Dentre os mais diversos produtos oferecidos pelas instituições financeiras no Brasil, o cheque especial é um dos mais utilizados pelas pessoas.
Apesar de muito popular, muitos ainda não tem conhecimento sobre como funciona as regras de uso e a aplicabilidade do cheque especial dentro dos orçamentos instituídos em suas finanças pessoais, e por isso existe a necessidade de se comentar sobre essa sedutora fonte de recursos.
O que é cheque especial?
O cheque especial é uma espécie de empréstimo pré-aprovado que as instituições financeiras normalmente oferecem a seus clientes como uma “cortesia”. Esse valor costuma ficar disponível para contratação na conta do cliente e pode ser utilizado por ele quando assim o achar conveniente.
É interessante mencionar que, em geral, esse tipo de crédito costuma ser utilizado quando o saldo em conta não é suficiente para pagamentos de contas em caso de necessidade, para cobrir o depósito de um cheque, ou até mesmo para saques em dinheiro.
Sendo assim, essa funcionalidade faz com que o seu uso se faça, em muitos casos, de maneira despercebida pelas pessoas. Por isso é fundamental entender o que é cheque especial.
Entretanto, apesar de ser um tipo de crédito bastante prático de ser utilizado, é preciso muita cautela ao se usufruir deste serviço, simplesmente pelo fato de apresentar uma alta taxa de juros perante ao seu uso.
Isso ocorre porque essa taxa, normalmente, é proporcional ao tempo em que esse crédito é utilizado pelo cliente da instituição bancária em questão.
Como funciona o cheque especial?
Esse empréstimo é feito automaticamente quando o dono da conta-corrente esgota seu saldo. A instituição financeira empresta um valor para que o mesmo continue fazendo suas compras.
Naturalmente, esse valor é emprestado com juros. Se, ao pagar uma conta, o cliente fez uso do cheque especial, ele deverá devolver a porção utilizada com juros.
No entanto, quando o cliente opta por essa modalidade, não há a necessidade de recebimento de um novo documento com os termos dessa forma de empréstimo.
Dessa forma, muitos correntistas se veem surpresos ao saberem que fizeram uso do cheque especial.
O limite do cheque especial é calculado de acordo com cálculos básicos, como histórico de pagamento, salário do correntista e tempo de conta. Por isso, essa modalidade possui uma das maiores taxas de juros do Brasil.
Por que o cheque especial deve ser evitado?
Atualmente, no Brasil, os juros do cheque especial – que nada mais é que o preço cobrado pelo banco pelo uso daquele dinheiro por certo tempo – costuma ficar na casa dos dois dígitos por mês, ultrapassando facilmente os três dígitos ao ano.
Dessa forma, torna-se possível imaginar o tamanho do problema que o uso desse produto financeiro pode causar na vida de uma pessoa.
Por isso, é fortemente recomendado que se utilize esse tipo de alternativa financeira somente em situações de emergência, e jamais como complemento de renda e, muito menos ainda como uma fonte de recursos.
Obviamente que imprevistos acontecem na vida de todas as pessoas, porém, é possível minimizar os danos causados pelo uso desta cara ferramenta procurando saber, de antemão, quais as taxas de juros cobradas pela instituição a qual se é cliente.
Caso seja necessário, pode ser possível trocar de banco caso se conclua que aquela instituição pratica preços muito acima do que é visto na média do mercado.
Como calcular os juros do cheque especial?
Essa modalidade funciona de forma diferente quando comparado com outras linhas de crédito, uma vez que suas taxas são diárias (e não mensais, como costuma acontecer).
Por conta desse aumento diário, o crescimento exponencial dos juros compostos acaba fazendo efeito desde o começo, resultando em juros extremamente altos.
No entanto, vale lembrar que o Imposto sobre Operação Financeira (IOF) é cobrado para esse tipo de crédito, tornando o custo para o tomador da dívida ainda mais alto.
Portanto, deve-se considerar o aumento diário dos juros do cheque especial e a incidência do IOF quando for considerar a taxa de juros do cheque especial para evitar qualquer tipo de imprevisto.
