Realizado em 1989, na capital estadunidense, o encontro de instituições como Fundo Monetário Mundial, Banco Mundial e o Departamento de Tesouro dos Estados Unidos ficou popularmente conhecido como o Consenso de Washington.
Por meio da sugestão de varias medidas econômicas, todas voltadas para uma globalização dos mercados, o Consenso de Washington serviu, durante muito tempo, como a base de orientação do funcionamento de várias economias ao redor do mundo.
O que é o Consenso de Washington?
O Consenso de Washington é o conjunto de dez políticas econômicas liberais que passaram a ser sugeridas e aplicadas para acelerar o desenvolvimento de vários países. Só na América Latina e Caribe 13 países seguiam as medidas, isso nos anos 90. Entretanto, dependendo do local, algumas medidas eram mais favorecidas que outras.
Foi o economista inglês John Williamson que usou o termo “Consenso de Washington” como forma de descrever as ideias econômicas defendidas durante o evento na capital americana.
Assim, o consenso agrupa o pensamento econômico e político determinado pelo encontro realizado em 1989 Washington. Hoje, a expressão todas as medidas econômicas neoliberais.
No ano seguinte ao Consenso de Washington, as medidas estabelecidas no encontro foram adotadas como políticas do FMI. Assim, diversos países em desenvolvimento passaram a implementar programas de ajustamento financeiro e reformas nos modelos econômicos.
O que dizem as medidas do Consenso de Washington?
Resumidamente, as dez medidas do Consenso de Washington são:
- Disciplina fiscal;
- Reordenamento nas prioridades dos gastos públicos;
- Reforma tributária;
- Liberalização do setor financeiro;
- Manutenção de taxas de câmbio competitivas;
- Liberalização comercial;
- Atração de investimentos diretos estrangeiros;
- Privatização de empresas estatais;
- Desregulamentação da economia;
- Proteção a direitos autorais.
Ou seja, de maneira geral, políticas do Consenso eram voltadas basicamente para diminuir a regulação e controle da economia, aproximar do livre mercado, reduzir o tamanho do estado e aumentar a abertura para o exterior.
A aplicação do Consenso de Washington no Brasil
O governo brasileiro não adotou instantaneamente as propostas como outros países. Porém, algumas medidas foram aplicadas ao longo da década de 90.
Dentre elas, a sétima proposta do consenso, que trata da privatização de empresas estatais, foi a mais perceptível. Na década 90, cerca de 80 empresas foram privatizadas.
O processo de venda gerou uma receita de 91,1 bilhões de dólares para a União. Na década de 90, foram privatizadas mineradoras, aeroportos, empresas de telefonia, rodovias, portos e diversas outras estatais. A privatização ocorreu tanto para empresas federais, como até mesmo para estaduais.
Mesmo com os esforços para redução do tamanho do Estado e privatização de empresas públicas, o Brasil ainda possui 418 estatais federais. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Brasil é o país que mais possui empresas públicas entre os 36 países que participam do grupo.
Críticas ao Consenso de Washington
Em 2004, o Fundo Monetário Mundial reviu a forma que aplicava as medidas propostas pelo acordo. A crise internacional enfrenta por países como Argentina, Espanha e Grécia, fez diversas políticas liberais que eram aplicadas serem revistas.
As medidas receberam críticas porque algumas políticas poderiam estar direcionadas para atender aos interesses dos Estados Unidos. Além disso, outra crítica é que as medidas podem colaborar com a concentração de renda.
O Consenso de Washington estabeleceu uma série de mudanças para os mercados de países em desenvolvimento. Para conhecer mais sobre o tema e entender melhor como funciona a dinâmica do mercado de investimentos, confira gratuitamente o nosso ebook com dicas de 10 livros que todo investidor deveria ler.