Dentro da economia, a flutuação de preços de um bem geram efeitos quanto o poder de compra e quanto a preferência do consumidor. Eles são, respectivamente, o efeito renda o efeito substituição.
Os dois efeitos ocorrem de forma simultânea e alteram, ao mesmo tempo, a quantidade e o tipo de produto que o consumidor poderá comprar. Mas embora pareça uma relação óbvia, o efeito renda possui uma dinâmica mais complexa do que o efeito substituição.
O que é efeito renda?
Em economia, efeito renda é a variação no poder de compra do consumidor causada por uma alteração nos preços do mercado.
Ou seja, quando o preço de um bem específico aumenta ou diminui, o consumidor acaba sofrendo uma mudança indireta na sua renda, mesmo sem ocorrer nenhuma outra alteração.
Sendo assim, com uma alta nos preços (inflação), o dinheiro passaria a valer menos. Dessa forma, o consumidor perderia poder de compra e não conseguiria manter seu nível de consumo, tendo que comprar menos produtos.
Ao mesmo tempo, se os preços caem, o consumidor recebe um aumento no seu poder de compra. Mesmo não passando a ganhar mais, as pessoas passam a poder adquirir mais mercadorias com a mesma quantia de antes.
Explicando economicamente o efeito renda
Com isso, economicamente o efeito renda é a variação na demanda de um bem, causada exclusivamente, por uma variação na renda real devido à alteração de preços desse bem. Na situação, todos os outros preços e a renda monetária nominal do consumidor permanecem constantes.
Porém, de acordo com a oferta e demanda, o efeito renda pode se comportar de maneiras distintas, dependendo do tipo de bem envolvido. As possibilidades são:
Efeito renda com bens normais (superiores)
Bens normais são aqueles que possuem uma demanda diretamente proporcional a renda do consumidor. Logo, quanto mais o consumidor ganhar, mais ele vai comprar o bem.
Em um bem normal, o efeito renda é positivo. Ou seja, quanto mais renda, mais consumo. Quanto menos renda, menos consumo
Efeito renda com bens inferiores
Bens inferiores são aqueles que possuem demanda inversamente proporcional a renda do consumidor. São bens de segunda classe, que o consumidor só compra por não terem acesso a opções melhores.
Logo, se a renda do consumidor aumentar, o consumidor deixa de comprar o bem inferior e passa a consumir um bem superior.
Por isso, em um bem inferior, o efeito renda é negativo. Ou seja, quanto mais renda, menos consumo. Quanto menos renda, mais consumo.
A relação entre efeito renda e efeito substituição
Porém, nesse contexto, efeito renda sempre é acompanhado do efeito substituição. Isso acontece porque, além do poder de compra, a variação de preços também afeta a escolha de produtos pelo consumidor.
Ou seja, o efeito substituição é mudança no consumo um bem em relação a outro, quando ocorre a variação de preço em algum dos dois.
Ou seja, quando o preço de um bem subir, o consumidor reduz seu consumo do mesmo, e, ao mesmo tempo migra para outro bem. Na situação oposta ocorre o mesmo: se um bem fica mais barato, o consumidor passa a compra-lo em maior quantidade, em detrimento do outro bem.
Quando os dois efeitos são combinados, gera-se um efeito total, que soma os efeitos da renda e da substituição sobre como o consumidor irá se comportar.
Nesse caso, é considerado que:
- O Efeito Substituição é negativo (variação no preço inversamente proporcional a quantidade demandada);
- O Efeito Renda, para bens normais, é positivo (variação no preço diretamente proporcional ao nível de consumo);
- O Efeito renda, para bens inferiores, é negativo (variação no preço inversamente proporcional ao nível de consumo);
- Um efeito renda positivo reforça o efeito substituição negativo;
- Já um efeito renda negativo é sempre inferior ao efeito substituição negativo – sendo portanto, anulado por ele.