Novas regras do cheque especial
O Conselho Monetário Nacional (CMN) fez algumas mudanças no cheque especial, visando diminuir sua taxa de juros.
Sendo assim, é fundamental saber as novas regras do cheque especial:
1. Mudança de Tarifas
Clientes com limite de cheque especial de até R$500 continuam sem tarifas. No entanto, aqueles que excederem esse valor terão um adicional que pode chegar até 0,25% sobre o valor excedido.
2. Limite máximo de juros
Foi definido que a taxa de juros não deverá exceder os 8% ao mês. Ainda que seja um valor bastante alto, é menor do que índices anteriores, que chegaram aos 12%.
3. Transição para o novo modelo
Foi definido que as instituições deveriam se adaptar, mas cada uma está fazendo as mudanças em seu ritmo (umas mais rapidamente e outras de forma gradual).
Qual é o prazo para pagar o cheque especial?
O cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada oferecida pelos bancos aos seus correntistas. Essa modalidade de crédito possui um prazo de pagamento variável, que pode ser definido pela instituição financeira emissor ou pelo próprio correntista.
Geralmente, os bancos oferecem prazos flexíveis para o pagamento do cheque especial, que podem variar de alguns dias até vários meses. Porém, é importante destacar que quanto maior o prazo de pagamento, maior será o acréscimo de juros e encargos sobre o valor utilizado.
Caso o correntista não realize o pagamento do cheque especial dentro do prazo estabelecido, o valor da dívida pode ser acrescido de multas e juros elevados, o que pode tornar a quitação do débito ainda mais difícil.
Como aumentar o limite do cheque especial?
O limite do cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada oferecida pelos bancos aos seus correntistas, que pode ser utilizada em momentos de emergência ou quando não há saldo suficiente na conta bancária. Porém, é importante lembrar que o uso excessivo do cheque especial pode levar à acumulação de dívidas e juros elevados.
Caso o correntista precise aumentar o limite do cheque especial, é possível seguir algumas dicas e recomendações, tais como:
- Manter um bom relacionamento com o banco: manter um bom relacionamento com o banco pode ser um fator importante para conseguir aumentar o limite do cheque especial. É recomendado manter um bom histórico de pagamentos e movimentações na conta bancária, além de buscar soluções em caso de dificuldades financeiras.
- Apresentar comprovantes de renda e patrimônio: em alguns casos, é possível apresentar comprovantes de renda e patrimônio para aumentar o limite do cheque especial. Esses documentos podem ajudar o banco a avaliar a capacidade do correntista de arcar com a dívida e reduzir os riscos de inadimplência.
- Analisar outras opções de crédito: antes de aumentar o limite do cheque especial, é importante analisar outras opções de crédito disponíveis, como empréstimos e financiamentos. Essas modalidades podem apresentar juros mais baixos e prazos de pagamento mais flexíveis, o que pode reduzir os riscos de endividamento.
- Negociar as condições do cheque especial: em alguns casos, é possível negociar as condições do cheque especial com o banco emissor, como a redução de taxas de juros e encargos. É recomendado negociar com calma e sempre buscar as melhores condições antes de fechar qualquer acordo.
Vantagens e desvantagens do cheque especial
Assim como qualquer outra modalidade de crédito, o cheque especial possui suas vantagens e desvantagens. Conhecer esses aspectos pode ajudar o correntista a decidir se essa é a melhor opção de crédito para as suas necessidades.
Entre as principais vantagens do cheque especial, podemos citar:
- Praticidade: o cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada, o que significa que o correntista pode utilizá-la a qualquer momento, sem a necessidade de solicitar um novo empréstimo.
- Flexibilidade: o cheque especial oferece prazos de pagamento variáveis, que podem ser definidos pelo próprio correntista de acordo com as suas necessidades.
- Rapidez: o cheque especial é uma das modalidades de crédito mais rápidas e fáceis de serem acessadas, pois não exige a apresentação de garantias ou avalistas.
Por outro lado, entre as principais desvantagens do cheque especial, podemos citar:
- Juros elevados: o cheque especial é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, apresentando juros e encargos elevados sobre o valor utilizado.
