Em setembro de 2007 foi desencadeada uma crise que viria a ser a maior desde a grande depressão de 1929, quando os EUA amargaram um colapso em sua economia. A crise do subprime chegou de surpresa e atingiu em cheio a bolsa de valores.
O auge da crise do subprime foi deflagrado com a quebra de um dos bancos de investimentos mais tradicional dos EUA, o Lehman Brothers, desencadeando uma crise nas bolsas do mundo todo.
O que foi a Crise do Subprime?
A crise do subprime, chamada por muitos de “bolha imobiliária americana”, teve seu início a partir da forte queda do índice Dow Jones em julho de 2007, motivada pela hipótese do colapso hipotecário, que arrastou várias instituições financeiras americanas para a situação de insolvência.
Nessa época os chamados empréstimos hipotecários podres, ou subprime mortage, eram concedidos de forma irresponsável, culminando em uma crise de crédito através da transferência desenfreada de CDSs (Credit Defaut Swaps) e CDOs (Collateralized Debt Obligation) para terceiros, repassando assim os riscos para outras contrapartes.
Por consequência, o dia 15 de setembro de 2008 foi considerado o marco da crise, conhecido como segunda-feira negra, quando um dos maiores bancos dos EUA declarou falência.
Dessa forma, no dia 29 de setembro de 2008, a bolsa de valores de São Paulo chegou a cair mais de 10% em um só dia, e teve suas operações interrompidas.
Origens da Crise do Subprime
Como forma a evitar mais quebras, os governos de vários países anunciaram medidas de socorro às instituições financeiras, injetando bilhões de dólares nos bancos.
Abaixo podemos destacar quais fatores levaram à crise do subprime:
- Concessão de empréstimos hipotecários de alto risco;
- Transferência de créditos desenfreada (CDS, CDO, etc.) em série;
- Manutenção de juros reduzidos pelo FED (Banco Central dos EUA);
- Recém-saída da crise da bolha da internet (2000-2006), desencadeando incentivos do governo ao mercado;
O episódio rendeu até um filme sobre a crise do subprime, dirigido por Adam Mckey, e intitulado “A grande aposta”, do inglês The Big Short.
No longa Steve Carell e Brad Pitt interpretam investidores que previram antecipadamente o comportamento catastrófico do mercado, e apostaram na queda comprando derivativos.
Impactos da crise do subprime no Brasil
Apesar da bolsa de valores de São Paulo ter sofrido bastante com o reflexo da crise lá fora, alguns economistas garantem que o Brasil estava praticamente imune à crise. Mas não foi isso que vem sendo observado ao longo do tempo.
Todavia, as exportações, grande fonte de riqueza para o país, tenderam a sofrer imediatamente os efeitos da crise lá fora, impactando a balança comercial brasileira, e consequentemente o PIB.
Recessão e desemprego são fantasmas da crise que estão presentes até hoje em nosso cotidiano. Empresas faliram, e os efeitos foram sentidos principalmente pelos mais jovens, com o índice de desemprego nas alturas.
É possível que ocorra uma nova crise no futuro?
Não se sabe quando uma nova crise irá eclodir, nem em qual lugar do mundo ela virá. Mas segundo Janet Yellen, a mulher à frente do FED, banco central americano, ela não será como em 2008.
Contudo a crise do subprime mostrou aos governos que investimentos em um sistema financeiro mais robusto e seguro são medidas necessárias e estão sendo tomadas. “O sistema está muito mais seguro, devido aos colchões de capitalização exigido aos bancos”, afirma Janet.
Este quadro de crise – pior que uma recessão global – poderá vir a ser uma depressão mundial, vinda de uma deterioração dramática do quadro atual de crise sistêmica do mercado.
Neste sentido, e diante do que foi abordado, pode-se concluir que a crise do subprime foi um marco no cenário econômico mundial, acarretando uma mudança de comportamento dos investidores.