No estudo da economia, a alteração de preço de um produto provoca basicamente dois efeitos. O primeiro diz respeito à variação da renda real do consumidor: o efeito renda. Já o segundo trata da troca de um bem por outro mais barato: o efeito substituição.
Ambos os eventos (efeito renda e efeito substituição), ocorrem conjuntamente. Mas para entender como isso acontece, é preciso explicar cada um deles separadamente.
O que é o Efeito Substituição?
O Efeito Substituição pode ser entendido como a taxa que mede a variação do consumo quando uma mudança de preço é realizada. Tal mudança faz com que o consumidor se mova ao longo de uma dada curva de indiferença, até encontrar um ponto com uma nova taxa marginal de substituição.
A relação acontece com os chamados bens substitutos. Esses bens possuem similaridades um com os outros, “concorrendo” de certa forma pela preferência do consumidor.
Ou seja, quando um bem fica mais caro, o consumidor pode considerar que não vale mais a pena comprá-lo. Logo, ele migra seu consumo para um bem substituto que seja mais barato.
Da mesma forma, se um bem substituto fica mais barato, isso pode atrair o consumidor, que anteriormente consumia outro item que agora está mais caro.
Por isso, o efeito substituição é considerado uma mudança no comportamento do consumidor, e não na sua renda. Ou seja, mesmo tendo que mudar bem substituto mais barato, o nível de utilidade e satisfação continua o mesmo.
Explicando economicamente o efeito substituição
A lei da oferta e procura diz que a demanda do mercado é inversamente proporcional a variação dos preços. Logo, se o preço de um produto aumentar, haverá uma na demanda e na quantidade de produtos consumida.
Essa renda que deixa de ser consumida passa a ser destinada para outros produtos. Como a demanda pelo tipo de produto continua, essa renda provavelmente será consumida em um produto substituto que seja mais barato.
Ou seja, dessa forma, o efeito substituição é uma variação na quantidade demandada que se origina apenas na variação do preço relativo. A renda real do consumidor, nesse caso, não é afetada.
Logo, economicamente, a variação se restringe a um movimento ao longo da curva de indiferença inicial. Dessa forma, o nível de utilidade do consumidor continua preservado, já que o bem substituto compensa a variação de preço do bem principal.
A relação entre efeito renda e efeito substituição
Porém, o efeito substituição não ocorre sozinho. Assim como ele, a variação de preços também provoca o efeito renda sobre o consumidor.
O efeito renda consiste na alteração de poder aquisitivo quando os preços variam no mercado. Sendo assim, seria como se o consumidor passasse a ganhar menos, pois com a alta dos preços (inflação) o valor do seu dinheiro passa a ser menor.
Da mesma forma, quando os preços caem, o consumidor é beneficiado automaticamente com um aumento no seu poder de compra. Logo, mesmo não tendo nenhum acréscimo absoluto em suas rendas, as pessoas podem adquirir mais mercadorias com o mesmo valor monetário.
Como o efeito renda e o efeito substituição ocorrem
Para exemplificar como ambos os efeitos acontecem, suponha a seguinte situação:
- Queijo prato e mussarela são dois bens substitutos.
- Se o preço do queijo prato cai e o preço da mussarela se mantem, o consumidor comprará menos mussarela e mais queijo prato. Dessa forma, o nível de satisfação do consumidor se mantem. Este é o efeito substituição.
- Porém, com a queda do preço de um bem e a manutenção do preço de outro, consumidor terá um acréscimo em seu poder de consumo. Logo, mesmo comprando os dois itens, a renda passará a ter um excedente.
- Esse excedente será usado para comprar mais quantidades de um dos bens, aumentando assim o nível de satisfação do consumidor. Este é o efeito renda, que sucede o efeito substituição.