- Riscos de endividamento: o uso excessivo do cheque especial pode levar à acumulação de dívidas e riscos de inadimplência, tornando a quitação do débito ainda mais difícil.
- Limite pré-aprovado: o limite do cheque especial é pré-aprovado pelo banco, o que significa que o correntista pode ultrapassá-lo sem perceber, aumentando ainda mais os riscos de endividamento.
Por isso, é importante utilizar o cheque especial com responsabilidade, avaliando sempre as suas vantagens e desvantagens antes de decidir utilizá-lo, além de buscar outras opções de crédito mais vantajosas e com juros mais baixos, caso seja possível.
Como evitar cair no cheque especial em 5 dicas
O cheque especial pode ser uma solução temporária para momentos de emergência ou imprevistos financeiros, mas o uso excessivo dessa modalidade de crédito pode levar à acumulação de dívidas e riscos de inadimplência. Por isso, é importante adotar algumas práticas e hábitos financeiros saudáveis para evitar cair no cheque especial. Veja 5 dicas:
- Planeje suas finanças: fazer um planejamento financeiro é fundamental para evitar o endividamento e o uso excessivo do cheque especial. É importante ter uma visão clara das suas receitas e despesas mensais, identificando possíveis cortes e economias.
- Crie uma reserva financeira: ter uma reserva financeira para emergências pode ajudar a evitar o uso do cheque especial em momentos de imprevistos financeiros. É recomendado guardar pelo menos 3 a 6 meses de despesas em uma conta poupança ou em outro tipo de investimento de baixo risco.
- Utilize o cheque especial com responsabilidade: o cheque especial deve ser utilizado apenas em casos de emergência e nunca como uma fonte de renda extra. É importante definir um limite máximo de utilização e buscar quitar a dívida o mais rápido possível.
- Reduza as despesas desnecessárias: reduzir as despesas desnecessárias pode ajudar a evitar o uso do cheque especial. É recomendado fazer uma análise das suas despesas mensais e identificar possíveis cortes, como em assinaturas de serviços que não são utilizados.
- Busque outras opções de crédito: antes de utilizar o cheque especial, é recomendado buscar outras opções de crédito mais vantajosas e com juros mais baixos, como empréstimos e financiamentos. Essas modalidades podem apresentar prazos de pagamento mais flexíveis e juros mais baixos, o que pode reduzir os riscos de endividamento.
Lembrando que o uso consciente do cheque especial é fundamental para evitar o endividamento e os riscos de inadimplência, e adotar hábitos financeiros saudáveis pode ajudar a manter a saúde financeira em dia.
Restou alguma dúvida a respeito do cheque especial? Comente abaixo que iremos te ajudar.
O que acontece se estourar o limite do cheque especial?
Se o correntista estourar o limite do cheque especial, ele passa a dever ao banco uma quantia acima do saldo disponível em sua conta corrente. Nesse caso, o banco pode cobrar juros e encargos sobre o valor utilizado, o que pode levar a um endividamento cada vez maior. Além disso, é importante lembrar que o uso excessivo do cheque especial pode gerar riscos de inadimplência e prejuízos financeiros.
Se eu não pagar o cheque especial, o que acontece?
Se o correntista não pagar o cheque especial, o banco pode cobrar juros e encargos sobre o valor utilizado, além de incluir o nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito, como o Serasa e o SPC. Em casos mais extremos, o banco pode ainda ingressar com uma ação judicial para cobrar a dívida, o que pode gerar ainda mais prejuízos financeiros, como multas e honorários advocatícios.
A dívida do cheque especial caduca em cinco anos?
Não é correto afirmar que a dívida do cheque especial caduca em cinco anos. De acordo com o Código Civil Brasileiro, o prazo de prescrição para dívidas é de cinco anos. No entanto, o uso do cheque especial pode gerar a cobrança de juros e encargos, que podem renovar o prazo de cobrança da dívida. Além disso, é importante lembrar que a inclusão do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito pode gerar a negativação do cadastro por um prazo de até cinco anos, o que pode dificultar a obtenção de novos créditos no futuro. Por isso, é importante buscar sempre quitar as dívidas e manter a saúde financeira em dia.