Depreciação e amortização: a despesa contábil que deve ser levada em conta

Todas as máquinas e edifícios acabam sofrendo o desgaste do tempo; esse desgaste é apresentado de forma contábil no resultado do exercício sobre a forma de depreciação e amortização.

Ou resumindo de forma mais técnica, a depreciação e amortização é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil, ou seja, o registro da redução do valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade do mesmo, seja por ação da natureza ou obsolescência.

A quota a ser lançada desse item deve ser registrada na escrituração contábil da empresa, como um custo operacional. Observe que o limite desse custo é o valor do próprio bem a ser depreciado. Desse modo, o controle individualizado dos bens torna-se necessário para que o calculo final não fuja da realidade patrimonial da empresa.

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Exemplo prático de depreciação

Por exemplo, imagine que uma máquina de impressão é comprada pela gráfica ABC por R$ 1 milhão e tem uma vida útil de 10 anos. Em razão dessa estimativa de vida útil, a Receita Federal não permite que a empresa deduza integralmente o valor total no ano em que a compra foi realizada.

Em vez disso, a despesa com essa máquina deve ser distribuída ao longo dos 10 anos em que estiver em uso, o que implica em dizer que a empresa ABC deverá depreciar essa máquina de impressão a uma razão de R$ 100 mil por ano.

Tenha em mente que a depreciação é um custo real para os negócios, pois em algum momento no futuro, aquela máquina terá que ser substituída.

MINICURSO VALUATION

Quanto ao início e termino da depreciação, convencionou-se que a depreciação de um bem apenas se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando ele já está no local e em condições plenas de entrar em funcionamento.

É importante ressaltar que a depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso, a menos que ele esteja totalmente depreciado e não apresente condições viáveis para o seu funcionamento. Além disso, a reparação e a manutenção de um bem não evita a necessidade de depreciar esse ativo.

Amortização

A amortização funciona um pouco diferente da depreciação, pois consiste na alocação sistemática do valor amortizável de um ativo intangível ao longo de sua vida útil.

Assim como no caso anterior, um ativo intangível com vida útil definida deve ser amortizado de forma sistemática durante todo o período de utilidade do mesmo.

Alguns exemplos de ativos intangíveis são os direitos de exploração de serviços públicos mediante concessão (caso das empresas de energia elétrica e saneamento básico), marcas e patentes, softwares, etc.

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Depreciação e amortização – tome cuidado com esses fatores

Muitos profissionais de finanças perceberam que depois que uma máquina de impressão que foi comprada e quitada, a depreciação anual de R$ 100 mil não representa mais nenhum desembolso de capital adicional, mas reduz o lucro que será informado a Receita Federal nos 10 anos seguintes.

Isso implica que numa perspectiva de curto prazo a empresa ABC tem um custo anual que, na verdade, não está se traduzindo em nenhuma despesa para ela. Portanto, muitos profissionais de finanças vendo isso, voltam a acrescentar aquele custo de R$100 mil através de capitação de dívidas que serão amparadas pelo fluxo de caixa da empresa.

PLANILHA CONTROLE GASTOS

O mercado dá o nome para esse lucro de EBITDA ou LAJIDA (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização).

Então é preciso que todo analista ou investidor tenham em mente que antes de analisar o EBITDA de uma empresa saiba que as máquinas da companhia voltarão a se tornar obsoletas e ela terá que novamente desembolsar caixa para comprar maquinaria nova.

Porém, o que acontece em muitos casos é que muitas empresas se encontram sobrecarregadas com excesso de dívidas decorrentes de novos investimentos e talvez elas não sejam capaz de financiar uma nova máquina necessária.

É por esse motivo que investidores devem se manter bem atentos às despesas com depreciação e amortização de uma companhia, sobretudo nas empresas que são intensivas em capital.

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Tiago Reis
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6 comentários

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  • Arthur 7 de novembro de 2019
    Bom texto! Você como sempre trazendo conteúdo simples, objetivo e de qualidade, Tiago!Responder
  • Jorge André 20 de dezembro de 2019
    Boa noite Tiago Reis, Antes de qualquer coisa muito obrigado pelo trabalho que vem desenvolvendo na educação financeira, comecei a estudar investimentos em 2016 e ainda estou na luta para aprender as nuances desse mundo. Minha dúvida é a seguinte: onde eu posso encontrar os dados de amortização e depreciação além dos relatórios da propria empresa? Eu trabalho muito com o site Fundamentus, mas eles não oferecem esses dados para que possamos calcular. Obrigado por tudo!Responder
    • Suno Research 6 de janeiro de 2020
      No nosso site: https://www.suno.com.br/acoes/Responder
    • PAULO RICARDO JOSE 8 de novembro de 2020
      A Depreciação e a Amortização são classificadas como Despesas Operacionais na DRE. O problema é que muitas demonstrações não trazem estes dois itens de forma especificada, trazem apenas o título "Despesas e Receitas Operacionais". Outra forma de encontrar, que não seja na DRE, é na DVA (Demonstração do Valor Adicionado), pois tanto Depreciação como Amortização são partes integrantes deste demonstrativo. E o que é mais interessante, todo relatório de companhia aberta traz a DVA.Responder
  • Lucão 14 de julho de 2020
    bom texto, mas acho que uma forma mais simples de definir depreciação seria o "valor gasto na compra de um produto/vidaútil dele"Responder
  • Edson 6 de janeiro de 2021
    Muito bom o texto. Parabéns!Responder