de investir, é importante aprofundar o entendimento sobre renda variável, valuation e os diferentes veículos de acesso ao equity. Quanto maior for o preparo e o conhecimento, mais consciente e estratégica será a tomada de decisão.
Você ainda tem dúvidas sobre o funcionamento do equity no mundo dos negócios? Comente abaixo para que possamos te ajudar!
Qual o significado de equity?
O equity é sinônimo de patrimônio líquido, e ele representa a participação acionária que os investidores e acionistas possuem da companhia. Há também quem traduza equity como ação, mas em geral, o termo está ligado a empresas de capital fechado.
Como funciona o home equity?
O home equity na prática é um empréstimo com garantia de imóvel que muitas pessoas usam para reduzir os custos com juros e encargos. Assim, Essa redução de custos acontece porque com a garantia do imóvel, o risco para o credor cai de forma expressiva e dessa forma, as taxas de juros ficam menores.
O que é o equity de uma empresa?
Equity de uma empresa é em suma a participação societária da mesma. Dessa forma, investimentos em equity costumam estar relacionados à aquisição de cotas de uma empresa de capital fechado.