Uma pergunta para os casais: vocês têm ou já tiveram uma conta conjunta?
Ter uma conta conjunta, para muitos, é uma forma de oficializar o plano de vida a dois do casal, valor sobre o qual os livros de investimentos não se debruçam.
Ao contrário das contas bancárias tradicionais, onde cada indivíduo tem sua senha única e exclusiva, uma conta conjunta é feita no nome de duas pessoas, geralmente casais ou pais e filhos. Estas contas podem ser poupanças, contas correntes ou uma mescla das duas opções.
Tais contas costumavam ser muito comuns anos atrás, quando apenas um dos parceiros era o responsável pelo sustento da família, de modo a facilitar que a vida comum funcionasse plenamente.
Como hoje geralmente ambos trabalham ou têm alguma fonte de renda, o uso de contas conjuntas não é mais tão recorrente, especialmente entre os casais mais jovens
Tipos de conta conjunta
Existem dois tipos de conta conjunta:
- solidária
- não-solidária
Costumamos pensar que uma conta conjunta pode ser movimentada por qualquer um dos seus titulares, individualmente, conforme cada um achar melhor.
E de fato, este tipo de conta corrente existe e é chamado de ‘solidária’, que pode ser movimentada por meio de cartão de débito, cheque ou mesmo internet banking.
No entanto, há também uma opção que proporciona maior segurança para ambos os titulares, a chamada ‘conta conjunta não-solidária’.
Neste caso, só é possível fazer qualquer movimentação com o comum acordo do casal, por meio de um cheque assinado por todos, pela internet, também com a assinatura digital dos dois, e presença do casal na agência bancária mesmo.
Tanto para abrir quanto para fechar uma conta conjunta, é preciso que ambos estejam presentes, com seus documentos, para assinar este contrato.
Apesar desta segurança, nem sempre ter uma conta conjunta é um bom negócio, especialmente se os dois têm dificuldade de conversar sobre dinheiro e se planejar.
Conta conjunta e a educação financeira
“Prometo estar contigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza…”, será?
O fato é que conversar sobre dinheiro ainda é um tabu em muitas famílias.
São recorrentes os casos em que um familiar vem a falecer e, apenas neste momento, é descoberto o montante das dívidas deixadas por ele aos seus herdeiros.
Pouco se fala sobre dinheiro dentro das relações e este também é um problema que leva ao fim de muitos relacionamentos.
Com taxas de divórcio cada vez maiores, é de conhecimento público que brigas por dinheiro estão entre as principais causas de dissolução de relações.
E isto não é à toa.
Existe até uma lei que especifica que é crime contra o patrimônio limpar a conta conjunta, sem a autorização do companheiro, pouco antes de dar início a um divórcio litigioso, de modo a prejudicar o cônjuge.
O aspecto financeiro de uma união é uma das áreas mais difíceis de administrar em uma relação duradoura.
É comum que um dos integrantes da relação amorosa ganhe mais do que o outro e, sem o devido cuidado, este fator pode gerar uma disputa por poder dentro do relacionamento, o que não é nada saudável.
Dinheiro é necessário para a subsistência, bem é verdade.
Entretanto, ele também é um instrumento para a realização de planos em conjunto, como viagens, aquisição de bens ou até a garantia de uma aposentadoria mais tranquila.
Por isso, antes de ter uma conta corrente, seja para pagar contas ou para organizar sonhos, é preciso jogar as cartas na mesa, sentar e conversar sobre como o casal lidará com suas finanças.
Não é preciso seguir um modelo quadrado e pré-definido, é necessário apenas escolher uma estratégia que funcione.
Se o relacionamento estiver bem neste quesito, uma conta conjunta pode ser muito útil na hora de pagar as contas fixas e eventuais surpresas pelo caminho.