O que é o Economic Value Added (EVA) e como analisar esse indicador?
O mínimo que todo investidor espera que é seu investimento gere um retorno suficiente para remunerar todo o capital investido. Porém, mesmo que empresa tenha lucro, pague dividendos e apresente retorno sobre patrimônio, isso não significa que ela está gerando valor econômico aos acionistas. Logo, para analisar se um investimento vale a pena sob a ótica econômica, o indicador mais adequado para isso é o chamado Economic Value Added, ou EVA.
Através do Economic Value Added, é possível saber se o investimento trouxe ganhos de valor real para os acionistas – algo que vai muito além do que o lucro contábil que ele apresentar.
O que é Economic Value Added (EVA)?
O Economic Value Added (EVA) é o lucro econômico que uma empresa obteve em determinado período. Também chamado de valor econômico agregado, o EVA mede o desempenho financeiro da empresa com base na riqueza que ela efetivamente criou, após se deduzir o custo do capital investido do seu lucro operacional.
A ideia por trás do EVA é que um investimento só faz sentido se ele gerar o maior retorno possível sobre o capital investido para seus acionistas.
Portanto, para ser viável, o conceito por trás do EVA afirma que as empresas devem criar retornos a uma taxa acima do seu custo de capital para serem atrativas aos investidores.
Por isso, o Economic Value Added (EVA) é um importante indicador operacional dos projetos da empresa, servindo como um reflexo da sua própria administração.
Assim que ele resume sucintamente quanto e de onde uma empresa criou riqueza, os gerentes conseguem, a partir disso, não só analisar o desempenho de cada atividade, mas também priorizar aquelas que são mais eficientes.
Como calcular o EVA?
Os três principais componentes do Economic Value Added (EVA) são:
- Lucro operacional líquido;
- Capital total investido (Dívidas + Patrimônio Líquido);
- WACC (Custo Médio Ponderado de Capital, que equivale média ponderada entre o capital de terceiros e capital próprio investido na empresa);
Com isso, o cálculo do Valor Econômico Adicionado será dado pela seguinte fórmula:
- EVA = Lucro operacional líquido após impostos – (Capital total investido x WACC)
Ou seja, o custo total investido no negócio é deduzido do lucro operacional líquido (após impostos) para chegar ao lucro econômico criado pela empresa
A ideia por trás da multiplicação do WACC e do investimento é avaliar o grau de eficiência do capital investido pela empresa. Ou seja, essa taxa é o valor que a empresa precisam atingir para que os investidores tenham um retorno econômico sobre seu investimento.
Exemplo de cálculo do EVA
Para exemplificar o cálculo do EVA, suponha que uma empresa apresente os seguintes resultados após um ano:
- Lucro operacional líquido após impostos = 5.380.000
- Investimento total de capital = 3.300.000
- WACC = 0,156 ou 15,60%
Portanto, o seu Valor Econômico Adicionado será:
- EVA = 5.380.000 – (3.300.000 x 0,156) = 4.865.200
Dessa forma, o saldo positivo de 4.865200 mostra que a empresa teve EVA mais do que suficiente para cobrir mais do que seu custo de capital. Por outro lado, um número negativo indicaria que o projeto não obteve lucro suficiente para cobrir o custo de fazer negócios – sendo assim inviável economicamente.
Limitações do EVA
Mesmo sendo um indicador bastante utilizado, o EVA apresenta algumas limitações. Como o cálculo do valor econômico adicionado é relativo, o indicador pode ser aplicado apenas dentro do período medido.
Por isso, ele não pode ser utilizado como preditivo de desempenho futuro, especialmente para empresas em meio a reorganização ou prestes a fazer grandes investimentos de capital. Além disso, as distorções de acumulação ainda podem afetar a medida, particularmente quando se trata de diferenças de depreciação e amortização.
Ao mesmo tempo, por depender muito do capital investido, o analisar o EVA de um negócio só faz sentido, para atividades de produção intensiva, que transformam insumos e matéria prima em produtos e bens de consumo.
Dessa forma, o Economic Value Added é mais útil para fabricantes de automóveis, por exemplo, do que empresas de software ou empresas de serviços com muitos ativos intangíveis.