Nem sempre é fácil entender qual é o real lucro de um empreendimento. Nesse sentido, uma das ferramentas a disposição do analista para encontrar esse valor é a Demonstração do Resultado Abrangente.
A Demonstração do Resultado Abrangente integra as demonstrações contábeis de uma empresa, com seus dados afetando o balanço patrimonial.
O que é a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA)?
De acordo com o regulamento internacional, a DRA explicita “uma alteração no patrimônio líquido de uma sociedade durante um período, decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias não originadas dos sócios. Isso inclui todas as mudanças no patrimônio durante o período, exceto aquelas resultantes de investimentos dos sócios e distribuições aos sócios”.
Dessa forma, a Demonstração do Resultado Abrangente, também conhecida como DRA, tem como objetivo atualizar o que é patrimônio da empresa e o capital dos sócios, para que os investidores consigam fazer esta diferenciação ao analisar os dados do empreendimento.
Em 2009, esta prática foi regulamentada no Brasil e hoje a Demonstração do Resultado Abrangente é obrigatória.
Isto ocorreu com a publicação do Pronunciamento Técnico nº 26o pelo Comitê de Pronunciamento Contábil – CPC.
Assim, a DRA faz parte das Normas Internacionais de Contabilidade e é destinada aos usuários externos destes dados.
Ou seja, é feita para que os acionistas e investidores possam conhecer melhor a situação da empresa.
Como é feita a Demonstração do Resultado Abrangente?
A DRA é utilizada para a evidenciação das receitas, despesas e outras mutações que afetam o patrimônio líquido da empresa.
No entanto, o objetivo da demonstração de resultados é abordar os pontos que não são reconhecidos na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Isso porque a DRA é, em resumo, a soma do resultado líquido constante na DRE com os outros resultados abrangentes.
Porém, os eventos abordados na DRA não derivam de transações com os sócios.
Ou seja, o aumento ou devolução de capital, bem como a distribuição de lucro, ficam de fora desta declaração.
Lembrando que no Brasil a apresentação do resultado abrangente é feita separadamente à DRE. Daí a necessidade de entrega da DRA.
Porém, há a possibilidade de que a Demonstração do Resultado Abrangente seja apenas parte da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
O que precisa constar na DRA?
Por serem voltadas a um público externo e não necessariamente com grandes conhecimentos em Contabilidade, estas informações precisam ser claras.
Isso para que o investidor consiga analisar a DRA.
Ainda é necessário que os dados sejam: relevantes, comprovados, neutros e tempestivos.
Por isso, toda DRA precisa conter os seguintes tópicos:
- Resultados líquidos do mês, trimestre, semestre ou ano;
- Especificação de cada um dos itens dos resultados abrangentes, de acordo com a sua natureza;
- Equivalência patrimonial de outros resultados abrangentes; e
- Resultado abrangente total.
O resultado abrangente total inclui:
- Ajuste de avaliação patrimonial;
- Variações da reserva de reavaliação;
- Ganhos e perdas atuariais em planos de pensão; e
- Ganhos e perdas derivados da conversão de demonstrações de operações no exterior.
Em caso de reclassificação de itens presentes em outros resultados abrangentes, a empresa ainda precisará divulgar as mudanças em notas explicativas.
Como utilizar a Demonstração do Resultado Abrangente?
O ideal para os investidores é comparar a evolução das DRAs para verificar tendências na sua posição patrimonial, financeira e no seu desempenho.
Isso a partir do resultado abrangente da empresa.
Assim será mais fácil descobrir se vale a pena ou não aplicar mais recursos ali, por meio de uma análise gerencial.
Para ajudar na compreensão destas informações, a Suno Research oferece um minicurso sobre Contabilidade para investidores.
Isso porque é fundamental aos investidores a compreensão da Demonstração do Resultado Abrangente.